SÁBADO

Ponte de Sor: tudo começou com uma ponte

De volta à nossa rota, estamos no quilómetro 435: Ponte de Sor. Este município de transição entre o Norte e o Sul do país, e entre o litoral e interior, ter-se-á desenvolvi­do como local de passagem, remontando a uma antiga travessia dos romanos.

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Se da ponte primitiva não sobram vestígios, a ponte sobre a ribeira do rio Sor é um dos ex-líbris locais e a original ponte pedonal, da autoria do artista Leonel Moura, uma obra de arte a céu aberto. À nossa espera, encontramo­s uma cidade tão airosa quanto pacata, com sobreiros a perder de vista, uma barragem que é um “mar” de quietude e vários empreendim­entos turísticos de grande qualidade, como bem nos explicou Luís Jordão, vereador da Câmara Municipal de Ponte de Sor. A não perder, também, os “produtos endógenos: o vinho, o mel, o azeite e a nossa gastronomi­a. Tudo isso enriquece o nosso território e as pessoas que aqui vêm são bem-vindas.”

Terra fidalga, alma campesina A povoação que aqui foi medrando, dedicou-se a trabalhar as terras das ordens militares ao longo de séculos. Apesar da alma campesina das gentes, o património testemunha a sua nobre herança: descobrimo­s vestígios da cerca amuralhada (século XV), a Igreja Matriz (século XVII) com o belo altar dourado, e a Fonte da Vila, que, diz o povo, quem da sua água beber ficará para sempre enamorado por esta terra.

Ponte de Sor (também) é arte no presente

A contempora­neidade está bem representa­da nas ruas do centro da cidade, e são vários os artistas de street art que nos transporta­m para novas realidades. A seguir, fomos conhecer o Centro de Artes e Cultura, um espaço multidisci­plinar instalado numa antiga fábrica de moagem de cereais e descasque de arroz, que alberga a Biblioteca Municipal, o Museu Municipal, o Arquivo Histórico Municipal e o Centro de Formação e Cultura Contemporâ­nea.

Natureza no seu esplendor

Se numa margem do rio se estende uma paisagem rural com campos agrícolas e sobreiros, na outra margem espraia-se a moderna zona ribeirinha, referência da cidade para o lazer, o desporto e o bem-estar. Ponte de Sor também é lugar de moinhos e moleiros, que mantiveram um papel económico e social ativo desde o século XIII até à segunda metade do século XX. Junto à freguesia da Tramaga, enquadrado­s numa paisagem verdejante e fazendo jus à pacatez alentejana, fomos encontrar alguns dos Moinhos de Água de Rodízio

ainda existentes. Seguimos em direção a Montargil, terra cuja ocupação humana remonta à Pré-História, com um património sagrado notável (a não perder a quinhentis­ta Igreja da Misericórd­ia e a Capela do Senhor das Almas) e onde a natureza fecha o cenário com chave de ouro na albufeira de Montargil, sempre pronta a surpreende­r os amantes da natureza, da cultura ou do desporto.

Em frente à barragem, avistamos o Parque de Campismo Orbitur, que goza da calmaria do Alentejo e da proximidad­e de Lisboa. Além das instalaçõe­s modernas, alojamento­s confortáve­is, serviços comerciais e um ambiente verdadeira­mente prazeroso, possui uma praia emoldurada no montado alentejano perfeita para praticar desportos náuticos (ski aquático, jet ski, windsurf) ou para gozar da tranquilid­ade da pesca ou dos passeios de barco. A diversidad­e de aves terrestres e aquáticas também faz deste local um paraíso para os amantes do birdwatchi­ng.

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II - 22 Setembro 2022
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