OSSANDA, DURA E MUSCULADA
É a favor da prisão perpétua, elogia Trump, Orbán e o VOX. Ataca adversários políticos com veemência e diz que deve acabar a “discriminação positiva” de que goza a imprensa.
Owokismo é “um veneno”. A Aliança Democrática é “uma junção de frouxos e moribundos”. O secretário-geral adjunto do Partido Socialista, João Torres, é “um crápula”. Uma militante do CDS que a criticou nas redes sociais é “uma mulher seca que está a destilar sobre mim todas as frustrações duma vida falhada”.
Foi há pouco tempo, em 2021, mas longe parecem estar os tempos em que Ossanda Liber apareceu contida, na política portuguesa, nas autárquicas desse ano (ver caixa). Mais contundente agora, concorre às Legislativas pela Nova Direita com algumas ideias fortes.
Um exemplo é um post nas redes sociais com uma imagem de uma menina e a frase “lei das casas de banho mistas foi aprovada”. Perguntámos à líder do Nova Direita se tinha lido o diploma, uma vez que este não fala em casas de banho mistas, antes abrindo a porta, por exemplo, a WC de utilização individual, como nos comboios ou aviões.
Liber corrige um pouco o tiro, falando em “questões de higiene”. Dá um exemplo de casa: “Tenho um filho e sei que, quando sai da casa de banho, esta fica imprópria para uso pelas irmãs. Agora ponha isso num contexto escolar. Não é higiénico.” Diz ainda que uma menina sozinha numa casa de banho está mais vulnerável ao assédio.
Quanto ao “crápula” e aos “frouxos e moribundos”, recorda primeiro que “a esquerda nunca se coibiu de usar termos como ‘fascista’ para a direita”: “Depois, o que é que alguém pode ser senão crápula quando vai à televisão dizer que o País está muito melhor?”
Quanto à “mulher seca” do CDS, diz que é “criticada todos os dias” nas redes sociais, mas que não res
“A JUSTIÇA É LENTA. DEVE HAVER UMA SANÇÃO RÁPIDA”, DIZ SOBRE A IMPRENSA QUANDO ESTA FOR “PARCIAL”
ponde a todos. “Mas há alguns em que se vê que há um propósito, um plano concertado do CDS contra mim.” Aí responde.
Liber diz que o seu partido está “entre o PSD e o Chega”. “O que nos aproxima do Chega é o que aproxima a direita: a autoridade do Estado, a família, a segurança, a defesa da vida, os projetos para a imigração.” Diz que Bolsonaro “não esteva à altura” e defende Trump em termos geopolíticos, nomeadamente a sua “imprevisibilidade” e “autoridade”. “Por exemplo, está toda a gente expectante que regresse para acabar com a guerra na Ucrânia.” E identifica-se parcialmente com o Vox espanhol. “Está a fazer um bom trabalho, mas não apresenta soluções que deixem as pessoas confortáveis.” Diz que o mesmo se passa com o Chega e alguma direita europeia, “que fala demasiado, não pensa, não apresenta soluções que deixem as pessoas confortáveis”. Dá o exemplo da prisão perpétua. “Não diria que sou contra.” Garante que só a defende se houver um sistema infalível, em que as condenações se baseiam “no flagrante delito”. Por fim, desfaz-se em elogios ao húngaro Viktor Orbán. “Bom exemplo de liderança patriótica”, diz à SÁBADO, que lhe recordou os ataques à imprensa. Resposta: “A imprensa muitas vezes excede-se, diz inverdades, é parcial, o que não deve acontecer. Não concordo que sob o pretexto da liberdade de imprensa se dê cabo da vida de uma pessoa.” Mas não é para isso que servem os tribunais? “Sou contra a discriminação positiva de que goza a imprensa. A justiça é lenta, deve haver uma sanção rápida.” Admite contudo “não ter pensado ainda” como é que isso se faria. ●