Séries The Last Dance: o adeus de Michael Jordan à NBA em 10 capítulos
Ele foi, sem discussão, o melhor jogador de basquetebol de todos os tempos. The Last Dance, na Netflix, é sobre a época de 1997/98, a última em que vestiu a camisola dos Bulls.
NA SANTÍSSIMA Trindade americana, é difícil saber quem é o Pai (Babe Ruth?), o Filho (Muhamad Ali?) e o Espírito Santo (bom, o Dennis Rodman não é com certeza…). No altar, sabemos quem não falta: Michael Jordan.
Durante a carreira – que começou ainda na Carolina do Norte, no basquete universitário, Michael “Air” Jordan fez a imprensa gastar as palavras “astro”, “estrela”, “mágico”, “sobrenatural”. Na série documental de 10 partes que a Netflix agora estreia, The Last Dance, ele faz com que outras grandes personalidades, como Obama ou Bill Clinton, fiquem sem elas, as palavras, ao recordar a releNBA vância que Jordan teve na sua vida, na cidade de Chicago e na história do desporto.
Durante meses houve expectativa sobre a estreia da série, que já tinha sido anunciada como sendo uma crónica daquele último campeonato da com a equipa-maravilha que corria atrás do seu sexto título, os Chicago Bulls de Michael Jordan, Scottie Pippen e Dennis Rodman. Quando a pandemia estalou, a Netflix anunciou: em vez de estrear em Junho, This Last Dance iria estrear em Abril.
Milhões de fãs agradeceram aos céus – os mesmos onde viram Michael levitar e afundar durante anos (batendo os seus próprios recordes, todos recordados aqui). O homem que não era um ser humano (“Aquilo não era o Michael Jordan em campo, era Deus disfarçado”, disseram sobre ele) vive hoje na Flórida e há poucos dias revelou à ABC News o que poderiam os seus admiradores esperar do documentário: “As coisas eram diferentes naquela altura. Eu pedia selos à minha mãe
Dezenas de personalidades, incluindo Obama e Bill Clinton, recordam a carreira de Jordan e a importância que o astro teve na história do desporto mundial
para lhe escrever cartas [na série, a mãe de Jordan lê uma carta que o filho lhe enviou no tempo da universidade]. Não havia Instagram nem Twitter.” Mas, bom, isto é Jordan a ser modesto: o que os fãs vão poder é rever centenas das suas melhores jogadas, ouvir dezenas das suas melhores tiradas (frente a jornalistas era tão charmoso quanto letal) e ainda dar algumas gargalhadas, sobretudo com os comentários de hoje dos protagonistas daquele campeonato.
Em 10 partes de uma hora cada, This Last Dance (que foi feito a partir das filmagens que uma equipa da ESPN fez) conta a história do ano em que os Bulls quiseram ganhar o sexto campeonato. E logo nos primeiros episódios explica o título que traz à cabeça.
No primeiro dia daquela temporada, quando os jogadores chegaram ao balneário, o treinador tinha escrito no quadro: “A última dança.” Já todos sabiam que aquele seria o último ano de Phil Jackson como treinador dos Chicago Bulls e que, assim, esse seria também o último ano de Michael Jordan na equipa (“Eu tinha praticamente casado com ele”, disse ao Morning Show). O que não sabiam, embora suspeitassem, era que Phil ia querer fazer daquele ano um ano muito especial.
A administração tinha permitido que uma equipa de filmagens acompanhasse o trajeto dos Bulls. Mas a administração era parte do problema – senão todo o problema – e se as imagens não o demonstrassem, o documentário põe dezenas de envolvidos a comentá-las.
As tensões entre o diretor-geral dos Chicago Bulls, Jerry Krause, e o treinador da equipa, Phil Jackson, estão no centro da história mas, claro, a forma como Michael Jordan explodia, para o bem e para o mal, no meio disso é o que fará milhões de pessoas carregarem no play.
Em 10 episódios de uma hora cada, a série documental recupera imagens da época de 97/98 para explorar as polémicas que rodearam aquele campeonato