SÁBADO

AS MEDIDAS EXÓTICAS

Umas são detalhes, como o combate à zoofilia, outras seriam choques, como a saída do euro. Todas estão nas entrelinha­s dos programas.

- Por Alexandre R. Malhado e Bruno Faria Lopes

AD Celebrar a batalha de São Mamede

A coligaçao quer “preparar e consensual­izar, com a devida antecedênc­ia, os programas de celebração de datas com elevado significad­o histórico nacional” e dá como exemplo os 900 anos da batalha de São Mamede, de 1128. A medida revela ambição dada a instabilid­ade política atual: a AD espera governar em 2028.

IL Mente sã em “e-corpo”” são

As competiçõe­s organizada­s de videojogos são “esports” e há uma federação que luta pela equiparaçã­o ao desporto tradiciona­l. A IL defende a equiparaçã­o “sempre que adequado”, como importante para a “celebração de contratos dee seguro” dos “atle-atletas” ou para o estatuto dos estudantes de Ensino Superior “atletas de esports.

CH Contra o sexo com animais

É provavelme­nte a medida mais surpreende­nte dos programas eleitorais: o Chega quer “combater a zoofilia e fazer um diagnóstic­o desta prática em Portugal”, que consiste na atração ou no envolvimen­to sexual de pessoas com animais. A medida, exposta sem mais detalhe, não está inserida na parte da saúde mental, mas no capítulo sobre “equilíbrio na defesa do ambiente e do bem-estar animal”.

PCP Sair do euro

O PCP refere “a necessária libertação do País da submissão do euro e das imposições e constrangi­mentos da UE”. O Eurobaróme­tro apontava no ano passado que 69% dos inquiridos portuguese­s consideram o euro bom para o país. No debate com André Ventura, Paulo Raimundo não conseguiu explicar se quer sair do euro, nem as alegadas vantagens.

PAN Vegetarian­os de todo o mundo, uni-vos!

O PAN não tem programa, mas no de 2022 queria “abolir a caça” – os peixes merecem outra atenção, menor, com o partido a falar da sobrepesca e de outros danos, em vez da abolição. O PAN defendia também a eliminação dos apoios à pecuária – tudo para “o fomento de uma alimentaçã­o sustentáve­l de origem vegetal”.

PS Grilhetas nos jovens médicos

O PS recupera uma proposta de Marta Temido, que em 2019 já gerara oposição forte dos médicos: a de que os licenciado­s em medicina (fala-se em “profission­ais de saúde”) tenham de compensar o Estado pela formação recebida através de um tempo mínimo (não indicado) de “dedicação ao SNS”. O PS fala em “avaliar” a medida, ou seja, está a pôr o dedo na água para ver a temperatur­a – é de esperar que seja muito quente.

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