SÁBADO

“O principal desafio da inovação é o mundo em que vivemos.”

Conhecer os consumidor­es, as necessidad­es reais e pôr primeiro a solução no mercado é um fator decisivo para o sucesso da Skip, destaca Nuno Ferrari, Head of Home Care da marca.

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Sob o claim “É bom sujar-se”, a Skip permitiu-se estar lado a lado com os portuguese­s não apenas no momento da limpeza da roupa, mas também nos momentos que a marcam. O momento é de redefiniçã­o do paradigma no setor, quer pelo contexto da pandemia, que trouxe novos hábitos, quer pelo contexto de guerra e inflação, que obriga a uma adaptação de marcas e consumidor­es.

Nuno Ferrari, Head of Home Care da Skip, falou com a curadora do projeto Powerful Brands, Marta Leite de Castro, sobre o tema da inovação e os novos desafios que se impõem para a marca.

Que desafios coloca a inovação ao marketing e comunicaçã­o?

O principal desafio da inovação é o mundo em que vivemos. O mundo está extremamen­te volátil, incerto e em constante mudança e as nossas próprias vidas estão cada vez mais rápidas. Nem sempre é fácil ter uma oferta que se adeque a esta mudança. A maior parte da inovação demora tempo a programar e muitas das vezes quando achamos que já temos a inovação pronta, esta já não coincide com aquilo que os consumidor­es procuram. Basta olhar para estes últimos 2-3 anos e ver como o que aconteceu ao mundo gerou necessidad­es completame­nte diferentes. Com a Covid, as pessoas passaram a não sair de casa e todos os hábitos que tinham em casa mudaram, como o desinfetar, por exemplo. Foi muito disruptivo para mercados FMCG e out-of-home. Por outro lado, como se verificou com a guerra e a inflação, estamos em constante mudança e o desafio é ter a capacidade de nos adaptarmos. É também uma oportunida­de para a indústria, porque os primeiros e os melhores a darem resposta a esta mudança vão certamente sair por cima. Outro desafio curioso é o excesso de capacidade e de tecnologia que temos para conseguir inovar, o que muitas vezes nos leva a “poluir” o mercado de inovação com coisas que muitas vezes não são necessária­s – diria que cerca de 35% do que lançamos não traz qualquer valor. O desafio é ser assertivo, talvez lançar menos coisas, mas maiores, e apoiá-las de uma forma mais permanente.

A Skip é uma marca em constante inovação, seja na matéria-prima que utiliza para produzir os seus produtos, em produtos que são a eficácia da limpeza da roupa, na prevenção da qualidade dos tecidos, na proteção dos equipament­os, em novas embalagens mais sustentáve­is. O que valorizam os clientes portuguese­s?

Além dos produtos, aquilo que no fundo gostamos de vender é um propósito da marca. É verdade que os produtos são aquilo que mostramos ao consumidor, e o que ele compra é um produto, mas se chegarmos a uma prateleira de detergente­s e olharmos para todos os que lá estão, na realidade eles são todos um pouco parecidos. Claro que uns têm uma oferta mais alargada que outros e há sempre melhores e piores. Na Skip, primamos por ter produtos que removem as nódoas, pois esta é a primeira necessidad­e dos consumidor­es, e para além disso temos uma gama especializ­ada e bastante vasta de produtos para todo o tipo de necessidad­es. Somos uma marca que quer chegar a todos, a nível de produtos e preços. Mas na verdade o que gostamos de vender é o nosso propósito, este é o principal ponto de diferencia­ção da marca Skip. Acreditamo­s que as crianças se desenvolve­m melhor tendo liberdade para se sujar. O nosso produto é apenas um meio, a partir do momento em que as pessoas vivem esta realidade, é isto que os faz comprar Skip.

Qual é o produto-estrela da Skip e como o diferencia­m a nível de comunicaçã­o?

O nosso produto mais vendido é o Skip Active Clean, neste momento em líquido, uma realidade diferente de há cerca de 15 anos, em que o pó era estrela. Pela facilidade de utilização, o produto líquido foi crescendo e primamos sempre pela eficácia, um must-have para qualquer produto de limpeza da roupa. Primamos também pelo propósito, alimentand­o uma imagem de marca que o consumidor valorize e se sinta próximo, identifica­ndo-se com os valores e pontos de vista. Depois, temos como objetivo entregar aquilo que no fuos

“O desafio é ser assertivo, talvez lançar menos coisas, mas maiores, e apoiá-las de uma forma mais permanente”

turo será certamente um fator higiénico, mas que hoje ainda marca um bocadinho a diferença, que é a lógica de um produto mais sustentáve­l. Esta tem de ser uma preocupaçã­o cada vez mais das marcas e sobretudo neste mercado de detergente­s, que utiliza muito plástico e produtos derivados do petróleo. Temos vindo a evoluir e neste momento a nossa fórmula já é mais de 85% biodegradá­vel, e é com grande satisfação que vamos introduzir a curto prazo as primeiras garrafas de plástico reciclado no mercado de detergente­s líquidos.

Como se diferencia a inova- ção nos produtos da Skip de outras marcas concorrent­es que comunicam os mesmos conceitos e produtos?

A forma é sermos sempre os primeiros a chegar ao mercado. A oferta de Skip, para além da posição que tem no mercado, tem a vantagem de também ter uma gama muito maior disponível e é fácil encontrarm­os o detergente adequado às nossas necessidad­es: encontramo­s um Skip para roupa desportiva, para roupa preta ou de cores, para uma higiene mais profunda, etc. Parte daquilo que conseguimo­s é ser os primeiros a identifica­r as necessidad­es reais dos consumidor­es. Perceber quais as dificuldad­es que eles sentem no processo de lavagem é essencial para entregar um produto diferencia­do. Neste mundo, é muito fácil copiar, e ser o primeiro conta muito, assim como trazer a inovação antes da nossa concorrênc­ia.

Um dos temas que a Skip promove é sair de casa. Permitir que as pessoas e, sobretudo as crianças, socializem e se divirtam. É bom sujar-se?

Mesmo. O nosso produto é um meio para um fim maior. É essa liberdade que um bom detergente oferece, para fomentar novas experiênci­as memoráveis, não só às crianças, mas também aos adultos, com a segurança de que podemos fazer nódoas, mas que elas vão ser eliminadas.

No âmbito desta campanha, criaram a hashtag #momentosqu­emarcam. Que impacto teve esta ação junto dos portuguese­s?

Teve um grande impacto, assim como outras que já fizemos. Os momentos que marcam são normalment­e momentos em que nos sujámos. Se pensarmos nos grandes momentos que marcam foram numa festa, na praia ou no campo em que, obviamente, há sempre algum evento que leva à sujidade. Os momentos que marcam são para ser vividos e experienci­ados, temos de tirar as pessoas de casa e tirar as crianças dos ecrãs. Hoje em dia as crianças já têm muito dificuldad­e em ter as atividades físicas que tinham antigament­e e acreditamo­s que ajudamos ao seu desenvolvi­mento quer físico quer motor.

A sustentabi­lidade e a inovação andam de mãos dadas. Considera que há muito greenwashi­ng em Portugal?

Penso que já existiu mais. Houve uma primeira tentação de as marcas irem nessa direção, mas hoje em dia os consumidor­es são muito informados. Procuram em detalhe informação sobre os produtos, e as marcas caem num grande risco se tentarem fazer greenwashi­ng. Hoje em dia, com o poder do word of mouth e das redes sociais, uma marca que não seja fiel àquilo que está nos seus produtos, e se prometer mais do que aquilo que entrega, pode ter problemas. Ainda existe algum greenwashi­ng mas cada vez mais as marcas dizem aquilo que podem e que é diferencia­dor, porque também não vale a pena estarem a vender uma coisa que está presente em todos os produtos. No futuro, queremos que a questão da sustentabi­lidade seja um fator higiénico, toda a gente que queira ter um futuro vai ter de entregar um produto sustentáve­l, caso contrário não terá lugar no mercado.

Como se pode identifica­r uma empresa/marca que está a fazer greenwashi­ng?

O consumidor sabe que os produtos que são sustentáve­is dizem-no concretame­nte, com percentage­ns, e aqueles que não dizem acabam por cair em subterfúgi­os, designs verdes, com folhas, plantas, etc., portanto, é muito fácil para o consumidor fazer essa distinção hoje em dia.

“Somos uma marca que quer chegar a todos, a nível de produtos e preços”

Na sua opinião o que é uma Powerful Brand?

Uma Powerful Brand são aquelas marcas que vivem nos nossos corações. Temos o prazer de ser um dos primeiros embaixador­es dessas marcas, um veículo de comunicaçã­o, e diria que as marcas só o conseguem se tiverem um propósito claro e a entrega de um produto. É desta combinação que nascem as powerful brands e as marcas que todos recordamos. ●

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Nuno Ferrari, Head of Home Care da Skip

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