Não foi tudo pago
Social, que já antes da crise gerava muitas queixas dos contribuintes, tem forçado o Governo a ir gerindo politicamente as expectativas. Depois de inicialmente ter dito aos empregadores que podiam contar com os apoios no dia 28 de cada mês, o primeiro-ministro anunciou no dia 22 um novo calendário, segundo o qual só quem tivesse apresentado o apoio até ao dia 10 de abril poderia receber até ao dia 30.
Mas no dia 28, a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, invocando a complexidade de processar milhares de pedidos, admitiu que haveria empresas cujo pagamento seria feito só a 5 de maio. O primeiro-ministro apontaria, dias depois, 15 de Maio como a data-limite para a Segurança Social pagar a quem tivesse enviado um pedido válido em Abril – como é o caso do stand de automóveis do Porto onde trabalha Maria. Munido deste calendário móvel, o primeiro-ministro afirmou no parlamento que não havia qualquer atraso no pagamento do lay-off referente a abril. Há quem aponte o oposto.
h Há empresários, associações setoriais e associações patronais que contrariam essa garantia. João Vieira Lopes, por exemplo, afirma que “até 5 de maio não foram pagos todos os apoios, nem nada que se pareça”. O presidente da Confederação de Comércio de Serviços explica que entre quem recebeu mais tarde do que o esperado e quem não recebeu de todo – porque entregou depois do dia 10 indicado por António Costa ou não teve a candidatura validada – vários deixaram de pagar salários no fim de abril. “Houve empresas que pagaram só a sua parte do valor do [30% de dois terços do Q