O nome dela era Valentina
Quando foi chamada a investigar o desaparecimento de uma menina de 9 anos na localidade da Atouguia da Baleia, a Polícia Judiciária não descartou nenhuma hipótese. Vem nos manuais: tal como nos casos de abuso sexual, os desaparecimentos de menores envolvem quase sempre familiares próximos. Por norma, essas revelações deixam incrédulos aqueles que conviviam com os agressores. Foi também esse o sentimento geral que o repórter Tiago Carrasco encontrou na região, depois de se saber que as autoridades tinham detido Sandro Bernardo e a sua companheira por suspeitas de homicídio e ocultação do cadáver da filha do primeiro. As suas conversas com familiares e amigos permitem reconstituir um pouco da vida atribulada da criança que durante muito tempo viu o pai recusar-se a reconhecer a paternidade. Foi justamente quando as coisas pareciam começar a melhorar que a tragédia ocorreu – em circunstâncias que apenas duas pessoas sabem quais foram e que a justiça irá apurar ao detalhe nos próximos tempos. Para já, apenas uma certeza: morreu uma criança que não devia ter morrido. O nome dela era Valentina.
Problemas de comunicação
Enquanto preparava o destaque desta edição, a subeditora Sara Capelo sentiu na pele as dificuldades por que muitos alunos passam para conseguirem assistir às aulas. Durante uma entrevista com os responsáveis da direção de um agrupamento de escolas e das associações de pais desse agrupamento através da aplicação Zoom – com sete pessoas na chamada – viu varias vezes os entrevistados a ficarem congelados no ecrã. Uma realidade comum para muitos alunos e professores que tentam assistir e dar aulas à distância. Mas há pior: a repórter da SÁBADO soube de uma aluna que foi enviada para casa dos avós no Alentejo, devido aos seus problemas respiratórios, e que não consegue rede suficiente para assistir às aulas. Pequenos exemplos de que mesmo quando há computadores disponíveis isso pode não chegar para o ensino à distância ser bem-sucedido.
O regresso das reuniões de família
Na primeira semana em que foram permitidos almoços e jantares de grupo, após o fim do estado de emergência, a repórter Raquel Lito acompanhou a reunião de três famílias em dois meses. E para facilitar a complexa tarefa do reencontro das irmãs Silva (a mais velha, Isabel, tem quatro filhos entre os 1 e 8 anos) – sempre cumprindo as precauções e normas de higiene definidas pela Direção-Geral da Saúde –, a repórter prontificou-se a ajudar e acabou mesmo por levar o jantar de uma churrasqueira perto de casa da anfitriã, na Penha de França, em Lisboa. Três frangos no espeto foram suficientes para fazer uma festa há muito aguardada.
Boa semana. E continue a proteger-se – a si e aos outros. W