SÁBADO

PESTANA TRÓIA ECO-RESORT

-

Onde fica: em Tróia, a 130 km de Lisboa e a 410 km do Porto

Preços: 225 euros (para quatro pessoas), a 1.100 euros (para 10)

Para quem: as casas, todas com cozinha, sala e terraço, são ideais para famílias

O QUE PODE APROVEITAR MAIS O porto palafítico da Carrasquei­ra, a 20 minutos, é um ótimo sítio para ver o pôr do sol – a 900 metros tem o Carrasquei­ra Mar, para comprar marisco ou um robalo e cozinhar ao jantar

Q for, não cobramos room service.”

A ementa de almoço e jantar vai continuar a incluir os best-sellers de sempre: patanisca de nada com salmão fumado e nata azeda, cocotte de queijo de cabra, bochechas de porco preto, perdiz estufada, alheira com ovo da Galiza ou tártaro de salmão com zabaione de soja. “Para ser mais fácil de gerir, as pessoas vão passar a fazer o pedido meia hora antes de irem para a mesa.” Além dos outros hóspedes, a probabilid­ade de se cruzar com alguém é reduzida. A exceção são os cinco funcionári­os de Vale do Gaio, que também não terão ido muito longe – dois vivem no próprio hotel, a chefe de cozinha a 25 metros da porta e a responsáve­l pela receção na vila do Torrão.

Praia (quase) exclusiva a cinco minutos a pé

h As casas do Pestana Tróia Eco-Resort estendem-se ao longo de 3 km de condomínio, com outros três passadiços com acesso direto à praia. “Estas entradas são usadas apenas pelas pessoas do aldeamento”, explica o diretor-geral, Paulo Dias, à SÁBADO. “Temos uma praia quase exclusiva, rodeada de dunas intocadas e com vista para a serra da Arrábida. Mesmo em época alta, é fácil manter uma distância de cinco a seis metros.” Neste resort ecológico todas as 340 casas estão no máximo a 500 metros (mas podem ser 300) da praia, qualquer coisa como cinco, seis minutos a pé. A maioria tem piscina privada – para já, se fizer questão de usar uma, só mesmo assim: as outras piscinas (exteriores e interiores), jacúzis, campos de ténis e de padel estão encerrados. “Das áreas comuns mantêm-se os 6 km de ciclovias e passadiços.”

Aqui não há serviço de pequeno-almoço, mas pode abastecer-se no restaurant­e principal do aldeamento, que este ano passará a ter mercearia e minimercad­o. Se dispensou a empregada doméstica e não quer deixar entrar os dois funcionári­os – equipados com máscara, luvas e cobre-pés – que asseguram a limpeza, também não precisa de o fazer: pode optar por pedir um kit de roupa lavada (e plastifica­da) e outro de limpeza.

Se optar por uma estadia longa – já há pedidos para 14, 20 e 30 dias – o melhor é aproveitar para ir a alguns dos melhores restaurant­es da zona, como o clássico Dona Bia. Um mês

NO PESTANA TRÓIA PODE PEDIR O SEU PRÓPRIO KIT DE LIMPEZA. O RESTAURANT­E VAI TER MERCEARIA E MINIMERCAD­O

antes de o coronavíru­s pôr o país em isolamento, Paula Morgado tinha acabado de construir uma esplanada nova, com 14 lugares (a juntar aos oito que já tinha). O takeaway também vai continuar disponível: “Antigament­e só fazíamos no início dos almoços e dos jantares e tínhamos de recusar muitos pedidos. Agora, com a redução de mesas, vamos ter mais. Desde abril que todos os dias há 18 a 20 pessoas que nos pedem o jantar. A maior parte traz os seus próprios tachos”, conta Paula Morgado, que mantém os famosos arrozes (o de lingueirão com camarão e o de lagostinha são os mais pedidos), mas também apostou em pratos mais fáceis de transporta­r, como as migas e a feijoada de búzios. “Há uma pessoa que vem cá fora, com viseira, entregar a comida e fazer o pagamento. No fim desinfeta tudo.”

Na Cavalariça, o pedido mais comum é... o pão. “Tivemos 33 pedidos para o sábado passado e 38 para domingo”, diz à SÁBADO a gerente, Filipa Gonçalves. Além do pão, também a sapateira e as pizzas desaparece­m depressa – muitos pedidos são entregues quando os funcionári­os regressam a casa. A partir de dia 18, quando puderem reabrir, haverá no máximo 38 a 40 lugares sentados. Aqui as mesas têm uma barreira natural – a maioria fica dentro das boxes usadas pelos cavalos que inspiraram o nome do restaurant­e. “É uma separação que vem mesmo a calhar.”

HÁ TURISMOS RURAIS COM ESPREGUIÇA­DEIRAS PARA TODOS; OUTROS RESERVAM ZONAS DIFERENTES POR QUARTO

Fazer os miúdos felizes e pô-los a andar

h Está a ver um retângulo de mais ou menos cinco, seis metros quadrados cheio de areia e de brinquedos de plástico? Sim, a felicidade dos miúdos está garantida, mas talvez a Covid-19 se sinta demasiado à vontade. Calma, o turismo rural Pé no Monte vai manter o cantinho, mas com medidas de segurança apertadas: “Os brinquedos passam a estar connosco na receção e vamos disponibil­izar um kit a cada família. Ficam com eles durante a estadia e até os podem levar para a praia. Depois do checkout – ou sempre que for preciso – desinfetam­os tudo. E também só vai poder estar uma família de cada vez na areia”, explica à SÁBA

DO Gonçalo Marques, que explora este turismo rural com a mulher, Helena. As raquetes de pingue-pongue, bolas de matraquilh­os e outros jogos também passam das zonas comuns para a receção – são entregues a pedido e devidament­e desinfetad­os. O mesmo com as máquinas de cafés e imperiais – em vez de as usar quando quer, tem de pedir.

Nas duas piscinas de água salgada, outra atração que os mais novos não dispensam, haverá 10 zonas diferentes com sombra e duas espreguiça­deiras em cada uma delas. “Conseguimo­s ter cinco famílias por piscina, 10 em simultâneo, uma ocupação que não costuma ser excedida. Mas também temos 2 mil metros de relvado para estender toalhas”, acrescenta Gonçalo. Se quiser aproveitar a praia, há várias vigiadas na zona – Carvalhal, Zambujeira e Odeceixe ficam a 20 minutos de distância. A Rota Vicentina, ideal para caminhadas, também está logo ali. “No verão, recomendam­os percursos circulares, mais pequenos e fáceis de gerir logisticam­ente, porque começam num ponto e acabam no mesmo sítio: pode ir e regressar no seu carro. Há muitos, é fácil variar a paisagem com zonas de montado ou junto ao rio”, explica à SÁBADO Marta Cabral, diretora da Rota Vicentina. “As etapas Q

Q mais longas, nomeadamen­te o trilho dos pescadores, que passa mesmo junto à costa, devem ser feitas em dias menos quentes, porque têm muitas zonas expostas ao sol. E também são mais concorrida­s.”

A Green Trekker, que já tem o selo Clean & Safe, atribuído pelo Turismo de Portugal, é uma das empresas que promovem caminhadas nesta zona. “Tivemos de adiar o percurso de Sagres ao Burgau, que estava marcado para o fim de semana passado. Estou à espera de que o hotel tenha o selo de segurança para avançar”, explica à SÁBADO João Sá Nogueira, sócio e guia. O que muda nos passeios? Muita coisa. “Os nossos guias têm máscaras, álcool-gel e equipament­o de segurança para quem se esquecer.” Se precisar de ajuda (pode sempre cair ou ter outro imprevisto), precisarão de o ajudar, e nesse caso convém que tenha a máscara posta. “Também vamos usar máscara nos briefings, quando explicamos a caminhada, porque a proximidad­e é maior, mas apenas nesse momento: no outro dia tentei fazer 14 km de máscara e é impossível. A viseira não é melhor, embacia com a transpiraç­ão. Temos mesmo de respeitar a distância de segurança.” Na natureza, os percursos passam a ter no máximo 20 pessoas (em vez de 50), e a distância entre a primeira e a última pode chegar a 1 km. “Os programas devem começar ainda este mês, primeiro com percursos de meio dia e para pessoas da mesma família. Os trocos também acabaram: pagamentos só por transferên­cia bancária, MB Way ou dinheiro certo.

Voltou da caminhada cansado? O melhor é regressar ao Pé no Monte. Se for em família, talvez seja prudente reservar um dos nove apartament­os com capacidade máxima para seis pessoas – todos têm cozinha, sala de estar e terraço com espreguiça­deiras. Se quiser pode encomendar comida do restaurant­e, que serve almoços e jantares. E sim, também há pratos para agradar aos mais novos – hambúrguer­es, douradinho­s ou esparguete à carbonara.

NOS PASSEIOS A CAVALO, AS SELAS E AS RÉDEAS SERÃO DESINFETAD­AS – TAL COMO AS MESAS DOS RESTAURANT­ES

O maior areal da Europa e um passeio a cavalo

h Está à procura de um lugar à sombra? Os 50 toldos do Bar dos Tigres, na praia da Aberta Nova, em Melides, raramente enchem. “Em agosto as pessoas alugam ao mês, de um ano para o outro, e há famílias que têm dois ou três, mas no resto do verão o máximo que costumo ter são 15 pessoas, mesmo num sábado de julho. Acho que isto vai ser fácil de controlar”, diz à SÁBADO Armindo, um dos irmãos Tigre – como são conhecidos – que gere o apoio de praia. Mesmo que a procura aumente e os toldos encham, está no maior areal da Europa e no terceiro mais extenso do mundo, com 45 km seguidos de

areia. No Bar dos Tigres, a ementa é simples: tostas em pão alentejano, queijos, sumos naturais e salada de ovas ou de polvo com tomate da horta da família. “Estou a pensar pôr uns acrílicos no balcão e aumentar a distância entre toldos, ou não alugar todos, mas ainda estou à espera de indicações.”

A 20 minutos dali, na praia de Melides, o Lagoa Ó Mar já tem pronta a aplicação Take to the Beach. A ideia é que possa estar deitado na areia e encomendar uma tempura de lagostins ou um choco frito. “Pode ir buscar ao bar ou então dizer-nos onde está e nós entregamos na toalha”, explica à SÁBADO Frederico Lamas, que gere mais um negócio de irmãos. Ali ao lado, na estrada que leva à praia da Vigia, Luís Lamas explora os Cavalos na Areia. “Encerrámos durante o estado de emergência, mas já reabrimos. As regras mudaram, claro. Vamos pedir às pessoas que lavem e desinfetem as mãos antes de sairmos com os cavalos, e passamos a explicar tudo de máscara posta. As zonas em que os clientes tocam mais – celas e rédeas – também serão desinfetad­as entre cada utilização. A ideia é fazer no máximo três passeios no verão, com seis pessoas, em vez de 10.”

Seis é precisamen­te o número de hóspedes que a casa de André Barata pode alojar. A Fonte da Serra, em plena serra de Grândola, fica a cerca de 15 minutos de qualquer uma destas praias. É uma casa sustentáve­l, com três quartos, numa propriedad­e com mais de sete hectares e uma pequena piscina, ideal para os mais pequenos. “Chama-se piscina porque tem uma bomba, mas na verdade é um tanquezinh­o com 70 centímetro­s de profundida­de. Também tem um deck com espreguiça­deiras”, explica André. A partir do jardim (com dois grelhadore­s) pode explorar vários caminhos na natureza – um deles leva-o até uma antiga fonte. Lá dentro, a casa tem uma sala grande, bem decorada, com cozinha, lareira e lenha sempre disponível. “Ainda estou a planear e a organizar as novas regras para a limpeza. No processo de tirar a roupa da cama, por exemplo, não se pode sacudi-la, tem de ser logo embrulhada e colocada num saco hermeticam­ente fechado. As paredes também têm de ser limpas até à altura do braço – estamos a pensar num método de spray com álcool ou com um produto semelhante. Em média, a limpeza demorava seis horas, acho que agora vai ser o dobro, mas normalment­e já deixava um dia de intervalo entre reservas, por isso não haverá problema.”

A ROUPA DE CAMA NÃO PODE SER SACUDIDA E AS PAREDES TÊM DE SER LIMPAS ATÉ UM METRO DE ALTURA

Uma autocarava­na e a estrada por sua conta

h Se prefere juntar alojamento, transporte e até cozinha num só, também temos sugestões para si. A partir de 44 euros por noite pode alugar um jipe com tenda incluída, que se monta em dois minutos no tejadilho do próprio carro – e sim, traz um colchão para dormir. Mas há outros extras disponívei­s, explica Duarte Guedes, CEO da Hertz: “Os mais requisitad­os são o chuveiro portátil, o kit camping (saco-cama, almofada e lanterna) e o kit mobília (duas cadeiras e mesa de camping).” E como é que sobe para o tejadilho? Calma, a escada de alumínio também vem dentro do jipe. O Hertz Campers, disponível desde outubro do ano passado, tem sido procurado sobretudo por casais e surfistas, para viagens de fim de semana. “Mas também começam a aparecer cada vez mais pais interessad­os em proporcion­ar uma experiênci­a diferente aos filhos”, admite Duarte Guedes. A maior tenda disponível abriga dois adultos e duas crianças.

Q Na portuguesa Indie Campers, a maior empresa europeia de aluguer de autocarava­nas, 70% dos clientes nunca tinham feito uma viagem neste tipo de veículo na vida. Na última semana, as reservas para os meses de verão têm aumentado. “Com a pandemia, os portuguese­s passaram a apostar em viagens de três a quatro noites, agora que começam aparenteme­nte a ganhar esperança em conseguir passar férias de verão, essa média está a aumentar.” Uma das rotas mais reservadas? A Costa Vicentina. Se estiver a pensar estacionar num parque de campismo, mantenha-se atento às novidades: para já ainda estão fechados. Algumas sugestões para quando reabrirem: o parque de campismo da praia da Galé (junto a Grândola), com as suas maravilhos­as arribas ou, mais

NA MAIOR PARTE DOS HOTÉIS, OS BUFFETS ACABARAM. E CAFÉS OU IMPERIAIS PASSARAM A SER TIRADOS PELOS FUNCIONÁRI­OS

abaixo, o Camping Serrão, em Aljezur. Na Indie Campers, e pelo menos enquanto houver Covid-19, pode cancelar tudo até 48 horas antes da data prevista para começar a viagem – recebe um voucher para gastar até ao fim de 2021.

Uma quinta com spa a 15 minutos do mar

h Entrar numa das casas da Craveiral Farmhouse já não implica tocar em portas e cartões magnéticos. “Passámos a enviar a chave para o telemóvel e as portas abrem através de bluetooth. Só tem de fazer o

download de uma aplicação e aproximar o telefone da porta”, explica à SÁBADO Pedro Franca Pinto, sócio e diretor desta quinta a 18 km do mar da Zambujeira. “Os check-ins e

checkouts também podem ser feitos nas casas, enviando a documentaç­ão por email ou por telemóvel. Mas se preferir tratar disso na receção temos álcool-gel, máscaras, tudo.”Além disso, uma vez por semana o Craveiral recebe a visita de um médico, que vem sobretudo responder às dúvidas de funcionári­os, até porque a quinta nunca fechou – as quatro famílias que já lá estavam hospedadas quando a Covid-19 parou o País preferiram fazer o isolamento ali mesmo. “Foi logo aí que os buffets e o brunch acabaram e que os pequenos-almoços passaram a ser entregues nas casas – temos 38, mas vamos funcionar no máximo com 22, para que não haja uma grande acumulação nas áreas comuns.” Todas as quatro piscinas, por exemplo, estão a funcionar. “Não há nenhuma orientação técnica da DGS para encerrar piscinas de hotéis, há é orientaçõe­s sobre os cuidados a ter. No nosso caso temos 6 metros quadrados de espelho de água por pessoa. Também há espreguiça­deiras para todos e a sauna, o ginásio, o banho turco e a piscina interior vão ter quatro períodos de limpeza por dia.”

Na remota possibilid­ade de se cansar da piscina e destas casas brancas com madeiras claras, algumas com eletrodomé­sticos Smeg ou banheira de cortiça no quarto, há muito mais

para fazer na propriedad­e. Vai continuar a poder dar um passeio a cavalo e a pôr os mais novos a andar de trator, alimentar as cabras e os porquinhos da quinta pedagógica ou a apanhar legumes na horta e ovos na capoeira. Os mesmos ovos que se juntam a cada encomenda que chega à pizzaria. “Já estava aberta a pessoas de fora, mas em abril baixámos o preço para as entregas, que fazemos até Milfontes, a 27 km daqui. Vou, aliás, ter de contratar mais pessoas para conseguir continuar a entregar pizzas, porque agora eram os funcionári­os da receção que estavam a fazer isso.” No melhor dia, venderam-se 46 pizzas – a 11 euros cada.

Quem também já se habituou ao novo sistema de entregas foi Sofia Cabecinha, responsáve­l pelo restaurant­e Porto das Barcas, em Vila Nova de Milfontes. “Estamos a fazer takeaway e entregas de quinta a domingo e é sem dúvida para manter depois de abrir o restaurant­e. Aí vamos ter sempre que estivermos abertos.” Para já, os pratos mais procurados têm sido o arroz negro com camarão e lima, a açorda de carabineir­os e o hambúrguer de atum fresco. “Também nos perguntam sempre se temos mousse de chocolate.” Se já a provou, sabe porquê: é uma deliciosa mousse com sal e azeite. E sim, costuma estar disponível. A esplanada do restaurant­e também está a ser remodelada – vai ganhar para-ventos em acrílico transparen­te e aquecedore­s para as noites frias do Alentejo.

O sossego do campo e a barragem ali ao lado

h É difícil resistir ao cenário da Casa da Ermida de Santa Catarina, a 20 km de Elvas: a propriedad­e fica no meio de uma península recortada, banhada pelas albufeiras do Caia e cercada de água por todos os lados – exceto naquele que lhe permite chegar até lá. “A propriedad­e tem 80 hectares, pode passear nas bordas das albufeiras ou sair de canoa. Se quiser preparamos-lhe um piquenique para levar na canoa e comer nas pequenas ilhas da barragem. Nesta altura do ano, as carpas estão a desovar e há pequenos peixes a comerem os ovos”, explica à SÁBADO o proprietár­io, Carlos Guedes de Amorim – no cesto tradiciona­l, com toalha incluída, há empadas e bolos caseiros, encomendad­os na aldeia.

O enorme salão da casa, com 100 metros quadrados e janelões de vidro até ao chão, é outro dos melhores sítios para observar a paisagem. Apesar de ter apenas sete quartos, é provável que mesmo assim alguns estejam Q

NA CASA DA ERMIDA DE SANTA CATARINA HÁ CANOAS PARA DOIS E MARGENS DESERTAS PARA FAZER UM PIQUENIQUE

Q fechados. “Vamos entrar no 13º ano de atividade, os nossos colaborado­res são os mesmos desde sempre, já fazem parte da mobília, e não quero sujeitá-los a nenhum problema complicado. Se tudo correr bem, abrimos no dia 17, mas acho mais fácil fechar alguns quartos, para não ter de impedir as pessoas de tomarem o pequeno-almoço ao mesmo tempo.” Se puder escolha a suite do primeiro andar, com uma varanda onde se ouvem as andorinhas e os chocalhos do gado. E já que os museus também vão reabrir no dia 18, não deixe de visitar o de coleção de Arte Contemporâ­nea António Cachola, em Elvas - é ali que está, por exemplo, o famoso lustre feito de tampões higiénicos de Joana Vasconcelo­s (A Noiva). E experiment­e um arroz de lebre na esplanada do Pompílio.

Um retiro de luxo no interior do Alentejo

h Ao contrário da Casa da Ermida, o Dá Licença, a 8 km de Estremoz, não chegou a fechar durante a pandemia. “Tínhamos aqui uma família de americanos, com uma reserva de cinco dias, que a 10 de março decidiram ficar cá a fazer o isolamento. Só estão a pensar sair este mês – reservaram quase todos os quartos, porque têm uma equipa grande, de cerca de 10 pessoas, incluindo ama e motorista”, explica à SÁBADO Vítor Borges, um dos sócios do Dá Licença. Assim que desocupare­m os quartos, esta guesthouse de luxo, construída no topo de um monte, com 13 mil oliveiras à volta e vista para os castelos de Evoramonte e Estremoz, voltará a aceitar reservas.

O Dá Licença tem quatro quartos e cinco suites (todos com terraços privados) e um lagar com mais de 100 anos que foi transforma­do em galeria de arte. A escolha não é por acaso: Franck Laigneau, o outro sócio, teve uma galeria de arte em Paris, junto

ao Museu d’Orsay. Além da galeria, há, por isso mesmo, peças de arte espalhadas – e duas piscinas incríveis, uma verde-esmeralda, a outra no meio de um jardim com pedras de mármore, laranjeira­s e limoeiros.

É outro sítio perfeito para não se cruzar com ninguém: todos os alojamento­s têm entradas independen­tes (e duas das suites têm piscina privada) e pode tomar o pequeno-almoço ali mesmo. “Também conseguimo­s ter cinco zonas de refeição no interior e quatro no exterior” – dá para todos, portanto. Descansar sozinho ao sol também não é um problema. “A piscina maior tem um jardim de 4 mil metros quadrados e as espreguiça­deiras estão no mínimo a cinco metros de distância.” Se avisar com 48 horas de antecedênc­ia, pode almoçar e jantar ali mesmo. “Já fiz 720 refeições diferentes, mas o lombinho de porco preto é bastante apreciado”, conta Vítor, o cozinheiro de serviço. “Para esta família americana experiment­ei um arroz de pato e eles adoraram. Já repeti três vezes.” Não é preciso recomendar muito mais, porque quem chega ao Dá Licença raramente quer sair. “As pessoas que vêm para aqui, e muitos são portuguese­s, procuram férias de retiro.”

Uma casa na árvore no Algarve tranquilo

h Ao fundo do jardim, longe dos quartos e da zona comum, uma casa na árvore, construída inteiramen­te em madeira e à mão, é a preferida por quem procura privacidad­e máxima junto a uma das zonas mais bonitas do Algarve. Construída a seis metros e meio do chão, com enormes janelões de vidro à frente, é perfeita para ver a paisagem sem ser visto. A partir de dia 1 de junho, e se os poucos materiais que faltam chegarem a tempo, à casa na árvore juntar-se-á uma cabana igualmente isolada, com espaço para duas pessoas. “Fica por cima do laranjal, entre duas árvores que lhe dão sombra, com piscina privada à frente e vista de mar”, explica à SÁBADO José Carlos Gonçalves, um dos donos das Conversas de Alpendre. Quer outro quarto exclusivo? Há uma suite com jacúzi privado e um apartament­o com dois quartos que também tem um. As regras de segurança foram reforçadas: “Já mudávamos a água e limpávamos o jacúzi sempre que um cliente saía, se calhar agora vamos fazer isso todos os dias. Na piscina também vamos criar áreas fixas para cada um dos quartos e usar uma solução de tratamento um bocadinho mais forte que o habitual. Estamos a planear reabrir a 1 de junho. Aqui em Tavira os focos de infeção tiveram sobretudo a ver com a população agrícola e estão controlado­s.” Aqui pode tomar o pequeno-almoço à hora que lhe apetecer, com vista para a piscina e para os inúmeros recantos do jardim, como a cama de ferro amarelo estrategic­amente colocada debaixo de uma árvore. “Vamos passar a servir o pequeno-almoço também nos terraços dos apartament­os” – cada um tem o seu.

Mais uma sugestão na zona? A Companhia das Culturas fica a 1,5 km da praia Verde, uma das melhores praias do Algarve. Espaço para esten

NO CONVERSAS DE ALPENDRE A CASA NA ÁRVORE JÁ EXISTE, E A CABANA COM PISCINA PRIVADA ESTÁ QUASE PRONTA

der a toalha não falta, o pior é conseguir lugar para estacionar – há, portanto, um limite natural de veraneante­s. “Não sei se conseguem pôr aqui mais do que 400 ou 500 carros”, explica Joaquim Silva Guerreiro, responsáve­l pelo restaurant­e Pezinhos na Areia. É por isso que sair a pé da Companhia das Culturas pode ser uma boa solução. “Uma parte do percurso é feita dentro da nossa propriedad­e, os restantes 600 a 700 metros no pinhal da praia Verde”, acrescenta Eglantina Monteiro, responsáve­l pela Companhia das Culturas. Eglantina fala com a SÁBADO enquanto passeia pela sua propriedad­e. “Estou a mapear sítios para se poderem fazer piquenique­s. Temos 40 hectares de pomar de sequeiro, pinhal e uma zona de horta, já mandei fazer mais mesas para se estar no exterior e estamos a transforma­r uma antiga eira num espaço para fazer ioga ao ar livre.”

A Companhia das Culturas tem oito quartos, quatro apartament­os para até seis pessoas e um imenso espaço onde este ano passará a ser possível ficar alojado em regime de meia pensão. “O menu ainda não está fechado, mas isto é uma casa agrícola, vamos ter comida de tacho, um bom peixe fresco ou uma massada. Q

Q Enquanto Eglantina passeia a pé, Joaquim Guerreiro vai preparando regras mais rígidas. “Já temos os toldos a dois metros de distância, o problema é que um chapéu é feito para duas pessoas, não para cinco. Vamos ter de fazer cumprir essa obrigação.” Além disso, as casas de banho vão passar a ter um funcionári­o “sempre em cima do acontecime­nto” e os colchões, mesas e cadeiras serão desinfetad­os sempre que um cliente sair. Se quiser almoçar mais descansado, marque mesa entre as 12h e as 12h30, quando o restaurant­e está vazio. Não muito longe tem outro sítio habitualme­nte cheio, mas que a pandemia vai manter com menos gente – o restaurant­e Noélia e Jerónimo, onde é tudo bom, desde os ceviches às pataniscas de bacalhau.

Para quem quer estar ainda mais isolado

h Até aqui falámos de sítios com pouca gente e de praias onde consegue estender a toalha sem pensar que, além do protetor solar e do farnel, devia ter trazido uma fita métrica. E se quiser ficar mesmo sozinho, sem que ninguém consiga – mesmo – aproximar-se de si? Também é possível, garante Pedro Palma, sócio gerente das Casas da Ria. O nome é fiel ao conceito: uma casa-barco com 30 metros quadrados, quarto com cama de casal e sala com sofá-cama capaz de abrigar mais dois hóspedes, kitchenett­e e um deck onde se pode sentar a apanhar sol ou a tomar o pequeno-almoço. Tudo literalmen­te em cima da Ria Formosa, mais precisamen­te (pelo menos no verão) na ilha da Culatra. “O transporte somos nós que fazemos, num barco com capacidade para seis pessoas. Neste momento, se a reserva for para mais de duas

pessoas vamos passar a fazer duas viagens, para o barco não ir lotado. Também vamos reforçar a limpeza e passar a ter 24 horas de intervalo entre reservas.”

Pode – e deve – levar os seus próprios mantimento­s, mas o pequeno-almoço já está previsto. “Deixamos sempre laranjas do Algarve para fazerem sumo natural, pão caseiro, fruta e os habituais iogurtes, compotas, manteiga, leite, cereais e café.” Depois, e idealmente com três horas de antecedênc­ia, pode pedir o serviço de takeaway – que chega de barco, claro, antes do pôr do Sol. “Já encomendar­am sushi, ostras, arroz de tamboril e cataplanas. Na maior parte das vezes conseguimo­s, mas também já aconteceu um cliente querer xerém de conquilhas e os pescadores não terem conseguido apanhá-las.”

Pode escolher ficar isolado ali mesmo e mergulhar diretament­e para a água, ou ir isolar-se para uma praia igualmente deserta. “A casa tem um pequeno bote auxiliar, para os clientes se poderem deslocar para uma das praias da zona. Também temos equipament­o de snorkeling e muitas espécies para ver, mas a grande atração são os cavalos-marinhos.” Está a precisar de mais animação? Peça o aluguer de uma prancha de stand up paddle. E bons mergulhos. W

SNORKELING PARA VER OS CAVALOS-MARINHOS DA RIA FORMOSA? O MELHOR É MERGULHAR DIRETAMENT­E DE CASA

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ?? g
Aproveite as férias para fazer trilhos circulares na Rota Vicentina – pode levar o seu próprio carro
g Aproveite as férias para fazer trilhos circulares na Rota Vicentina – pode levar o seu próprio carro
 ??  ??
 ??  ?? i
Na praia de Melides, Frederico Lamas vai privilegia­r ementas no telemóvel e em quadros de ardósia
i Na praia de Melides, Frederico Lamas vai privilegia­r ementas no telemóvel e em quadros de ardósia
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ?? g
Se quiser juntar transporte, alojamento e refeições, alugue uma autocarava­na
g Se quiser juntar transporte, alojamento e refeições, alugue uma autocarava­na
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ?? g
No Craveiral, há pizzas para entregar e os quartos abrem com o telemóvel. Em cima, Pedro Franca Pinto, um dos donos, com a mulher, Carolina
g No Craveiral, há pizzas para entregar e os quartos abrem com o telemóvel. Em cima, Pedro Franca Pinto, um dos donos, com a mulher, Carolina
 ??  ?? Sofia Cabecinhas faz entregas no seu carro e junta sempre um “miminho”, que pode ser uma flor ou uns bombons
Sofia Cabecinhas faz entregas no seu carro e junta sempre um “miminho”, que pode ser uma flor ou uns bombons
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ?? i
A açorda de carabineir­os é um dos pratos mais pedidos no takeaway do restaurant­e Porto das Barcas, em Vila Nova de Milfontes
i A açorda de carabineir­os é um dos pratos mais pedidos no takeaway do restaurant­e Porto das Barcas, em Vila Nova de Milfontes
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ?? h
A fazenda onde está instalada a Companhia das Culturas está na mesma família há sete gerações. Tem 40 hectares de terreno
h A fazenda onde está instalada a Companhia das Culturas está na mesma família há sete gerações. Tem 40 hectares de terreno
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal