O JOGO EM MÃOS
A aposta da Asus combina o corpo de uma consola portátil com a potência de um computador. O resultado é uma simbiose confusa para principiantes
DESEMBALAR um híbrido consola e computador pela primeira vez é um marco inesquecível na vida de um gamer ávido que se orgulha de ter terminado todos os jogos em que perdeu horas de vida. Foi essa a sensação quando os olhos e as mãos pousaram pela primeira vez no ROG Ally, sentindo os seus 608 gramas e o promissor processador AMD Ryzen Z1 Extreme com GPU de alta performance, 16 GB de RAM e Windows 11 a correr num ecrã LCD de 7 polegadas. Não durou muito.
Não que os pontos a favor do equipamento, que chegou às lojas em 2023, não sejam muitos: podem ser jogados títulos de PlayStation, Xbox ou PC, cortesia de lojas como a Steam, Origin, Epic e EA Play, acessíveis a partir de um botão que nos encaminha diretamente ao hub de jogos da Asus, o Armory Crate.
Na hora da verdade, contudo, o ROG parece ser tudo menos um aliado para quem não tenha um doutoramento em engenharia informática, e as primeiras interações de um utilizador leigo em charts de desempenho e FPS e TDP e SSD e GTX 1050 TI podem revelar-se no mínimo demoradas e no máximo desastrosas.
Arrancar com um jogo é uma tarefa penosa para aqueles que não façam parte do universo PC ou Xbox. O desespero mantém-se quando temos de ajustar as funções de desempenho, regressando incessantemente à página de dicas no YouTube.
Em última análise, e apesar do ecrã LCD, com 500 nits de iluminação máxima, um argumento inegável do ROG, o equipamento pode facilmente transformar-se numa desilusão para quem procura apenas – e de forma intuitiva – jogar. ●