Um mundo em estado péssimo
1.
As duas guerras em curso revelam um aspecto da normalidade das guerras: as guerras dos pobres são muito mais cruéis do que as dos remediados ou ricos. Claro que isto é em sentido figurado e uma distinção que deve ser vista com cuidado, porque a crueldade é um atributo de todas as guerras. A guerra dos pobres, neste figurado sentido, é a de Gaza, a dos outros é a da Ucrânia.
2.
A miséria e violência absoluta da guerra entre Israel e os palestinianos, ia escrever Hamas, mas na verdade o modo como a acção israelita se tem desenvolvido já vai muito mais longe do que o ataque e desmantelamento temporário da estrutura militar de um grupo terrorista, pode estar a ser ganha no terreno militar, mas está a ser perdida no plano político, a começar junto dos governos e da opinião pública das democracias que sempre apoiaram Israel. E, a prazo, perdida no plano político, vai ter enormes implicações, inclusive no próprio plano militar e de segurança para Israel. Israel não vai travar o terrorismo palestiniano, seja do Hamas ou de outros grupos semelhantes, está inclusive a semeá-lo.
Até os aliados mais fiéis de Israel, como os americanos, já perceberam que o plano do Governo de Netanyahu é controlar a faixa de Gaza directamente, atirando uma parte importante da sua população para mais uma sucessão de campos de refugiados no Egipto. É uma operação evidente com os apelos à população para que abandone as suas casas e destruindo tudo à sua passagem. Parte importante de Gaza vai ficar inabitável e isso facilita o controlo militar e policial que Israel quer manter. Podem, aliás, seguir-se colonatos para-militares, como o Governo permitiu e permite na Cisjordânia. Como é obvio tudo isto é completamente ilegal, à luz das resoluções das Nações Unidas e do direito internacional, e fará com que Israel caminhe para ser um estado pária no plano internacional.
3.
Mais e pior: esse resultado não só vai significar a derrota de Israel, como a vitória do Hamas e do terrorismo palestiniano, que não se importa de matar milhares de “mártires” civis e militares, para, por via do “sacrifício” dar ao governo ortodoxo, radical e extremista de Israel, a sua falsa oportunidade de vingança e depois terem de lidar com o fim das “duas pátrias” e com uma população enraivecida pela crueldade israelita. Tudo começou por um massacre do Hamas que suscitou a condenação de todos deste lado do mundo. Depois Netanyahu fez tudo para que esse massacre ficasse esquecido e ocultado pelas violências israelitas em Gaza.
4.
Ou os democratas israelitas, que percebem muito bem o que está a acontecer, correm com este Governo e tentam garantir a sua segurança reconquistando o apoio de todos os seus aliados ocidentais e a opinião nas democracias, para combater o terrorismo de outra forma, e reparando o que for possível dos estragos feitos aos palestinianos em Gaza e na
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