A FILHA SÓCIA E JOGADORA DA BOLA
Melissa Antunes é sócia gerente da Edge Technology. A empresa teve 25 milhões de lucros e os donos principais são a Vintagepanóplia e a Vaguinfus.
Aantiga futebolista do Sporting de Braga, Melissa Antunes, transformou-se numa empresária de sucesso, algo a que não será estranha a mão do pai, Hernâni Vaz Antunes. Como de resto já tinha sucedido com a irmã de 35 anos (4 anos mais velha que Melissa), Jéssica, que em 2016 representou com o pai a Jana General Trading, o offshore sediado no Dubai que processou em Portugal a empresa brasileira Oi devido às alegadas comissões não pagas de muitos milhões de euros que Hernâni reclamava (perdeu o processo) pela compra da PT pela Altice.
Em 2016, tanto Jéssica como o pai tinham morada oficial fora de Portugal, na Tebra Embroideries Factory, New Industrial Agra, Po Box 300. O local? Ajmã, o emirado mais pequeno que integra os Emirados Árabes Unidos. Em Portugal, pai e filha residiam em moradas diferentes em Gualtar e Pedralva, duas pequenas freguesias do concelho de Braga. Por sinal também a sede de várias empresas controladas pela família Antunes.
Com o tempo foi a vez de a filha mais nova se juntar de vez aos negócios do pai. Como a irmã Jéssica, Melissa nasceu no Canadá quando o pai estava emigrado. É licenciada em
Educação Física pelo Instituto de Estudos Superiores de Fafe (IESF). Jogou futebol em clubes como o Gualtar, o Maria da Fonte (Póvoa do Lanhoso), o ARJ Mogege (Vila Nova de Famalicão), o Santa Luzia (Viana do Castelo) e o Braga. Chegou à seleção nacional. Na véspera do Europeu Feminino de Futebol 11, na Holanda em 2017, os jornais descreveram-na assim: jogava futebol, dava aulas às sextas-feiras no IESF e passava as tardes num “escritório de contabilidade”. A atleta acrescentou que já estava concentrada no futuro. “Tenho de começar a pensar no meu pós-futebol. Neste momento não agencio nenhum jogador, não posso, sou atleta, a minha sócia é que o faz, mas o objetivo será mesmo esse”, contou.
Uma das empresas então detidas por Melissa era a Topballer, Sports Management, que a atleta constituiu em novembro de 2016 com a amiga Estrela Paulo, provedora no IESF e agente de atletas. Sediada em Guimarães e com um capital de 1.000 euros repartido pelas duas sócias, a Topballer visava agenciar atletas de todos os desportos, mas o futebol era o objetivo primeiro.
Faturação de 70 mil euros
No Sporting de Braga, para onde foi jogar na época de 2016/17, Melissa e a sócia terão recrutado várias atletas. Quando o Benfica lançou a equipa feminina, algumas das contratações foram agenciadas pela Topballer – isso aconteceu até com o ex-técnico do Braga, João Marques, que passou a treinar o Benfica em 2018. A situação da atleta terá levantado polémica no Braga e Melissa foi atirada para a equipa B, desligando-se do clube no fim da época 2017/18. Hoje, Melissa é a sócia-gerente da Topballer, tendo a empresa apenas faturado cerca de 70 mil euros em 2019 (17 mil de lucros). Só que Melissa não parou. Passou também a figurar como administradora de empresas do pai. Umas dão muito dinheiro, como a Edge Techonology, com sede na Zona Franca da Madeira e detida maioritariamente pela Vintagepanóplia e pela Vaguinfus, que estiveram por trás de vários negócios imobiliários com a Altice. Outras empresas do pai onde está são mais problemáticas financeiramente, como a Biah Investimentos ou a falida Imoscoop. Esta última era a dona da Plusvag, declarada insolvente em outubro de 2017. O então Banif (depois Santander Totta) colocou-lhe até uma ação executiva de cerca de 5,2 milhões de euros. No ano seguinte, foi a vez de o Montepio avançar com uma ação de quase 750 mil euros. W
MELISSA E A IRMÃ JÉSSICA ANTUNES JÁ FIGURARAM EM VÁRIOS NEGÓCIOS DO PAI SEDIADOS EM PORTUGAL E DUBAI