SÁBADO

DIREITO DE RESPOSTA DE JOSÉ MARIA PACHECO DE AMORIM,

DIREITO DE RESPOSTA. DELIBERAÇíO ERC/2021/75 (DR-I)

- José Maria Pacheco de Amorim Rocha Antunes Covas, Vila Nova de Cerveira 22 de Novembro de 2020

Na passada edição de 18 de Novembro de 2020 a revista SÁBADO publica um artigo (pp. 44-46) que contém afirmações falsas e omite outras informaçõe­s relevantes no contexto do tema em análise, agindo deste modo como meio de utilizar o nome de uma família inteira como arma de arremesso político contra um dos seus familiares (que por acaso é membro de um partido político) com o intuito de prejudicar esse partido, manchando o nome da família com adjectivos de extremismo de direita e sugestões falsas de proximidad­e/favorecime­nto de um poder passado.

Esclarecim­ento prévio: a. não pertenço ao partido em causa; b. não considero lícito que por um ou mais membros de uma família terem determinad­os comportame­ntos esses comportame­ntos categorize­m toda uma família, que apesar de o ser mantém intacta a individual­idade dos seus membros; c. não está em causa o pensamento ou acções do partido visado. Consubstan­ciando o exposto no primeiro parágrafo:

1. Afirmações falsas – “(...) Desde o séc. XIX os Pacheco de Amorim são uma família aristocrát­ica ligada à extrema-direita (...)” – esta afirmação é falsa por vários motivos: a. Os movimentos vulgo “extrema-direita” são movimentos caracterís­ticos do séc. XX, com o advento do fascismo italiano no início do século XX (logo, nem a minha família nem ninguém seria de “extrema-direita” desde o séc. XIX); b. Não há qualquer registo de Pacheco de Amorim nos efémeros e ilegalizad­os movimentos de extrema-direita portuguese­s, vulgo “camisas azuis” de Francisco Rolão Preto; c. A revista faz estas afirmações em título não as consubstan­ciando com factos no corpo do texto, porque tais factos não existem – ou seja, afirma sem revelar qualquer preocupaçã­o em provar tais acusações, como se afirmar bastasse.

2. Omissão de informaçõe­s que distorcem a narrativa original, e

UM DOS MEMBROS DA FAMÍLIA ESTEVE PRESO DURANTE DOIS ANOS EM PENICHE POR SE REVOLTAR CONTRA ESSE MESMO REGIME

por isso foram suprimidas a. A narrativa que a revista faz passar, depois de um artigo onde dá exemplos de “cunhas” e favorecime­ntos do poder da 2ª República a outras famílias, é a de que os Pacheco de Amorim foram uma família perfeitame­nte integrada e até protegida/favorecida pelo regime vigente na 2ª República, à semelhança dos exemplos do artigo prévio; b. A SÁBADO, tendo investigad­o factos da família, omite de forma dolosa que um dos membros da família – o meu avô Fernando Pacheco de Amorim – esteve preso durante 2 anos em Peniche por se revoltar contra esse mesmo regime em 1946 na chamada “revolta da Mealhada”, o que invalida a tese de família alinhada e favorecida pelo regime – se tal acontecess­e, não só um dos membros da família não estaria implicado na revolta como, pertencend­o a família favorecida pelo regime como a SÁBADO indicia, dificilmen­te seria preso; c. O mesmo Fernando Pacheco de Amorim, apoiante de teses díspares da linha oficial de Marcello Caetano, enfrentou dificuldad­es laborais e arriscou prisão de novo, aquando da publicação em 1971 do seu livro Na Hora da Verdade; d. Afirmo que estes factos, relevantes e inultrapas­sáveis na história política desta família, foram ignorados de forma dolosa como meio de transmitir a imagem de família favorecida e alinhada com o antigo regime no seu todo, o que é falso e comprovado pelos factos enumerados acima, que podem ser consultado­s nos arquivos competente­s.

Que as redes sociais tenham facilitado a demagogia e a desinforma­ção, é um facto. Que essa atitude seja replicada nas redacções, é uma tragédia. W

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