SÁBADO

A IRMANDADE DO “7”

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ESTRANHA FORMA DE VIDA A DAQUELE GRUPO DE PESSOAS QUE SE IRMANAVAM EM TORNO DO NÚMERO “7”.

Primeira exigência, todos tinham de ter nascido num dia 7, de um mês 7, de um ano terminado em 7!

Segunda exigência, aceitar a liderança do confrade que reunisse mais “7” na sua data de nascimento e se houvesse mais que um, o desempate seria pela maior aproximaçã­o às 7 horas, 7 minutos e 7 segundos, na hora de ver a luz do sol pela primeira vez, de acordo com qualquer documento que apresentas­se, da maternidad­e ou outro.

Assim ficou líder o Felisberto, nascido em 7/7/1977, sem precisar de qualquer desempate, por ser o único nessa data.

No almoço comemorati­vo de um dos grandes eventos da irmandade, estavam presentes 7 confrades: o Telmo e a Narcisa, nascidos em 1997, o Sobreiro, nascido em 1987, a Marília, nascida em 1967, a Teresa e o Fonseca, nascidos em 1957, para além do líder, Felisberto.

A certo momento, já tarde avançada, fez-se um intervalo e cada um foi fazer as suas necessidad­es, consultar os emails ou as chamadas telefónica­s e, no regresso à sala, notaram a ausência do líder, cuja demora prolongada desencadeo­u a sua procura.

Estava morto no seu escritório de líder, com uma faca espetada nas costas.

Chamada a polícia, rapidament­e verificou que a morte não foi imediata e conseguiu deslocar-se alguns metros, antes de cair definitiva­mente.

Na sua mão direita, segurava um pedaço de papel que certamente dava uma pista para chegar ao assassino, que apenas poderia ser um dos restantes comensais, porque não podia haver mais ninguém…

NO REGRESSO À SALA, NOTARAM A AUSÊNCIA DO LÍDER, CUJA DEMORA DESENCADEO­U A SUA PROCURA. ESTAVA MORTO NO SEU ESCRITÓRIO DE LÍDER, COM UMA FACA ESPETADA NAS COSTAS

A pergunta é óbvia: Quem matou o líder? Porquê?

E pronto.

Depois de uma leitura atenta e um olhar não menos atento ao pedaço de papel, chegou a hora de os detetives enviarem a proposta de solução, indicando o suspeito e justifican­do sucintamen­te a opção, impreteriv­elmente até ao dia 30 de abril, para lumagopess­oa@gmail.com ou, em alternativ­a, pela via postal para Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS.

Boas deduções!

O ALGARVE DAS FÉRIAS DO SETE DE ESPADAS

Praticamen­te em todos os anos, o Sete de Espadas rumava ao Algarve para gozar uns dias de férias, a maior parte das vezes numa pensão em Monte Gordo, onde era tratado como família.

Durante as semanas que por lá se mantinha, com a família, era frequente receber visitas de policiaris­tas em veraneio e muita correspond­ência, sendo, por isso mesmo, conhecido e identifica­do como “Sete de Espadas” e não pelo seu nome!

No aproveitam­ento desses períodos, havia sempre um convívio policiário, que reunia, não apenas os residentes algarvios, mas muitos veraneante­s que por lá se encontrava­m em férias.

Infelizmen­te, são poucos os registos fotográfic­os e quase sempre saídos da máquina do Sete de Espadas, pelo que raramente aparece, ele que esteve em todos os convívios.

(Convívio do Algarve – 1978)

Era frequente haver pequenas “brincadeir­as”, alusivas aos momentos descontraí­dos entre muitos crimes para decifrar e a confratern­ização era garantida.

Um dos convivas era o D. Chicote e é ele que nos recorda o Jonas Mão Leve que um belo dia “apareceu” nos convívios e causou a sensação que o confrade nos recorda:

O Sete, Jonas Mão Leve e os Convívios do Algarve Ao recordarmo­s o Sete de Espadas, vêm à memória os agradáveis Convívios que anualmente decorriam em várias zonas do País.

Com os meus filhos, participei no 5º Convívio do Algarve, em Monte Gordo, em 1982. Nos anos seguintes, coube-me organizar, com o Ferman e o Gibat, através do FAOJ e do seu fanzine Clube Xis, os convívios da Aldeia das Açoteias e da Fatacil.

Foi na Praia da Falésia, no decorrer do 6º Encontro do Algarve, que o famoso gatuno Jonas Mão Leve, depois de ter enviado uma carta que o Correio da Manhã noticiou em primeira página, a avisar que iria roubar valiosa joia que certa duquesa levaria nesse dia para a praia e a desafiar os policiaris­tas aí presentes a descobri-lo, acabou mesmo por ser caçado, numa representa­ção do Grupo de Teatro Boa Esperança, de Portimão.

No ano seguinte, Jonas Mão Leve voltou a fazer das suas, com “o Assalto aos Correios”, que foi pretexto para um concurso entre os visitantes da Fatacil, com direito a estadias no Hotel Baltum e a sacos-mistério com produtos do cash and carry Prolar, prémios para as melhores soluções e a sortear entre os restantes participan­tes, mesmo que não acertassem.

Como prova da dinâmica desses Convívios motivados pelo Sete, aqui reproduzo a frente e o verso do impresso que fora entregue aos visitantes da Fatacil 84.

D. Chicote (Lagos, 5/2/2021)

O Algarve manteve sempre a sua identidade própria, com uma atividade policiária autónoma e importante, por onde passaram detetives importante­s. Destacamos um, já desapareci­do do nosso convívio, a que já nos referimos a propósito dos jogos de futebol, o Detetive Said, que mais tarde surge em Setúbal e que acabou radicado na Amadora, onde integrou a Tertúlia Policiária da Linha de Sintra, até ao seu faleciment­o prematuro.

Um dos principais veículos agregadore­s, no Algarve, foi uma secção de grande longevidad­e, Código Secreto, no semanário regional Barlavento, onde pontuava o confrade Ferman e que funcionava como órgão do Núcleo Policiário do Barlavento. W

(Juventude algarvia no convívio de 1980)

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