OS QUATRO CENÁRIOS PARA 11 DE MARÇO
As sondagens sugerem incerteza sobre o vencedor, mas dão sinal forte sobre uma maioria dedireita – um sinal decisivo para Pedro Nuno Santos garantir que viabiliza um governo da AD. Sobram muitas dúvidas sobre o que acontecerá num cenário de vitória do PS com maioria de esquerda. Há uma quase certeza: o próximo ciclo político será precário.
Agarantia de Pedro Nuno Santos de que viabilizará um governo da AD se o PS perder as eleições tem dois significados: o líder socialista conta com uma maioria de direita no parlamento (caso contrário não teria dado a garantia) e esvazia o papel de “fiel da balança” que o Chega poderia ter, caso a AD precisasse desse partido para governar.
Sobra, contudo, um cenário provável por decifrar: o que acontecerá se o PS vencer e a maioria for de direita? Luís Montenegro já tinha dito que só governará se ganhar as eleições, mas quando questionado nos debates tem evitado responder. Quatro fontes do PSD ouvidas pela SÁBADO apontam cenários com contornos distintos, que passam pela queda de Montenegro como líder após a derrota ou pela sua manutenção, dando o dito por não dito (aceitando ser primeiro-ministro se a votação AD e IL for maior do que a do PS) ou pelo cumprimento da palavra. Todos apontam um desfecho comum: o partido terá a tentação muito forte de rejeitar uma solução minoritária do PS. Montenegro disse, de resto, que a sua garantia apenas o vinculava a ele, não ao partido. O Presidente da República terá um papel crucial (ver cenários) na aceitação de planos B.
Os cenários de maioria de esquerda são pouco prováveis, mas mostram que nem aí a vitória do PS traria estabilidade: Pedro Nuno precisaria de três ou quatro partidos para se aguentar. A precariedade será a regra – e o primeiro teste será daí a oito meses, no Orçamento do Estado para 2025. ●
QUATRO FONTES DO PSD APONTAM VIAS DIFERENTES PARA O MESMO DESFECHO: O PSD NÃO DEIXA PASSAR O PS