SÁBADO

A princesa do povo que mudou a monarquia

A filha do conde Spencer casou-se com o herdeiro do trono de Inglaterra, que estava apaixonado por Camilla Parker-Bowles. Diana morreu e Carlos ficou com a amante para sempre.

- Por Margarida Santos Lopes e Sónia Bento

Em setembro de 1980, Carlos convidou Diana Spencer, uma suposta noiva, para visitar Isabel II, que se encontrava na Escócia. As duas já se conheciam, porque a jovem de 19 anos era filha do 8º conde Spencer. A monarca simpatizou com Diana, que desde miúda convivia “na casa grande”, com os príncipes André e

A IMPRENSA BRITÂNICA ESTAVA OBCECADA EM ARRANJAR UMA “ESPOSA” PARA CARLOS

Eduardo, amigos com quem ela e os seus irmãos (Sarah, Jane e Charles) costumavam ver filmes. Os laços estreitara­m-se depois de Jane se ter casado com Robert Fellowes, secretário pessoal adjunto da Rainha desde 1977. Quem também exultou foi a imprensa britânica, obcecada na busca de uma “esposa” para Carlos.

Na manhã de 8 de setembro de 1980, o The Sun proclamava: Is this the real thing for Charles at last? (É esta a escolha definitiva de Carlos?). No regresso a Londres, Diana encontrou o seu apartament­o cercado por jornalista­s. De cabeça baixa e sorriso tímido, a nanny em part-time, no jardim de infância Young London Kindergart­en, enfrentava dezenas de câmaras e microfones apontados ao seu rosto. Nas primeiras semanas de 1981, o príncipe Filipe escreveu uma carta ao príncipe de Gales, alertando que a pressão dos media se estava a tornar insuportáv­el, e que Carlos teria de tomar uma decisão rápida para “não compromete­r a reputação de Diana”.

A 29 de julho de 1981, Carlos, príncipe herdeiro, casava-se com Diana, na catedral de São Paulo, em Londres, perante 3.500 convidados e 750 milhões de pessoas em todo o mundo. Este foi considerad­o o casamento do século, que revolucion­ou a monarquia com a popularida­de da jovem princesa de Gales. O príncipe André encorajou Carlos: “Go on, give her a kiss!” (Anda lá, beija-a). O noivo olhou para a mãe. Nunca antes alguém ousara este “gesto extra” na varanda do palácio. Ela anuiu.

O casamento com Diana parecia condenado a partir do momento em que ela descobriu que Carlos a traía,

desde o início, com uma mulher casada e 14 anos mais velha do que ela. “Camilla sabia tanto sobre a nossa vida privada”, queixou-se a princesa ao biógrafo Andrew Morton. As infidelida­des confirmara­m-se quando ouviu Carlos, ao telefone, dizer à amante: “Aconteça o que acontecer, sempre te amarei.” As discussões entre o casal eram constantes e o estado de bulimia de Lady Di agravou-se.

O annus horribilis de 1992

O nascimento do primeiro filho, William, a 21 de junho de 1982, ajudou a acalmar os ânimos. Ela tinha cumprido a “primeira missão”: dar a Carlos um herdeiro. Quando visitou o neto, a Rainha gracejou: “Graças a Deus, não tem as orelhas do pai.” Dois anos depois, nasceu Harry, a 15 de setembro de 1984. Os dois filhos não consertara­m a fratura no casamento. Diana partiu em busca de um amor verdadeiro, envolvendo-se com outros homens: o detetive Barry Mannakee, o instrutor pessoal de equitação, major James Hewitt, um jovem vendedor de automóveis,

“ACONTEÇA O QUE ACONTECER, SEMPRE TE AMAREI”, DISSE CARLOS À AMANTE – E DIANA OUVIU

James Gilbey e o médico James Colthurst – este forneceria, com luz verde de Lady Di, o grosso das informaçõe­s que deram origem à biografia escrita por Andrew Morton.

Outro escândalo rebentaria em 1992, no 40º aniversári­o da ascensão de Isabel II ao trono, quando apareceram nos jornais fotografia­s de Sarah Ferguson (Fergie), mulher do príncipe André, em encontros amorosos com um playboy americano, Steve Wyatt. Em março, os duques de Iorque estariam separados. Em abril foi a vez de a princesa Ana se divorciar de Mark Phillips. Em agosto, Fergie voltaria a dar nas vistas quando o Daily Mirror publicou uma foto dela, em topless numa piscina em França, ao lado do conselheir­o financeiro, John Bryan.

Para a Rainha, uma das penas mais difíceis de suportar era o fim iminente do casamento do seu

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A princesa, aqui grávida de William, pediu conselhos à Rainha sobre como lidar com o caso extramatri­monial de Carlos com Camilla Parker-Bowles
Isabel II
Depois do divórcio do príncipe Carlos, em 1992, a Rainha considerou que a presença de Diana no Palácio de Buckingham, onde continuou a viver, era um risco para a monarquia
Diana de Gales A princesa, aqui grávida de William, pediu conselhos à Rainha sobre como lidar com o caso extramatri­monial de Carlos com Camilla Parker-Bowles Isabel II Depois do divórcio do príncipe Carlos, em 1992, a Rainha considerou que a presença de Diana no Palácio de Buckingham, onde continuou a viver, era um risco para a monarquia

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