NORDESTE VERSUS BARROCAL
Em Trás-os-Montes, Vila Real recebe concertos grátis a 24 e 25 de junho. Nos mesmos dias, no Alentejo, a Herdade de São Lourenço do Barrocal, vizinha de Monsaraz, apresenta um festival de luxo. Decida a qual ir.
O Rock Nordeste é um bom pretexto para visitar Trás-os-Montes: como não precisa de gastar dinheiro na música, investe-o na viagem
O festival decorre num antigo monte alentejano. Para este ambiente, que convida à contemplação, o alinhamento não podia ser melhor
O CARTAZ é inteiramente nacional, com a noite de sábado, 25 de junho, a impor-se como a mais forte: nela brilhará Lena d’Água, ainda com as canções do seu aclamado álbum de 2019, Desalmadamente, no Palco Teatro, e Ikoqwe, o projeto que junta Batida (Pedro Coquenão) e Ikonoklasta (Luaty Beirão), misturando muito ritmo, poesia e crítica social no Palco Parque, o maior deste festival sediado em Vila Real, nos relvados do Parque Corgo, aos pés do Teatro Municipal. Antes, no mesmo dia, os Paus apresentam YESS, Surma regressa ao formato de trio, com João Hasselberg e Pedro Melo Alves, e Filho da Mãe exibe o novo Terra Dormente. A fechar, há ainda DJ set de Nuno Calado.
A festa começa, contudo, na véspera, na sexta, 24 de junho, com o rapper NBC a mostrar Segunda Pele, os GROGNation a tocar Anatomia de Grog e Marta Ren, ainda a celebrar a reedição (em vinil) da sua pérola funk, Stop Look Listen. Finalmente, DJ Kitten serve música para dançar neste que é o festival mais democrático do País: de graça e na rua de uma cidade que merece visita. ●
É UMA PRIMEIRA edição e a segunda deverá estar assegurada: já há poucos bilhetes para este festival, que é de luxo não só pelo cartaz, com seis nomes internacionais, como também pela envolvência: a herdade de São Lourenço do Barrocal, no vale de Monsaraz, onde decorre, é um antigo monte alentejano imerso na natureza.
Para este ambiente, que convida à contemplação, o alinhamento não podia ser melhor. Na sexta, 24 de junho, a eletrónica exótica dos Islandman abre o Palco Barrocais às 19h, seguindo-se, às 22h30, Sílvia Pérez Cruz, a reinventora do flamenco, com Farsa, o álbum mais intimista da sua carreira, inspirado em artistas que aprecia, da música ao cinema e ao teatro. A DJ Carlita promete ritmos contagiantes, a fechar a noite, no Palco Colmeal.
Já no sábado, 25, a abertura do Palco Barrocais é com o holandês Joep Beving, pianista e criador de sonoridades mágicas, seguido de Anouar Brahem com o seu oud do Oriente e acompanhamento jazzístico. À meia-noite, entra a dance music do DJ Michael Mayer.
Assistir custa €280, preço para poucas bolsas, mas com alojamento na bela herdade custa ainda mais. No entanto, o que se espera é, mais que um festival, dois dias de uma experiência única, inesquecível. ●