Cocktails Pode pedir que levam a casa
A pandemia obrigou os bares a reinventarem-se e a entrega de cocktails sagrou-se uma das melhores formas de trazer a noite para dentro de casa. Descubra que bares recebem pedidos e como fazer a sua mistura.
ERA UM PLANO para um futuro distante, que acabou por ser antecipado pela necessidade. “O Machimbombo estava aberto há apenas 8 meses quando fechámos as portas, no dia 12, e a partir daí ficámos a pensar em como poderíamos manter o espírito vivo”, conta Cheila Tavares, que administra o bar do Bairro Alto com o marido. “Não sabíamos se as pessoas gastariam dinheiro com cocktails em take-away, mas descobrimos que há muita gente que quer manter as experiências de quando se podia ir à rua.”
A experiência acabou por ser um sucesso: não tem havido falta de encomendas de uma carta rotativa que, além de limoncello e diversos cocktails
clássicos, tem quatro criações de assinatura do bar em porções de 100 ml. Neste momento, estão em destaque o Sementes (com whisky e vermute) e o Flores (spritz, pisco, vodka e champanhe), bem como o Tangerina (bourbon,
Campari, tangerina e cerveja IPA) e o Chilly (tequila redestilada com chilly) que, juntamente com a margarita, integram os bestsellers da casa. As entregas são de quinta-feira a domingo, e os pedidos podem ser feitos em qualquer dia da semana.
Constança Raposo Cordeiro aproveitou o mote para integrar o serviço de encomenda no Toca da Raposa, sediado no Chiado. “Cheguei a ter clientes a perguntar-me se entregávamos cocktails”, pelo que a escolha não foi difícil. Tal como no Machimbombo, as entregas na Grande Lisboa são gratuitas mas, ao contrário deste, opta pelas garrafas de 750 ml, que levam gin de lúcia-lima, vermute tinto e branco ou dois
cocktails originais, anunciados todas as segundas-feiras nas redes sociais do bar. Recebe encomendas de segunda a quinta-feira, e as entregas são feitas à sexta-feira.
Em Vila Nova de Famalicão, José Costa e Vera Carvalho tiveram a mesma ideia para o Chez Café Café, embora com uma importante distinção: é em garrafas de xarope de 200 ml que os seus quatro
cocktails – ou Chéropes, como lhes chamam – chegam às casas da região Norte Litoral, uma opção estética que serve o duplo propósito de “seguir os padrões de higiene e segurança alimentar” e, por outro lado, “ajudar a curar o vírus”, brinca José.
Ainda que os mais bem-sucedidos sejam, para já, o Whisky Sour e o Negroni
(gin, Campari e vermute), o gerente conta que “as pessoas têm estado a solicitar um de cada”: além destes, o Strawberry Daiquiri e o Gin Fizz (gin, sumo de limão, clara de ovo e água com gás, servida à parte), com perspetivas de se introduzirem novos sabores nas próximas semanas. A entrega é gratuita em Famalicão durante toda a semana, bem como no Porto, às sextas, e em Braga e Guimarães, aos sábados. W
O Chez Café Café, em Famalicão, o Toca da Raposa e o Machimbombo, em Lisboa, têm tido sucesso com a entrega de cocktails ao domicílio, que mantém vivo o espírito de festa