ALBUFEIRA, DE CAPITAL DO TURISMO A CENTRO DA ECONOMIA
A cidade algarvia quer ser uma marca com mais do que Turismo, que é o seu grande ativo, e que representa 40% do alojamento turístico do Algarve. Mas o caminho do futuro passa também diversificação económica do território.
Albufeira é o segundo destino turístico de Portugal só superado por Lisboa, e representa 40% da capacidade de alojamento turístico do Algarve, com mais de duas centenas de empreendimentos. Mas em 2020 a pandemia de Covid-19 atingiu em cheio o coração da principal atividade económica de Albufeira, com quebras da ordem dos 60%. Mas os efeitos espalharam-se por outras atividades como o comércio e a restauração com a quebra das atividades e o aumento do desemprego.
A reconstrução da economia e da sociedade do futuro fez germinar a ideia de juntar mais de 30 de especialistas e as “forças vivas” da região para debater as ideias, os processos e as práticas para o futuro de todos no Albufeira 21 Summit, uma organização da Câmara Municipal de Albufeira em parceria com a Cofina. Um dos objetivos desta iniciativa é potenciar Albufeira como destino enquanto Capital do Turismo, através de projetos estruturais que levem Albufeira ao seu papel natural de face viva do turismo português, moderna e adaptada às novas exigências. “Vamos tentar dar um contributo adequado ao futuro de Albufeira, pelo que este ‘summit’ vai ajudar-nos a pensar, a ouvir muitas pessoas acerca da dimensão dos problemas, bem como de possíveis soluções”, referiu José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira.
Fundos comunitários
“Em Novembro o governo aprovou a estratégia Portugal 20/30 e os fundos do Programa RR. Muitos dos fundos irão para o Algarve que foi uma das regiões mais prejudicadas economicamente pela pandemia de Covid-19 devido à pequena diversificação económica da região do Algarve. O objetivo desta iniciativa é contribuir para o futuro de Albufeira”, afirmou José Carlos Rolo. “Se não for a sociedade civil a fazer esse tipo de debate, dificilmente ele será feito a partir de Lisboa e, do modo de como as regiões se organizarem, vai depender muito o futuro para que não seja ainda mais triste e cinzento”, referiu Eduardo Dâmaso, diretor da revista Sábado, um dos parceiros da iniciativa. Sublinhou que o Albufeira 21 Summit deve “procurar a definição das verdadeiras âncoras às quais os cidadãos se possam agarrar no futuro em que as instituições, nomeadamente as câmaras, estão a ter um papel essencial nessa questão”.
Diversificação económica
A outra face deste debate é a busca de uma maior diversificação do tecido económico e empresarial através de alternativas produtivas e pela modernização estrutural.
Nesta lógica insere-se a criação da Marca Albufeira como sinónimo de qualidade e garantia, com capacidade de ajudar ao desenvolvimento da indústria e da agricultura locais a procurar uma ligação aos circuitos de distribuição modernos, nomeadamente o comércio eletrónico. Mas nesta conversa alargara não são esquecidas as bases, que são as populações locais, para um desenvolvimento mais inclusivo, estável e com mais equidade, com as famílias que habitam o concelho dispondo das melhores condições de vida. Em plena pandemia, que há um ano assola Portugal e o Mundo, as alterações climáticas, a descarbonização, a economia circular, a energia verde e a estratégia para água estão no topo da agenda, tal como a transformação digital, essencial para dar suporte às novas tendências e a tudo o que está em causa no futuro do concelho. Deste esforço coletivo de idear, pensar e executar pode fazer de Albufeira um dos melhores municípios do mundo.