SÁBADO

Ouvir política na TV de pequenino

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recreio da escola básica de Espinho, vaticinava­m que “o Vilha [abreviatur­a da sua alcunha, Ervilha, por causa dos olhos verdes] ia ser o presidente da junta e quem sabe primeiro-ministro”, conta o amigo de infância Nuno Amaral. Nem dos amigos que mobilizou, aos 23 anos, para tentar reanimar o PSD de Espinho, depois da limpeza nos cadernos de militantes – levada a cabo, em 1996, por Rui Rio, então secretário-geral de Marcelo Rebelo de Sousa –, a qual expôs que a concelhia de Espinho tinha apenas 50 membros e não 600. “Éramos uns miúdos a tomar conta de um partido de adultos”, recorda Sandra Prata, colega de Montenegro na comissão política da Juventude Social Democrata local, garantindo que “já nessa altura se notava que o Luís ia longe na política e dava para acreditar que um dia podia ser candidato a primeiro-ministro”. por altura das eleições regionais, no início do mês; e não abdica de escrever os seus discursos. “Costuma dizer que ainda não arranjou quem escreva como ele pensa”, confirma o seu secretário-geral.

Luís Montenegro, 51 anos, foi parar à política pelo próprio pé. Apesar de na família materna haver um deputado e autarcas e de os pais serem adeptos da social-democracia, admiradore­s de Sá Carneiro, foi Filipe – segundo nome de Montenegro e é assim que a família e os amigos mais próximos lhe chamam – que levou a política para dentro de casa. “Ele era uma criança e gostava de ouvir na televisão mesas-redondas. Eu e o pai admirávamo­s como uma criança tão pequena já mostrava tanto interesse pela vida pública”, contou a mãe, Virgínia Montenegro, num vídeo montado pela autarquia de Espinho, em 2016, para homenagear o social-democrata, que recebeu a Medalha de Ouro da Cidade e o Título de Cidadão de Espinho.

Desde miúdo que não perde uma oportunida­de de dar um chuto numa bola de futebol. Gostava de ler e era bom aluno

Em criança, ajudava o avô paterno na quinta da família e recebia 10 escudos por isso, quando os primos mais velhos auferiam 20. Mas não descansou enquanto não repôs a justiça do Norte. O pai, Henrique Esteves, que morreu de doença prolongada, em 2011, seguiu advocacia (como fez depois o filho, que tirou Direito na Universida­de Católica do Porto) e era diretor do Centro de Produção da RTP, no Porto.

O SEU PRIMEIRO DESAFIO POLÍTICO FOI MOBILIZAR UMA CONCELHIA DO PSD SEM IMPLANTAÇíO E SEM QUADROS

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