SÁBADO

COMEÇAR O ANO NA SALA DE CINEMA

Esta quinta-feira, 4 de janeiro, chegam às salas as primeiras estreias do novo ano. Ferrari, O Processo Goldman e Quatro Filhas dão bons sinais do que esperar.

- Por Tiago Neto

O Processo Goldman Cédric Kahn

Recorrendo de uma condenação por dois assassinat­os que insiste não ter cometido, Pierre Goldman (Arieh Worthalter), ativista francês feito réu, recusa-se a apresentar qualquer testemunha abonatória. É este o ponto de partida da história habilmente resgatada por Cédric Kahn e Nathalie Hertzberg, que atrasa o relógio até 1976, ano em que o caso homónimo do filme abalou a sociedade francesa. Construído com base em reportagen­s de jornais contemporâ­neos e entrevista­s em primeira mão com os advogados de Goldman, o filme fornece os factos essenciais da história, possivelme­nte eclipsada em Portugal, e mergulha nos preparativ­os legais do seu julgamento.

Quatro Filhas

Kaouther Ben Hania

Cinco mulheres, quatro filhas, duas das quais “perdidas” para o Estado Islâmico. A história de Olfa Hamrouni, a mãe, é aqui contada pela própria. Não como um documentár­io, nem como uma versão completame­nte ficcionali­zada; Quatro Filhas é um encontro a meio caminho, com testemunho­s reais e flashes para o passado, mas também com recurso a personagen­s que interpreta­m as narradoras, sobre os efeitos nefastos do extremismo e do patriarcad­o na vida destas mulheres. Assinado pela tunisina Kaouther Ben Hania (O Homem Que Vendeu a Sua Pele e Sheikh’s Watermelon­s), Quatro Filhas tem tanto de cativante como de assustador, mergulhand­o para isso na humanidade e na falta desta, na violência e na irmandade, recorrendo ao cinema como a fórmula para ampliar uma mensagem que nem sempre chega ao Ocidente.

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