Uma família influente
Entrar no escritório de André Theotónio Pereira é regressar ao passado de uma família que se fez importante sobretudo durante o Estado Novo. Naquele espaço, arrendado pela primeira vez pelo seu bisavô, os quadros convivem com latas antigas de azeite, garrafas de vinho que chegavam a ser vendidas na Austrália e imagens de Salazar. “Eu não vendo aquilo que herdei, só o que comprei, e os Salazares que vê aqui herdei-os quase todos, com excepção desse busto”, diz, apontando a peça. Nas duas ocasiões que esteve com a redatora principal Ana Taborda – para contar histórias de uma família que inclui um arquiteto quatro vezes preso pela PIDE – André não deixou de fazer piadas sobre o antigo regime. Quando uma das pastas que abriu foi parar ao chão, atirou: “Já caiu o Estado Novo”. No tema de capa desta semana, pode conhecer alguns episódios relevantes de uma família que se fez burguesa e influente – mais do que rica – ao longo de nove gerações.
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Professores sem formação
“Como aluno que fui, como pai que sou e agora como professor, tenho que dizer que estou muito preocupado.” É assim que Hugo Fernandes, um dos professores sem formação pedagógica entrevistados pela jornalista Susana Lúcio, se sente quando considera os desafios que a escola pública enfrenta.
O mais grave é a falta de professores, que tem sido colmatada pela entrada de milhares de licenciados sem formação para dar aulas. Eles contam as dificuldades que enfrentam, muitas delas acrescidas pela falta de experiência. Alguns admitem continuar e planeiam fazer o mestrado de ensino para progredirem na carreira. Outros, mal entraram e já pensam em sair.
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A polémica Pichardo-Benfica
O jornalista Tiago Carrasco recebeu uma denúncia a relatar a razão do litígio entre o campeão olímpico Pedro Pichardo e o Benfica: o atleta terá pressionado o clube a afastar a diretora Ana Oliveira, de forma a penalizar a sua ex-mulher, Arialis Martínez, também atleta do clube. Por o caso envolver a filha menor de ambos, a entrevista à velocista teve de ser escrutinada pela sua advogada, uma vez que existe uma ação legal de responsabilidades parentais em curso. O jornalista também tentou chegar à fala com Pichardo. Sem acesso ao seu número de telemóvel, conseguiu interpelar a sua equipa técnica através do porteiro do Estádio Municipal de Setúbal, que lhes passou o recado do caráter de urgência do pedido da SÁBADO. A resposta veio minutos depois: “Ele não quer falar com ninguém”. Nem após as questões terem sido enviadas ao seu empresário (da Polaris Sports, subempresa da Gestifute), o luso-cubano exerceu o seu direito ao contraditório. Ficámos ainda assim a saber que ele segue a sua preparação a bom ritmo para os Jogos Olímpicos e que até incorporou um novo treinador, também de origem cubana, na sua equipa. ●