SÁBADO

AO TELEFONE COM MARIA BOTELHO MONIZ: ESTÁ TÃO FELIZ À FRENTE DO VOCÊ NA TV QUE ATÉ FOI A FÁTIMA AGRADECER

- Por Sónia Bento

Comecei a sentir que tinha de lá ir [a Fátima]. Foi uma coisa estranha, como se aquele sítio me estivesse a chamar

Está tão feliz à frente do programa de Manuel Luís Goucha que até foi agradecer a Nossa Senhora. Durante três dias falámos com a apresentad­ora que não quer deixar de ser atriz, é fã de reality shows e fanática por antiguidad­es – já apanhou uma porta velha à beira da estrada.

Nos últimos meses, muita coisa tem acontecido na vida de Maria Botelho Moniz. Saiu da SIC – onde começou numa novela, há 12 anos – e foi para a TVI. Na estação de Queluz, apresentou o Big Brother Extra, fez uma participaç­ão na novela Quer o Destino e nas férias de Manuel Luís Goucha está a substituí-lo na condução do Você na TV!. Diz que todos os dias sente o peso da responsabi­lidade e o privilégio de estar naquele lugar. Até já foi a Fátima agradecer. Na próxima semana, Maria, de 36 anos, irá de férias com os irmãos, os sobrinhos e os cães, para descansar, ver séries e reality shows estrangeir­os.

QUINTA-FEIRA, 13, 15H03 Olá, Maria! Onde a apanhei?

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Olá! Estou a sair da redação do Você na TV!. Almocei com a equipa, um grupo pequeno, com as devidas distâncias, para falarmos sobre o programa de amanhã. Agora vou ao Ikea comprar umas coisas.

Chegou à TVI há quatro meses e já conduz as manhãs sozinha. Como tem sido esta aventura?

Uma grande aventura, mesmo. Só posso ficar agradecida e feliz com o que me está a acontecer, além de que estou a divertir-me imenso. Acho que está a correr bem, pelo menos o feedback é muito positivo.

Já fez uma tatuagem em direto, saltou de paraquedas, pegou numa cobra...

E já comi uma torrada com manteiga, que é a coisa que mais odeio. Estamos em agosto, os conteúdos têm de ser mais leves e eu disse que gostaria de trazer alguma rebeldia, um pouco de mim própria. Também comi grilos, minhocas e larvas com o Paulo Salvador, e foi surpreende­ntemente bom. Mas gostei mais dos grilos do que das minhocas.

O que significa o raio que tatuou atrás da orelha?

O raio é energia, power. Tenho mais três: uma no pé, uma nas costelas e outra no braço, que é a assinatura do meu pai. Dizem os entendidos que não se deve ter tatuagens em números pares, portanto, acho que ainda vou à quinta (risos).

Está pronta para tudo menos para quê?

O que fiz com a cobra não era capaz de fazer com ratos. De resto, estou pronta para tudo o que me dê adrenalina, como saltar de um avião, fazer bungee jumping ou mergulhar com tubarões.

Como se preparou para o primeiro

Você na TV!?

O nervosismo era enorme, porque a responsabi­lidade é muito grande, e ia substituir alguém [Manuel Luís Goucha] que é uma referência na televisão em Portugal. Na véspera, adormeci com o alinhament­o

Acho que nunca deixei de ser atriz, a minha vida é que foi por outro lado, mas continuo a fazer coisas Já me aconteceu, na rua, dizerem-me: ‘Mande um beijinho à sua mãe’. E eu pergunto: ‘Mas conhece a minha mãe?’ ‘Então não conheço?! É a dona Júlia’ [Pinheiro]

Q na mão. Li e reli cada um dos conteúdos porque o stress ia ser tanto que podia tomar conta de mim. Mas depois, quando me disseram ao ouvido “estás no ar”, a coisa fluiu. Sinto todos os dias o peso da responsabi­lidade e o privilégio de estar naquele lugar.

Rezou para que tudo corresse bem?

Fui a Fátima. A minha família é supercatól­ica, andei num colégio religioso, mas nunca tive grande relação com Fátima. Quando mudei para a TVI, comecei a sentir que tinha de lá ir. Foi uma coisa estranha, como se aquele sítio me estivesse a chamar. Fui, desliguei, rezei a quem tinha de rezar e agradeci. Não peço nada, só que me iluminem o caminho. Depois, quando me convidaram para fazer as três semanas de férias do Manel, sonhei com Fátima e voltei lá.

Acredita em anjos da guarda?

Acredito que tenho alguém lá em cima que torce por mim e me vai guiando. As pessoas que nos são queridas e que já partiram estão sempre connosco, eu sinto isso. Houve uma revista que acompanhou o meu primeiro dia no Você na TV! e não passou despercebi­do o facto de eu ter estado sempre a mexer no anel – o anel de noivado que o meu pai deu à minha mãe. Não há nenhuma estreia em que eu não o use porque sinto que me acalma e protege, e que o meu pai está próximo quando a distância é imensa, se é que ele está em algum lado. Também uso sempre outro, o que o Salvador [namorado que morreu num acidente, há seis anos] me deu.

Qual foi a sensação ao fim de três horas em direto?

De uma enorme descarga. Achei que tinha corrido bem, embora não me lembrasse de nada do que tinha dito. Um programa diário de manhã é uma montanha-russa de emoções. Depois fui para casa ver tudo.

Manuel Luís Goucha disse que a Maria era a “nova Júlia Pinheiro”. Revê-se nisso?

Júlia só há uma, assim como Cristina [Ferreira] só há uma ou Tânia [Ribas de Oliveira] só há uma. Se tenho semelhança­s, talvez. Trabalhei com a Júlia muitos anos, fiz parte da redação dela e admiro-a muito. Até há quem ache que sou filha dela. Já me aconteceu, na rua, dizerem-me: “Mande um beijinho à sua mãe.” E eu pergunto: “Mas conhece a minha mãe?” “Então não conheço? É a dona Júlia”. Vejo isso como um elogio.

SEXTA-FEIRA, 14 16H48 Maria! Podemos conversar mais um bocadinho?

Olá! Sim, era para ter feito o meu treino, depois de sair da TVI, mas marcaram-me uma reunião e alteraram-se os planos.

Treina no ginásio?

Não, não gosto muito de ginásios. Faço com uma PT, que vai lá a casa. Assim, ela toca à porta e não há como desistir.

Quais são os planos para o fim de semana?

Estava precisamen­te a fazer uma malinha para me pirar já. Vou para uma aldeia perto de Marco de Canaveses. Ando a acordar muito cedo e quero aproveitar para descansar. O primeiro despertado­r toca às 6h30 e o segundo às 6h45. Uso vários porque tenho pânico de adormecer e de me atrasar. Antes de sair de casa, ainda tenho de tratar dos cães, o Sushi, um yorkshire com 16 anos, e a Hope, uma rafeira de 8. Já não imagino a minha vida sem cães. Fazem-me muita companhia.

Estudou no Conservató­rio de teatro, nos Estados Unidos. Era atriz que queria ser?

Desde pequenina. Fiz duas novelas na SIC, a Podia acabar o mundo e a Laços de sangue. Antes já tinha en

trado noutras produções. Acho que nunca deixei de ser atriz, a minha vida é que foi por outro lado, mas continuo a fazer coisas porque a representa­ção é a minha bomba de oxigénio. O que eu gosto é de contar histórias. Há pouco tempo, fiz uma participaç­ão na novela Quer o Destino

e tenho um filme a sair este ano.

Que filme é esse?

Chama-se Irregular, é realizado pelo Diogo Morgado, protagoniz­ado pelo Pedro Teixeira e tem um elenco maravilhos­o.

Já esteve com Cristina Ferreira depois da mudança dela para a TVI?

Sim, cruzei-me com a Cristina há dias, na TVI. Falámos pouco. Foi só “Olá, como estás? Contamos contigo”.

SÁBADO, 15 16H09 Boa tarde, Maria! Como é que está a ser o fim de semana?

Muito calmo! Descansar, descansar, descansar. Almocei, estive a ver um documentár­io sobre os Chicago Bulls porque sou fã de basquetebo­l, e agora estou a passear no meio de uma vinha com os meus cães.

Que séries vê?

Tantas…Game of Thrones, Scandal. Sou uma ávida consumidor­a de séries. Agora estou a ver The Great, na HBO, sobre a Catarina, a Grande, mas estou mais numa de documentár­ios. O meu tempo em off é passear cães e ver séries, e é tão bom. Vai fazer o Extra do Big Brother, que estreia em setembro?

Em princípio, sim. Sou uma grande consumidor­a e defensora dos reality shows, o que choca muita gente. Os reality têm o poder de fazer o retrato do comportame­nto humano quando é levado ao limite. Consumo muito os estrangeir­os, só do Big Brother vejo quatro versões diferentes. Também sou superfã do Survivor, estive quase para me inscrever (risos) e adoraria apresentá-lo. Gosto da imprevisib­ilidade dos reality porque há sempre coisas a acontecer em direto.

Porque aparece com uma máquina fotográfic­a na foto de capa do Facebook?

Gosto de fotografia e comprei uma máquina há pouco tempo. Mas a que aparece na foto não é minha, achei piada por ser antiga e eu perco-me com antiguidad­es. Largarem-me na Feira da Ladra é um perigo porque eu saio de lá com mil coisas que não sei onde as vou meter. É um vício. Apanho muitas coisas na rua. Já parei o carro à beira da estrada para apanhar uma porta velha que não sei o que lhe vou fazer.

É acumulador­a?

Não, não sou acumulador­a. Olhe, aí está outro reality show que eu gostava de fazer. Gosto de programas de reconstruç­ão e arrumação.

É poupada? Como gere o dinheiro?

Sou mais do que poupada, sou forreta. Porque vivo no pânico de me acontecer alguma coisa e de não me poder sustentar. O meu pai dizia muitas frases que me ficaram e uma delas é “há que respeitar o dinheiro”. Eu respeito muito o dinheiro que ganho porque sei quanto me custa a ganhá-lo, sejam 100 euros ou mil. Não sou de comprar malas, nem sapatos, nada disso. Tenho um carro de 2006 e estou para o trocar há anos, mas desde que ande, tudo bem. Agora, perco a cabeça com algumas coisas...

Que coisas?

Viagens e tecnologia. Telefones, tablets... mas não sou daquelas que quando sai uma coisa nova vai logo fazer o upgrade – o meu último tablet durou oito anos. Tive meses para decidir que máquina fotográfic­a ia comprar, para não aplicar mal o dinheiro. E comprei há pouco tempo um daqueles aspiradore­s, que são uns discos que andam sozinhos pela casa [robôs] ou comandados por uma app.

Amanhã, domingo, já fica em

stress para segunda-feira?

Não, estou muito calma. De semana para semana tenho ficado mais tranquila. A primeira semana foi de alto stress, a segunda de alguma preocupaçã­o em manter o foco e o ritmo. Nesta terceira, sinto que já entrei no esquema. W

Sou mais do que poupada, sou forreta. Tenho um carro de 2006 e estou para o trocar há anos, mas desde que ande...

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