SÁBADO

AS DOENÇAS QUE PODEM AUMENTAR

- Por Susana Lúcio

Ansiedade, depressão, stress pós-traumático, obesidade e diabetes. Problemas que poderão crescer após semanas em isolamento

Estudos científico­s mostram que o isolamento social – como aquele que estamos a viver – é muito perigoso para a saúde física e mental. Os efeitos nocivos ocorrem durante e após a quarentena e podem atingir quase toda a gente, adultos, idosos, adolescent­es e crianças. Nove investigad­ores e especialis­tas revelaram à SÁBADO os sinais de alarme e os conselhos essenciais para derrotar este inimigo invisível.

Numa das últimas vezes que Maria Luísa de Lima saiu à rua para ir às compras viu algo novo nas poucas pessoas com quem se cruzou. “Aproximei-me da bancada dos frescos no supermerca­do e estava lá outra pessoa, que se afastou de imediato”, conta à SÁBADO a professora catedrátic­a no ISCTE, Instituto Universitá­rio de Lisboa. “Estamos a ficar com medo uns dos outros. Já éramos um País com um baixo nível de confiança, mas agora temo que a quarentena torne o medo mais crónico.”

O medo e várias doenças associadas. No último mês aprendemos que os outros podem ser um perigo para a nossa saúde por causa da Covid-19. Para evitá-la, mandaram-nos ficar em quarentena, que restringís­semos os contactos sociais, que nos afastássem­os de parte da família e que nos fechássemo­s em casa. Já há pessoas e famílias que estão assim há quase dois meses. Uns com doses de ansiedade cada vez maiores, outros a dormirem pior que nunca, gente a tranquiliz­antes, com desequilíb­rios alimentare­s ou com doenças que já tinham fora de controlo. Os estudos científico­s e os especialis­tas não têm dúvidas: o isolamento é perigoso e as sequelas prolongam-se bem após a quarentena. Mas há estratégia­s que pode e deve seguir para proteger a sua saúde.

NOS ADULTOS

OS RISCOS E SOLUÇÕES

h “Nós precisamos de nos relacionar com os outros. A ausência de interação social pode provocar ansiedade, depressão e em alguns casos stress pós-traumático”, explica a professora e investigad­ora em Psicologia Social, Maria Luísa de Lima. Tudo sintomas que já foram identifica­dos por investigad­ores da universida­de britânica King’s College of London quando analisaram 24 estudos efetuados sobre os efeitos da quarentena em grupos de pessoas que tinham estado em contacto com doenças contagiosa­s como a SARS e o ébola. “Os estudos registaram sintomas psicológic­os como distúrbio emocional, depressão, stress, tristeza, irritabili­dade, insónia, sintomas de stress pós-traumático, raiva e exaustão emocional”, lê-se no The psychologi­cal impact of quarantine and how to reduce it: rapid review of the evidence (o impacto psicológic­o da quarentena e como reduzi-lo: uma revisão rápida da evidência), publicado em fevereiro passado na revista Lancet.

A interação social é mesmo uma necessidad­e biológica e a sua ausência pode até ser letal. Foi o que também concluiu em 2017 a médica norte-americana Julianne Holt-Lunstad, depois de comparar o risco de morte prematura de quem vive só com o de quem tem hábitos de vida pouco saudáveis. “A ausência de interação social tem um risco que é comparável e, em muitos casos, excede outros fatores de risco como fumar mais de 15 cigarros por dia, obesidade, sedentaris­mo e poluição atmosféric­a”, concluiu no estudo The potential public health relevance of social isolation and loneliness: Prevalence, epidemiolo­gy, and risk factor (a potencial relevância na saúde pública do isolamento social e da solidão: prevalênci­a, epidemiolo­gia e fator de risco). Pior que tudo isto é que nenhum destes estudos avaliou isolamento­s tão longos como o que estamos a viver.

A DEPRESSÃO E A ANSIEDADE

h A solidão e o medo do contágio já fizeram disparar em Portugal as vendas de ansiolític­os e antidepres­sivos para 2,2 milhões de embalagens em março, mais 28% do que no mesmo mês do ano passado. “As pessoas estão a precisar desta compensaçã­o”, reconhece Renata Benavente, da Ordem dos Psicólogos. “É certo que os mais vulnerávei­s poderão vir a sofrer de ansiedade e de depressão.”

Boca seca, batimentos cardíacos acelerados, tremores e pensamento­s negativos persistent­es são alguns dos sinais de uma crise de ansiedade. “Agora, a ansiedade é agravada pela incerteza: não sabemos se va-Q

QUANDO SE TRABALHA EM CASA DURANTE A PANDEMIA HÁ QUE ACEITAR A DIMINUIÇÃO DA PRODUTIVID­ADE As consequênc­ias vão depender do que cada um viveu e irá experiment­ar nos próximos meses

Q mos adoecer e quando isto vai acabar”, acrescenta.

As consequênc­ias vão depender do que cada um viveu e irá experiment­ar nos próximos meses. Quem tem profissões na área da Saúde, perdeu amigos ou familiares ou passou por um internamen­to corre mais risco de sofrer de ansiedade, depressão ou stress pós-traumático. Para além disto, as dificuldad­es financeira­s que já se fazem sentir também vão agravar a saúde mental – de recordar que durante a última crise económica se registou um aumento de 22,6% de suicídios no País.

Curiosamen­te, trabalhar em casa é até um fator protetor da saúde mental, conforme confirma um estudo da Universida­de do Minho. Mas com filhos pequenos pode ser um drama. “Há que aceitar que é impossível ter a mesmo produtivid­ade que se tinha antes”, avisa Renata Benavente. As crianças estavam habituadas a receber atenção em casa e agora os progenitor­es não estão tão disponívei­s. “A situação piora dependendo das condições da casa. Se cinco pessoas partilham duas assoalhada­s, o risco de stress intenso é maior.”

O QUE FAZER?

h “Nunca estive tanto tempo no WhatsApp como agora”, salienta a psicóloga social Maria Luísa Lima, autora do livro Nós e os Outros: O Poder dos Laços Sociais. As redes sociais são um dos antídotos contra os efeitos nocivos da quarentena e os portuguese­s estão a fazer uso deles. Na primeira semana de quarentena, o tráfego de Internet disparou cerca de 70%.

Para gerir a ansiedade e ajudar a focar no esforço coletivo e nos resultados positivos, como o decréscimo do número de infetados. Mas limite o de notícias a uma hora por dia. É uma das primeiras conclusões apontadas pelo estudo que a Escola de Medicina da Universida­de do Minho está a realizar sobre os efeitos da quarentena e que contou com mais de 2.000 participan­tes. “Evitar modos de transmissã­o da informação alarmista e bloquear a difusão de mensagens falsas e sensaciona­listas ajuda muito a evitar o risco de desenvolvi­mento do stress pós-traumático”, garante Pedro Morgado, um dos autores do estudo.

“Não vale a pena planear projetos para o fim da quarentena, porque não há uma perspetiva temporal”, recomenda Renata Benavente. E deve estabelece­r novas rotinas diárias que incluam teletrabal­ho, lazer e exercício físico.

O EXCESSO DE PESO

h O isolamento e a ansiedade levam muitas vezes ao consumo de alimentos de conforto, como batatas fritas e chocolate. Foi o que concluiu, em 2015, o professor de Psicologia Jordan D. Troisi, da Universida­de de Buffalo, EUA, quando analisou os diários de cerca de 200 estudantes universitá­rios escritos durante períodos de solidão e isolamento. A maioria recorreu a alimentos ricos em sal e açúcar para se sentir melhor emocionalm­ente e não porque tinha fome, refere o estudo Threatened belonging and preference for comfort food among the securely attached (pertença ameaçada e preferênci­a por aliconsumo

A QUASE AUSÊNCIA DE ATIVIDADE FÍSICA PODE AUMENTAR O NÚMERO DE PESSOAS COM DOR CRÓNICA

A IDEIA É MOVIMENTAR-SE O MÁXIMO QUE PUDER. DE 45 EM 45 MINUTOS FAÇA AGACHAMENT­OS

mentos de conforto entre quem tem vinculação segura), publicado na revista Appetite.

“É uma oportunida­de para comer melhor em casa, assim não saímos da quarentena com um aumento nas doenças crónicas como a diabetes, a obesidade e a hipertensã­o”, avisa a bastonária da Ordem dos Nutricioni­stas, Alexandra Bento. Apesar de deslizes, a nutricioni­sta acredita que quem tinha bons hábitos alimentare­s irá mantê-los. Mas o conceito também é verdade para os restantes.

O QUE FAZER?

h A bastonária recomenda a ingestão de sopa ao almoço e ao jantar. “Agora temos tempo para a fazer”, sublinha. E até cinco peças de fruta por dia, uma forma de substituir os alimentos de conforto. Mas deve pesar-se regularmen­te. “Se há um aumento de peso, deve-se reduzir as porções de alimentos que se coloca no prato”, diz a nutricioni­sta. Faça um planeament­o das refeições, privilegia­ndo os hortícolas. Para quem estava no processo de perder peso, será mais complicado fazê-lo fechado em casa. Deve continuar a ser acompanhad­o pelo nutricioni­sta através de teleconsul­ta.

A DOR CRÓNICA

h A quase ausência de atividade física durante a quarentena pode aumentar o número de pessoas com dor crónica – que já atinge 40% dos portuguese­s. “Estou muito preocupado”, diz Pedro Morouço, fisiologis­ta do exercício e professor no Instituto Politécnic­o de Leiria. “A taxa de pessoas que faziam exercício físico em Portugal é de 6%. Uma imensidão limitava-se à atividade física da rotina diária: correr para o autocarro, subir as escadas no metro. Agora nem isso pode fazer.”

Para além de reduzir a ansiedade, o exercício físico é fulcral na prevenção e na redução da dor crónica. “Quando os músculos não trabalham perde-se massa muscular, ganha-se massa gorda e as articulaçõ­es ficam mais sobrecarre­gadas”, avisa Pedro Morouço. Mais: as articulaçõ­es necessitam de movimento para permanecer­em saudáveis, “não as usar pode levar à sua degeneraçã­o”.

Os efeitos serão mais graves nas mulheres. Elas têm maior tendência para sofrer de osteoporos­e, sobretudo após a menopausa e o impacto nas articulaçõ­es, conseguida através da atividade física, beneficia a densidade óssea. Mas o perigo não está apenas aqui. O teletrabal­ho em cadeiras e mesas que não estão adaptadas ao computador provoca tensões musculares. “É muito provável que aumentem os casos de dores das costas”, diz Luís Miranda, presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatolog­ia.

O médico receia ainda que alguns doentes reumáticos agravem a sua situação clínica. Ou por medo de irem às consultas ou porque os especialis­tas estão a fazer consultas por videochama­da. “Não estamos a fazer as primeiras consultas porque para isso é necessário mexer nos doentes, avaliar as articulaçõ­es e isso não é possível agora.”

A AMEAÇA DA DIABETES

h Alimentaçã­o rica em sal, açúcar e gorduras e a inatividad­e física pode conduzir à diabetes tipo 2. A doença, com maior incidência nos homens, afeta 13% dos portuguese­s mas este número pode crescer. “Quem já é pré-diabético pode tornar-se diabético depois da quarentena”, admite Davide Carvalho, que preside à Sociedade Portuguesa de Endocrinol­ogia, Diabetes e Metabolism­o. A doença fragiliza o sistema imunitário e torna o organismo mais vulnerável à infeção do novo coronavíru­s. Por isso, cerca de 20% dos infetados com Covid-19 são diabéticos. “O prognóstic­o também é mais reservado: a taxa de mortalidad­e é de 8% para os diabéticos e de 0,9% para a população em geral”, salienta o endocrinol­ogista.

A quarentena pode aumentar os casos de descompens­ação dos diabéticos. “É necessário que tenham o nível de açúcar no sangue o mais normal possível e para isso é preciso jogar com a alimentaçã­o, o exercício físico e monitoriza­r para ajustar a medicação. Não é fácil”, admite Davide Carvalho.

O QUE FAZER?

h A ideia é movimentar-se o máximo que puder. “Pode-se colocar um alarme de 45 em 45 minutos para fazer movimentos com cada um

Q dos pés, elevando-os, mesmo sentado no sofá. Ou fazer agachament­os, apoiado numa cadeira”, explica Pedro Morouço. Quem já treinava duas, três vezes por semana deve manter a rotina com meia hora de exercícios mais intensos, mas é de prever uma quebra física. “A resistênci­a aeróbica deve diminuir, isto é, vai sentir-se mais cansado a fazer treinos que antes não o cansavam”, conclui.

NAS CRIANÇAS E NOS ADOLESCENT­ES

OS RISCOS E AS SOLUÇÕES

h Estas semanas começaram por ser umas férias da Páscoa antecipada­s e prolongada­s, mas as saudades dos amigos e o cansaço de estar em casa podem afetar as crianças. “A reação à quarentena é mais heterogéne­a neles”, explica a psicóloga Raquel Raimundo. A ansiedade dos pais e o medo são sentidos pelos filhos. “Aprendemos mais com as ações dos outros do que com as palavras e quando não há concordânc­ia entre os dois seguimos mais as ações”, explica a psicóloga. Os pais são modelos de comportame­nto e se estão tristes e ansiosos, devem reconhecê-lo e explicar o que estão a sentir aos filhos. “Pode ser uma forma de ensinar a gerir emoções.”

Fechados em casa, é de esperar mais conflitos. “É natural que façam mais birras, estejam mais irritáveis e, em alguns casos, que seja mais difícil adormecere­m à noite”, enumera a psicóloga, autora do programa para crianças Devagar se Vai ao Longe. Para quem tem mais filhos, as discussões entre irmãos vão agudizar-se. “É útil deixá-los tentar resolver os conflitos sozinhos”, esclarece a psicóloga, mas intervenha se a discussão se tornar mais física.

FOBIAS E REGRESSÃO

h Para a psicóloga, o mais difícil será regressar à escola. “Poderá ocorrer um recuo das autonomias que já tinham adquirido.” As crianças que tinham dificuldad­e em separar-se dos pais vão voltar a não querer ficar na escola. Entre os mais influenciá­veis poderão surgir comportame­ntos obsessivos ao perigo da Covid-19. “É preciso estar atento se as crianças lavam as mãos de forma exagerada, quando não há essa necessidad­e.”

O QUE FAZER?

h Deve-se explicar às crianças que o vírus é invisível, mas não está permanente­mente no ar e que, estando em casa, não é necessário lavar muitas vezes as mãos. Evite ter a televisão ligada o dia inteiro com informação perturbado­ra sobre a pandemia. Se é prejudicia­l para a saúde mental dos adultos, é pior para os mais novos. E defina novas rotinas, com períodos de brincadeir­a, exercício físico e uma pausa para que possam brincar sozinhos.

Para evitar birras no regresso à escola, há que estimular o contacto com os amigos através de videochama­das e redes sociais. “A relação com os pares é central no desenvolvi­mento das crianças. É com as outras crianças que aprendem competênci­as físicas, cognitivas e inter-relacionai­s”, explicita Raquel Raimundo. Recomenda-se um contacto diário, se for possível. “Os jogos online com os colegas também podem ser uma forma de interagire­m.” Para isso estabeleça regras e saliente que o maior acesso aos gadgets é temporário e será alterado após o fim da quarentena.

ADOLESCENT­ES: A SOLIDÃO

h “Estão numa fase em que o conflito com os pais é maior porque estão a lutar por maior autonomia”, explica Raquel Raimundo. Por um lado é natural que se isolem ainda mais no quarto e é necessário que os pais aceitem esse afastament­o. “Vai ser difícil para os adolescent­es viverem este período”, confirma Olívia Ribeiro, professora no ISPA – Instituto Universitá­rio. “Acreditam ser super-heróis e será até complicado mantê-los fechados em casa.” Como os adultos, haverá adolescent­es mais vulnerávei­s à ansiedade e à depressão. Os sinais são reveladore­s: demasiado tempo fechado no quarto isolado de todos; insónias e uma obsessão pelas últimas informaçõe­s sobre a pandemia. Para os que tinham poucos amigos, o confinamen­to vai agravar a solidão que já sentiam. “Durante a quarentena a solidão social poderá ser colmatada através das redes sociais, mas a solidão emocional – mais íntima, provocada pela dificuldad­e de expormos as nossas fragilidad­es – não. Não é fácil partilhar intimidade com um ecrã”, diz a investigad­ora na área do isola

OS CONFLITOS COM CRIANÇAS TENDEM A AUMENTAR QUANDO ESTAMOS FECHADOS EM CASA

AS FAMÍLIAS DEVEM PLANEAR OS CONTACTOS À DISTÂNCIA COM OS IDOSOS. COM VÁRIOS TELEFONEMA­S POR DIA Permita um maior contacto dos adolescent­es com os amigos através das redes sociais

mento social nos adolescent­es. Não há dados em Portugal, mas estima-se que o número de adolescent­es que sofrem de solidão seja semelhante ao dos Estados Unidos, cerca de 20%. “Pensava-se que a solidão era um problema dos idosos, mas verificou-se que a prevalênci­a nos adolescent­es é o dobro.”

O QUE FAZER?

h Permita um maior contacto dos adolescent­es com os amigos através das redes sociais, mas esteja atento a mais um risco: o cyberbully­ing. Tristeza, falta de energia e de apetite e insónias podem ser sinais da violência psicológic­a nas redes sociais que pode levar à depressão e ao suicídio.

NOS IDOSOS

OS RISCOS E AS SOLUÇÕES

h Nove em cada 10 idosos seguidos nos centros de saúde do Norte admitiam sofrer de solidão, num estudo do CINTESIS – Centro de Investigaç­ão em Tecnologia­s e Serviços de Saúde, em parceria com a ARS Norte, publicado o ano passado na revista científica Family Medicine & Primary Care Review. Para alguns, o único contacto que tinham com outros era na visita diária à mercearia, agora nem isso têm. “Penso que é por essa razão que muitos não estão a cumprir a quarentena. Sentem necessidad­e de sair de casa”, explica a psicóloga Renata Benavente. As redes sociais não são uma alternativ­a. Em 2018, 65,6% dos portuguese­s com mais de 65 anos não usavam a Internet, de acordo com a Obercom – Observatór­io da Comunicaçã­o, muitos não têm computador­es e, se tiverem smartphone­s, têm dificuldad­e em usar ferramenta­s como a videochama­da. “Tem de ser a família mais próxima a tomar a iniciativa e a promover o contacto”, aconselha Renata Benavente.

Ainda assim, parecem ser os que melhor estão a lidar com a quarentena. Cerca de 53% dos homens com mais de 60 anos nunca ou quase nunca sentiu tristeza, desespero, ansiedade ou depressão na última semana, de acordo com o estudo Diários de uma Pandemia, realizado pelo Instituto de Saúde Pública da Universida­de do Porto e do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computador­es, Tecnologia e Ciência, em que se entrevista­ram 3.432 pessoas. Já 57,5 % dos inquiridos entre os 16 e os 39 anos revelaram ter sentido essas emoções. Os investigad­ores justificam a reação com a experiênci­a de vida dos mais velhos, que inclui ditaduras e revoluções.

O QUE FAZER?

h A psicóloga recomenda que as famílias planeiem os contactos: de manhã liga um dos filhos, à tarde outro, e à noite um dos netos, por exemplo. “Ficam com a ideia de que estão atentos ao seu bem-estar.” Para que os níveis de stress não se agudizem, é importante ter atenção à despensa e garantir que os bens essenciais não faltem. Mas como todos os outros, os idosos poderão ver o ponteiro da balança subir. As doenças crónicas são mais prevalente­s depois dos 65 anos e é essencial manter uma alimentaçã­o equilibrad­a. A bastonária da Ordem dos Nutricioni­stas, Alexandra Bento, telefona aos pais todos os dias para saber se estão a comer bem. “Temos de os sensibiliz­ar, apesar de não estarem connosco.” W

AS DOENÇAS CRÓNICAS ATACAM MAIS DEPOIS DOS 65 ANOS. É ESSENCIAL UMA BOA ALIMENTAÇíO

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Doutorada em Psicologia Clínica pela Faculdade de Psicologia da Universida­de de Lisboa, especializ­ou-se em proteção de crianças e menores
g Renata Benavente Doutorada em Psicologia Clínica pela Faculdade de Psicologia da Universida­de de Lisboa, especializ­ou-se em proteção de crianças e menores
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Maria Luísa Lima
É licenciada em Psicologia e professora doutorada (com agregação) no ISCTE-IUL. Faz investigaç­ão em questões associadas à perceção de riscos
g Maria Luísa Lima É licenciada em Psicologia e professora doutorada (com agregação) no ISCTE-IUL. Faz investigaç­ão em questões associadas à perceção de riscos
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Alexandra Bento Doutorada em Ciências do Consumo Alimentar e Nutrição e docente convidada na Universida­de Católica, é a bastonária da Ordem dos Nutricioni­stas e assessora de nutrição na ARS do Norte
g Alexandra Bento Doutorada em Ciências do Consumo Alimentar e Nutrição e docente convidada na Universida­de Católica, é a bastonária da Ordem dos Nutricioni­stas e assessora de nutrição na ARS do Norte
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Pedro Morouço Doutorado em Ciências do Desporto pela Universida­de da Beira Interior, é professor adjunto do Instituto Politécnic­o de Leiria. Já ganhou vários prémios internacio­nais de investigaç­ão
g Pedro Morouço Doutorado em Ciências do Desporto pela Universida­de da Beira Interior, é professor adjunto do Instituto Politécnic­o de Leiria. Já ganhou vários prémios internacio­nais de investigaç­ão
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Pedro Morgado
Psiquiatra e vice-presidente da Escola de Medicina da Universida­de do Minho, é especialis­ta em estudos sobre stress
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g Pedro Morgado Psiquiatra e vice-presidente da Escola de Medicina da Universida­de do Minho, é especialis­ta em estudos sobre stress e distúrbios obsessivos
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Preside à Sociedade Portuguesa de Endocrinol­ogia, Diabetes e Metabolism­o. É chefe de departamen­to do Hospital de S. João e professor da Faculdade de Medicina da Universida­de do Porto
g Davide Carvalho Preside à Sociedade Portuguesa de Endocrinol­ogia, Diabetes e Metabolism­o. É chefe de departamen­to do Hospital de S. João e professor da Faculdade de Medicina da Universida­de do Porto
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Médico reumatolog­ista, integra o Colégio de Reumatolog­ia da Ordem dos médicos e preside à Sociedade Portuguesa de Reumatolog­ia. Tem no currículo diversos estudos sobre esta área
g Luís Cunha Miranda Médico reumatolog­ista, integra o Colégio de Reumatolog­ia da Ordem dos médicos e preside à Sociedade Portuguesa de Reumatolog­ia. Tem no currículo diversos estudos sobre esta área
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 ??  ?? g Olívia Ribeiro É professora doutorada do Instituto Universitá­rio de Ciências Psicológic­as, Sociais e da Vida (ISPA) e investigad­ora especialis­ta em isolamento social e depressão na adolescênc­ia
g Olívia Ribeiro É professora doutorada do Instituto Universitá­rio de Ciências Psicológic­as, Sociais e da Vida (ISPA) e investigad­ora especialis­ta em isolamento social e depressão na adolescênc­ia
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Doutorada em Psicologia da Educação e mestre em Stress e Bem-Estar, preside à Delegação Regional do Sul da Ordem dos Psicólogos e é consultora da Gulbenkian
g Raquel Raimundo Doutorada em Psicologia da Educação e mestre em Stress e Bem-Estar, preside à Delegação Regional do Sul da Ordem dos Psicólogos e é consultora da Gulbenkian

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