3 ESPETÁCULOS, DE LISBOA A AVEIRO
Entre uma adaptação tresloucada de Mulherzinhas, um texto inédito de Gonçalo M. Tavares sobre a velhice e a morte e uma performance multidisciplinar, há muito para ver nos palcos nacionais nos próximos dias.
Glimmer Teatro Aveirense, Aveiro 2 e 3 fev. • 6.ª e sáb. 21h30 • €10
Criação híbrida que cruza uma série de expressões artísticas – música, dança, vídeo, artes digitais, moda, iluminação e arquitetura de cena –, Glimmer é a segunda colaboração do coreógrafo Rui Horta com a banda Micro Audio Waves, depois de Zoetrope (2010). Trabalho sobre “o triunfo da luz face à opacidade”, “uma tecnologia tão humanizada que se confunde connosco”, o futuro do planeta e a evolução das relações humanas, tem contributos de Gaya de Medeiros (na interpretação e coreografia) e da estilista Constança Entrudo. Estreia em Aveiro, Capital Portuguesa da Cultura 2024, prosseguindo depois para Ourém, Caldas da Rainha, Viseu, Guimarães, Leiria, Águeda, Famalicão, Montemor-o-Novo, Porto, Bragança e Lisboa.
O Fim Teatro São Luiz, Lisboa De 2 a 4 fev. • 6.ª e sáb. 20h, dom. 17h30 • €12 a €15
Uma personagem central que nunca se vê, um corredor de hospital, um cão que se chama Morte, uma mulher que ninguém consegue decifrar e um rapaz que quer transformar uma sala de espera, tradicionalmente lúgubre, numa festa de aniversário com balões. Estes são alguns dos ingredientes de O Fim, peça com texto (inédito) de Gonçalo M. Tavares levado a palco pela estrutura Momento – Artistas Independentes, uma reflexão poética e surrealista sobre a velhice, a finitude, a memória e a perda.
Little Wimmin Teatro do Bairro Alto, Lisboa 3 e 4 fev. • Sáb. 19h30, dom. 17h30 • €12
“É seguro dizer que isto não é uma adaptação direta”, escrevia Kate Wyver, crítica de teatro, no The Guardian, em 2019, sobre este espetáculo que chega agora a Portugal. Da autoria do coletivo Figs in Wigs, grupo feminino que tem desafiado as convenções do teatro com espetáculos performáticos que juntam música, humor e dança, este Little Wimmin é uma espécie de revisão contemporânea, feminista e subversiva de Mulherzinhas, de Louisa May Alcott. Os cânones vão todos aos arames, nesta transformação que sintoniza um clássico com as alterações climáticas, a astrologia e as chagas do presente.