SÁBADO

DIA 24, SEXTA-FEIRA

-

11 HORAS

h Acorda quando lhe apetece e ironiza no Instagram com a contagem dos dias de quarentena. Brincalhon­a q.b., mas trabalhado­ra non-stop.

Bom dia, já passou o 100º dia de quarentena, disse na sua página de Instagram. Explique lá isso.

É irónico. Comecei a 10 de março, quando interrompe­ram as gravações da novela Amar Demais. Isto é tão estranho, como é óbvio sinto necessidad­e de sair de casa.

Está acordada há quanto tempo?

Acordei às 9h45. Não tenho grandes horários nesta fase. Se me apetecer acordar às 8h, acordo. Claro que tenho coisas para fazer e tenho de cumprir. Já tomei o pequeno-almoço: um iogurte e uma maçã. Depois sentei-me a ver os emails para responder. Falei com a Vanessa [agente da Glam] e olhei para o sumário do meu programa.

Refere-se ao Anti-Stress que grava em sua casa e passa amanhã na TVI, ao fim da tarde?

Sim, mas o que passa amanhã já está gravado há algum tempo. Não tenho grandes atividades porque Q

Q estamos aqui em casa. Damos voltas de um lado para o outro.

Quando sai de casa?

Tenho saído de máscara e de luvas, como eles mandam. Vou ao supermerca­do de 12 em 12 dias. Se precisar de ir à farmácia, também. De resto, para passeios do cão. Mas como o Bart já tem 11 anos também não lhe apetece caminhar muito. A esperança média de vida dos cães é de 12.

Daqui a nada vai almoçar?

Não faço ideia, se calhar sim. Nem sei que horas são.

15 HORAS

h Este formato de entrevista deixa-a desconfort­ável, compara-a a uma consulta de autoajuda.

Desde o último telefonema o que tem feito?

Passeei o Bart, ele almoçou, eu almocei. Fiz uma máquina de loiça e uma de roupa. Espetacula­r.

Este Ao Telefone está a ser estranho para si?

O formato é giro, mas às tantas é muito esquisito. Faz-me lembrar a minha tia velhota, coitadinha, quando lhe ligam da Cruz Vermelha três vezes ao dia para saber se está bem. Parece aquelas coisas de autoajuda, em que você faz de psicóloga.

Em que medida é que a quarentena está a ser reveladora para si?

Não fiz nenhuma viagem interior. As pessoas vão mudar durante 15 dias e depois quando perceberem que não podem estar todas na praia ao molho vão-se pegar. Portanto, a viagem interior vai toda ao ar.

Noto aí alguma revolta.

Estamos numa fase em que se fala de distanciam­ento social e calma. Mas vamos ao supermerca­do e por questões de segurança só há um senhor no talho e as pessoas reclamam porque não estão a ser despachada­s a tempo. Isto é tudo muito bonito na palavra, até chegar à nossa vez e alguma coisa nos incomodar.

Vamos aligeirar um pouco: tem visto séries na Netflix?

Estou a ver O Método Kominsky. Cativou-me por questões de identifica­ção, pelo facto de ele ser ator.

Tem algum amigo como Sandy Kominsky (Michael Douglas), com diálogos hilariante­s?

Podia ser o Rui Maria Pêgo.

Numa entrevista que lhe deu, na Rádio Comercial, Rui Maria Pêgo definiu-a como vulcão. Porquê?

O Rui Maria Pêgo é muito meu amigo. Fico-lhe muito agradecida, acho que sim mas tem de me conhecer muito bem porque não entro em erupção em muito lado. Há muita gente que não me conhece, porque eu também me dou muito pouco. Tenho cada vez menos paciência. Acho que vou ficar uma velha chatíssima, daquelas que não dá entrevista­s, não quer falar com ninguém.

Já entrou em erupção por causa do confinamen­to?

Ainda não. Sou caseira, estou muito bem comigo. É uma fase. Ainda não tenho saudades de nada, porque felizmente tenho estado a trabalhar. Podia inventar uma história, dizer que sim meu Deus, isto é tudo uma miséria, mas não sou essa pessoa.

19 HORAS

h A comida é o mote, por causa da sua página Mãe, Já Não Tenho Sopa. O nome é inspirado numa história real, do começo de carreira. Às 17h30 faz sempre lives na sua página do Instagram Mãe, Já Não

Tenho Sopa?

Hoje não fiz porque supostamen­te ia ter uma reunião no Zoom [plataforma para videoconfe­rências]. Como eles estão noutro país, tiveram de adiar por questões horárias. Mas faço sempre, sim. Os lives são com outras páginas. A ideia é que em vez de estar sempre eu a cozinhar – detesto cozinhar em vídeo – dê visibilida­de a páginas similares às minhas, de pessoas anónimas.

Qual é a origem do nome Mãe, Já Não Tenho Sopa?

Surgiu porque a minha mãe fazia-me sempre a sopa à quinta-feira, desde que eu saí de casa [Ramalhal, Torres Vedras] aos 17 anos e vim morar para Lisboa. É uma homenagem à mãe e divulga receitas fáceis.

 ??  ?? h Tem testado receitas com aveia, quinoa e de bolos para a página de culinária Mãe, Já Não Tenho Sopa
h Tem testado receitas com aveia, quinoa e de bolos para a página de culinária Mãe, Já Não Tenho Sopa
 ??  ?? j
Apesar da descontraç­ão, Ana Guiomar nunca teve falta de trabalho ao longo da carreira. Começou precoce, aos 12 anos
j Apesar da descontraç­ão, Ana Guiomar nunca teve falta de trabalho ao longo da carreira. Começou precoce, aos 12 anos

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal