A vida de Idris Elba, um dos protagonistas de O Cowboy do Asfalto
Para alguns é o homem mais sexy do mundo. Para quase todos, Idris Elba é um dos atores mais carismáticos da sua geração. DJ, praticante de MMA e entusiasta da velocidade, regressa em O Cowboy do Asfalto, na Netflix.
MESMO QUE NÃO esteja montado num cavalo – é assim que surge pelas ruas de Filadélfia no seu filme mais recente, agora disponível em streaming, baseado na subcultura de equitação urbana da Pensilvânia –, Idrissa Akuna Elba transmite uma imponência natural que nos gera a impressão de o observamos sempre de baixo para cima. Trata-se de uma mistura de respeito e inveja: filho de um serra-leonês e de uma ganesa cedo imigrados no Reino Unido, Elba tem 1,89 m, um sentido de estilo que o torna eterno candidato a substituir Daniel Craig como James Bond – seria um tour de force curioso, o 007 de Ian Fleming com energia africana cockney – e uma experiência real da vida nas ruas assegurando-lhe credibilidade.
Vindo das classes trabalhadoras, de carreira feita a pulso que incluiu turnos da noite como operário na Ford (o pai era aí mecânico) ou em recauchutagens, estreou-se numa comédia francesa de 1999, Belle Maman. Mas foi como o implacável traficante de Baltimore, Russell “Stringer” Bell, ao longo de 37 episódios de The Wire – a melhor série televisiva da História? – que Idrissa se tornou Idris, a força da natureza temida antes de ser admirada. Embora do outro lado da lei, a ambiguidade de Luther, a série e o detetive que o celebrizaram entre 2010 e 2019, tornou-se uma imagem de marca, garantindo-lhe o Globo de Ouro e uma chuva de nomeações aos Emmys. É nessa corda sob o precipício que Elba gosta de trabalhar: funambulista do bem e do mal, a voz de barítono é uma caixa de ritmos contrastantes.
O Universo Marvel consagrou-o – é Heimdall na saga Thor – e deu-lhe conforto financeiro para sete vidas, mas é pena que a sede de diversidade o leve a disparar para todo o lado, acertando demasiadas vezes em projetos medíocres, dos thrillers de ciúme para Tyler Perry a séries light canceladas à primeira temporada.
Mas Elba já mostrou ser capaz tanto de protagonismo romântico musculado (The Mountain Between Us, ao lado de Kate Winslet; foi numa pausa da rodagem que conheceu a atual mulher, a canadiana Sabrina Dhowre) como de papéis secundários de prestígio (o advogado reto de Molly’s Game).
Aprecia um bom combate a sério – após 12 meses de treino em kickboxing, derrotou, no ringue Lionel Graves, um lutador de MMA (Mixed Martial Arts) bastante mais novo – mas duas faixas de R&B e um whisky de malte ao fim da tarde também lhe assentam bem. E alguém fica melhor de fato que ele?
De estatura imponente, tem um sentido de estilo que o torna eterno candidato a substituir Daniel Craig como James Bond