SÁBADO

Coruche, na capital mundial da cortiça

Chegados a Coruche, ao quilómetro 495, invadem-nos as cores do montado, dos campos agrícolas e do rio. Na sede de um dos maiores concelhos de Portugal, no distrito de Santarém, caminha-se por milénios de história e séculos de tradições que persistem.

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Abundante em recursos naturais, o Vale do Rio Sorraia testemunha a ocupação humana desde o Paleolític­o, afirmando-se com o dealbar da agricultur­a e da sedentariz­ação das antigas sociedades camponesas. Adentrámos neste passado cheio de valor arqueológi­co, ao visitar o Conjunto Megalítico de Coruche,

composto por cerca de trinta monumentos, entre os quais a Anta do Vale Beiró.

Também os romanos e os mouros aqui deixaram as suas marcas, tendo a sua localizaçã­o assumido particular importânci­a depois de D. Afonso Henriques ter conquistad­o Coruche, em 1166.

Uma visita ao Museu Municipal de Coruche, onde está o sino mais antigo de Portugal (século XIII), e ao centro histórico com o seu pelourinho, símbolo da autoridade municipal e do poder concelhio, é indispensá­vel. A arquitetur­a das casas, das inúmeras igrejas e de edifícios como o Observatór­io do Sobreiro e da Cortiça ou o Núcleo Rural de Coruche revela excertos da alma coruchense. E tudo casa na perfeição com os murais de arte urbana espalhados pelas ruas e escadarias da vila e com as árvores de cores na praça do pelourinho, numa perfeita simbiose entre o passado e o presente. À saída da vila ribatejana, junto às pontes metálicas, encontra-se a ponte da Coroa, construída em 1828 e que permite, até hoje, passar sobre uma das zonas mais perigosas do rio: o Pego das Armas.

Ao ar livre e à mesa

Dos passeios ribeirinho­s aos longos percursos pedestres, dos mergulhos na praia fluvial do Sorraia às vistas do miradouro de Nossa Senhora do

Castelo, não falta o que fazer em Coruche. Nem o que comer, pois a gastronomi­a ribatejana é uma verdadeira perdição: pratos confeciona­dos com carnes bravas de toiro e vitela, peixes do rio, arroz, pinhões e outros produtos da terra.

Ao longo da Nacional 2 as boas surpresas têm sido uma constante. Concelho após concelho, somos recebidos de braços abertos e despedimo-nos de coração cheio. Com mais quatro carimbos no passaporte, terminamos este episódio, já de olho nos próximos destinos: Montemor-o-Novo, Viana do Alentejo, Alcáçovas e Torrão. Até já.

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