SÁBADO

OSSANDA, DURA E MUSCULADA

É a favor da prisão perpétua, elogia Trump, Orbán e o VOX. Ataca adversário­s políticos com veemência e diz que deve acabar a “discrimina­ção positiva” de que goza a imprensa.

- Por Marco Alves

Owokismo é “um veneno”. A Aliança Democrátic­a é “uma junção de frouxos e moribundos”. O secretário-geral adjunto do Partido Socialista, João Torres, é “um crápula”. Uma militante do CDS que a criticou nas redes sociais é “uma mulher seca que está a destilar sobre mim todas as frustraçõe­s duma vida falhada”.

Foi há pouco tempo, em 2021, mas longe parecem estar os tempos em que Ossanda Liber apareceu contida, na política portuguesa, nas autárquica­s desse ano (ver caixa). Mais contundent­e agora, concorre às Legislativ­as pela Nova Direita com algumas ideias fortes.

Um exemplo é um post nas redes sociais com uma imagem de uma menina e a frase “lei das casas de banho mistas foi aprovada”. Perguntámo­s à líder do Nova Direita se tinha lido o diploma, uma vez que este não fala em casas de banho mistas, antes abrindo a porta, por exemplo, a WC de utilização individual, como nos comboios ou aviões.

Liber corrige um pouco o tiro, falando em “questões de higiene”. Dá um exemplo de casa: “Tenho um filho e sei que, quando sai da casa de banho, esta fica imprópria para uso pelas irmãs. Agora ponha isso num contexto escolar. Não é higiénico.” Diz ainda que uma menina sozinha numa casa de banho está mais vulnerável ao assédio.

Quanto ao “crápula” e aos “frouxos e moribundos”, recorda primeiro que “a esquerda nunca se coibiu de usar termos como ‘fascista’ para a direita”: “Depois, o que é que alguém pode ser senão crápula quando vai à televisão dizer que o País está muito melhor?”

Quanto à “mulher seca” do CDS, diz que é “criticada todos os dias” nas redes sociais, mas que não res

“A JUSTIÇA É LENTA. DEVE HAVER UMA SANÇÃO RÁPIDA”, DIZ SOBRE A IMPRENSA QUANDO ESTA FOR “PARCIAL”

ponde a todos. “Mas há alguns em que se vê que há um propósito, um plano concertado do CDS contra mim.” Aí responde.

Liber diz que o seu partido está “entre o PSD e o Chega”. “O que nos aproxima do Chega é o que aproxima a direita: a autoridade do Estado, a família, a segurança, a defesa da vida, os projetos para a imigração.” Diz que Bolsonaro “não esteva à altura” e defende Trump em termos geopolític­os, nomeadamen­te a sua “imprevisib­ilidade” e “autoridade”. “Por exemplo, está toda a gente expectante que regresse para acabar com a guerra na Ucrânia.” E identifica-se parcialmen­te com o Vox espanhol. “Está a fazer um bom trabalho, mas não apresenta soluções que deixem as pessoas confortáve­is.” Diz que o mesmo se passa com o Chega e alguma direita europeia, “que fala demasiado, não pensa, não apresenta soluções que deixem as pessoas confortáve­is”. Dá o exemplo da prisão perpétua. “Não diria que sou contra.” Garante que só a defende se houver um sistema infalível, em que as condenaçõe­s se baseiam “no flagrante delito”. Por fim, desfaz-se em elogios ao húngaro Viktor Orbán. “Bom exemplo de liderança patriótica”, diz à SÁBADO, que lhe recordou os ataques à imprensa. Resposta: “A imprensa muitas vezes excede-se, diz inverdades, é parcial, o que não deve acontecer. Não concordo que sob o pretexto da liberdade de imprensa se dê cabo da vida de uma pessoa.” Mas não é para isso que servem os tribunais? “Sou contra a discrimina­ção positiva de que goza a imprensa. A justiça é lenta, deve haver uma sanção rápida.” Admite contudo “não ter pensado ainda” como é que isso se faria. ●

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Diz que “o espírito patriótico é a essência da coesão social” e que o wokismo quer reescrever a História para destruir isso

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