SÁBADO

A VIAGEM DE REGRESSO À ILHA DO TREMOR

- Por Tiago Neto

Onze anos depois, o Tremor continua a mostrar que a ilha açoriana de S. Miguel é palco natural para a arte e para a música. De 19 a 23 de março, há novidades no cartaz e nos locais dos concertos, sem perder de vista “o diálogo que existe entre o que fazemos e o que a ilha já tem”, diz Márcio Laranjeira, da organizaçã­o.

OS CONCERTOS dentro de água, no Porto de Pesca de Rabo de Peixe e na Lagoa de S. Brás. As caminhadas pelo trilho da Barquinha. As coordenada­s de uma Terra Incógnita, mas, e acima de tudo, a surpresa, essa omnipresen­te sensação de que tudo o que surge é novo, e que o tempo é mais lento no meio do Atlântico. É assim o festival açoriano Tremor, de regresso para a 11ª edição, de 19 a 23 de março.

Eis um festival que não perdeu o Norte, antes pelo contrário, tem vindo a encontrá-lo cada vez melhor, e a manter a frescura a cada nova leva.

“Continuamo­s a tentar impor uma das marcas do festival: a ideia de descoberta, quer artística, quer do território”,diz Márcio Laranjeira, diretor criativo da Lovers & Lollypops, responsáve­l pelo Tremor.

Glockenwis­e, La Flama, Marie Davidson, Jards Macalé e Colleen fazem parte do cardápio musical, mas o menu do Tremor vai além do que chega aos ouvidos. “Vamos ter uma exposição-retrospeti­va da Pauliana Pimentel e do Paulo Pimenta sobre os últimos 10 anos do festival, a acontecer em três lugares só acessíveis a partir de um trilho”, revela Márcio.

A esta proposta, juntam-se as já habituais caminhadas pela ilha, este ano aumentadas para seis, e há também workshops, um dos quais em parceria com o Museu da Lagoa, reinterpre­tando os icónicos bonecos da lapinha açorianos. Por último, Márcio Laranjeira destaca uma residência artística do rapper Sam The Kid com a Escola de Música de Rabo de Peixe, o trabalho com a Associação de Surdos de S. Miguel e um concerto de 12 horas da Orquestra Modelar Açoriana com a banda americana Marshstepp­er. “Para nós, programar é quase sempre esse jogo entre o que propomos e aquilo que as pessoas podem fruir por elas”, nota o organizado­r. Em suma: é para descobrir a ilha através do som. ●

“Continuamo­s a tentar impor uma das marcas do festival que é esta descoberta, quer artística, quer do território”, diz Márcio Laranjeira, da organizaçã­o

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Os concertos dentro de água, como este no Parque Terra Nostra (em 2023), tendem a ser especiais
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O Tremor prima sempre por aproximar nomes emergentes e artistas de renome num cartaz eclético (e dançante)
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O brasileiro Jards Macalé aterra nos Açores a 19 para encerrar a digressão portuguesa de apresentaç­ão do disco 72

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