DE VOLTA ÀS BALADAS DE TIM BERNARDES
Capaz de dilacerar e de derreter corações, o músico e cantor brasileiro está de volta aos palcos portugueses. A não perder
AS CONTAS são simples e elucidativas: seis anos, quase 20 concertos em Portugal (incluindo os que deu com a sua banda) e uma relação com o País que o tornou quase omnipresente em solo nacional. De 2018 para cá, só nos dois anos pandémicos – 2020 e 2021 – o músico, cantor e escritor de canções brasileiro Tim Bernardes não pisou um palco português. A história está agora a repetir-se, com uma digressão a solo já iniciada que, nos últimos dias de janeiro, passa pelo Teatro de Vila Real (27), Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria (28) e pelo Coliseu do Porto (31), antes de uma atuação dupla no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a 1 e 2 de fevereiro.
Um nome já consagrado da nova canção brasileira, Tim Bernardes, nascido há 32 anos em São Paulo, começou por se afirmar na década passada, com a banda de indie-rock tropical O Terno, de que é compositor e principal vocalista, e com a qual gravou álbuns como 66 (2012), O Terno (2014), Melhor Do Que Parece (2016) e Atrás/Além (2019). Paralelamente, foi trilhando um caminho a solo: no álbum de estreia Recomeçar, de 2017, revelou-se um mestre da canção de desamor, chafurdando na perda e pintando retratos musicais minuciosos de separações e desgostos, abrindo ainda assim, timidamente, um espaço para a regeneração esperançosa.
Em 2022, a sua música ampliou-se: no extraordinário álbum Mil Coisas Invisíveis, alargou o leque de emoções captadas nas suas canções e engrandeceu-as com arranjos mais trabalhados e orquestrados. O salto qualitativo, confirmado na digressão que fez em Portugal nesse mesmo ano, volta agora a ser posto à prova. ●