NA PRAIA, AGARRADOS À TOALHA
Sem desprimor para o mar e as caminhadas nos longos areais, a pandemia não está para grandes veraneios pela praia. E não é difícil manter o distanciamento social quando há motivos como estes: 20 livros, discos, podcasts e jogos que nos deixam colados por umas boas horas. Cuidado com os escaldões.
COMO AMIGOS que não víamos há muito tempo, Matilde Campilho e João Melo regressaram às livrarias este ano. Depois de um livro de poesia muito celebrado, Jóquei (2014), a escritora publica Flecha em prosa. Já João de Melo voltou ao romance seis anos depois de O Mar de Madrid. O autor regressa aos Açores em Livro de Vozes e Sombras – feito a partir da entrevista de uma jornalista a um ex-operacional da Frente de Libertação dos Açores.
Djaimilia Pereira de Almeida regressa ao romance com As Telefones. A negritude volta a estar em evidência na relação que duas mulheres mantêm durante 40 anos ao telefone.
“A conversa telefónica é o género literário da diáspora”, diz a escritora.
Há ainda duas traduções a considerar. A Liberdade é uma Luta Constante é a primeira obra de Angela Davis traduzida em Portugal e é uma seleção de entrevistas, ensaios e discursos que revelam o pensamento da ativista antirracista e feminista; já Olive Kitteridge, de Elizabeth Strout, venceu um Pulitzer e conta a história de uma professora reformada que leva o leitor por uma viagem pelas várias histórias da sua cidade, Crosby.
Para miúdos e não só, Carminho escreveu a história de Amália em verso, como se de um fado se tratasse. Amália, Já Sei Quem És tem ilustrações de Tiago Albuquerque. Se Amália não chegar para manter os miúdos na toalha, há a Dois Pontos, revista infantil lançada no início do ano e que vai no terceiro número. Nesta edição há Jogos na Selva, fala-se do que é uma comunidade e de compostagem. Q
Há regressos esperados: Matilde Campilho, com a sua primeira prosa; e João de Melo, com uma história que revive os últimos 40 anos portugueses