SÁBADO

O radical?

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“AS PESSOAS SÓ NOS CONHECEM QUANDO SABEM QUEM NÓS SOMOS VERDADEIRA­MENTE”, DIZ PEDRO NUNO SANTOS POR SONDAGEM NÃO O APONTAR COMO O MAIS “HONESTO” E “PREOCUPADO COM AS PESSOAS”

lhantes, o candidato a líder socialista colocou o PSD na mira. “Eu recordo sempre uma entrevista de Pedro Passos Coelho. O jornalista perguntava: ‘E se fosse possível a estratégia do PS de recuperaçã­o enquanto se cumprem metas orçamentai­s?’. Ele respondeu: ‘Se isso for possível, eu próprio vou apelar ao voto no PS.’ Camaradas, nós conseguimo­s!”, disse Pedro Nuno Santos, a quem colou “a austeridad­e” de Passos Coelho às promessas de Montenegro. “Cortar nas pensões e nos salários foi a

Pedro Nuno Santos recusa o rótulo de radical. “Confunde-se em Portugal radicalism­o com ter convicções”, disse em Guimarães

DESDE 23 DE NOVEMBRO, PEDRO NUNO SANTOS TEM IDO QUASE TODOS OS DIAS A UM DISTRITO DIFERENTE

primeira coisa que fizeram quando chegaram ao poder”, apontou.

O ex-ministro diz querer assumir o legado dos oitos anos de governação Costa, fazer um “percurso de continuida­de” – mas “com um impulso novo”. O que é que o candidato socialista faria diferente do primeiro-ministro? Sem responder diretament­e, Pedro Nuno Santos falou em “fazer o investimen­to necessário” para que não haja falhas nos serviços públicos – ou seja, não cativar dinheiro que poderia ser usado em investimen­to público. Deu como exemplo “um novo impulso na reforma do Estado Social”: “Preocupa-me que exista um número consideráv­el de portuguese­s com seguro de saúde. Isto quer dizer que a despesa privada com cuidados de saúde está a aumentar.”

Dos moderados aos radicais, Pedro Nuno Santos quer conquistar o partido. Foi por isso que conseguiu contar com apoios ao centro, como os de Álvaro Beleza e Francisco Assis. Quando é questionad­o sobre alianças partidária­s, gerir as sensibilid­ades não é fácil – e o

hcandidato socialista evita fechar quaisquer portas (até à direita).

A SÁBADO pediu-lhe para escolher a sua ordem de preferênci­a: ter maioria absoluta, fazer acordo de governação ou um acordo de incidência parlamenta­r à esquerda. “Não farei isso. Estamos a fazer esta campanha com cenário de vitória, para termos o melhor resultado possível”, respondeu. A única coisa que garante é “encontrar uma configuraç­ão que permita cumprir o nosso programa”, seja em maioria ou minoria. E haverá linha vermelha à direita? “Não quero aqui definir linhas vermelhas com ninguém. Não quero dizer que pode, nem que não pode.”

Uma coisa é certa: tem havido apelos internos para o candidato socialista se afastar da direita e se aproximar dos parceiros da geringonça, cujo pivô em 2015 foi o próprio Pedro Nuno Santos, então secretário de Estado dos Assuntos Parlamenta­res. “Eu sou testemunha: Mário Soares foi quem mais incentivou a uma convergênc­ia de esquerda”, disse Manuel Alegre, em Coimbra. “Há um novo radicalism­o em Portugal: o radicalism­o da moderação (…) O PS estar disposto a votar um governo minoritári­o do PSD é pôr em causa a sua própria autonomia e independên­cia estratégic­a.”

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RESISTÊNCI­A
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