“CITO FLORBELA ESPANCA: O SILÊNCIO É ÀS VEZES O QUE FAZ MAIS MAL QUANDO A GENTE SOFRE”
TERESA THÖBE E MARIA DO CARMO SILVEIRA, DO GRUPO AGEAS PORTUGAL, REFORÇAM A IMPORTÂNCIA DE SE FALAR MAIS E SEM TABUS SOBRE A SAÚDE DA MULHER, UMA TEMÁTICA QUE SEMPRE FOI UMA PRIORIDADE PARA A MÉDIS.
No lançamento da 2.ª edição do (M)Eu, Verso, um projeto de conteúdos desenvolvido com o apoio da SÁBADO e com o patrocínio integral da Médis, Teresa Thöbe, responsável de marca, parcerias e patrocínios do Grupo Ageas Portugal, e Maria do Carmo Silveira, responsável do Ecossistema Saúde Médis, do Grupo Ageas Portugal, falaram sobre o corpo e a genética feminina, “desde sempre ignorados e mal compreendidos”, reforçaram que é preciso fazer-se mais para reparar a discriminação das mulheres, “que se enraizou culturalmente durante séculos”, e não deixaram escapar o alerta para a necessidade de uma mudança de mentalidade e de comportamentos, uma premissa que ganha uma nova dimensão, em Portugal e no mundo.
Quando foi lançado, em parceria, o projeto (M)Eu, Verso, em 2022, Teresa Thöbe disse que este era “um projeto de proximidade, um projeto de pessoas”. Nesta nova edição, o foco vai estar na saúde da mulher. Como surgiu este caminho e qual o porquê deste propósito? Teresa Thöbe: Ao longo das quase três décadas de história da Médis, a saúde da mulher foi sempre uma das nossas prioridades. A maternidade, que é um dos grandes momentos da saúde da mulher, foi, desde sempre, uma das principais razões de adesão à Médis. Nos últimos anos, intensificámos esta ligação, reforçando a nossa oferta. Em 2021, lançámos o Programa Bebé Médis, que disponibiliza ajuda clínica e emocional e apoio ao planeamento de uma gravidez saudável e uma maternidade e paternidade tranquilas. Em 2022, intensificámos ainda mais esta ligação com o estudo “Saúde e Bem-estar das Mulheres: um Potencial a Alcançar” (disponível em www.saudes.pt), em que retratámos a saúde das mulheres portuguesas, e apresentámos dados e reflexões riquíssimas, que acabam por alimentar o “Meu Verso”. Agora, em 2024, damos continuidade a este projeto, no qual, além da construção de uma partilha corajosa, a dimensão mais importante é o conhecimento e a esperança que se entregam a quem vive situações idênticas. Com humanismo, sem o filtro das histórias bonitas, por meio de poesia falada e de histórias reais que traçam perfis de vários temas de saúde. Na edição deste ano, reforçamos a atenção que a Médis vai continuar a dar à saúde da mulher, agora e nos próximos anos.
É importante aproximar as pessoas da saúde da mulher e dar voz às mulheres em particular? Maria do Carmo Silveira: Para responder, cito Florbela Espanca, uma das nossas maiores poetas e uma ativista dos direitos das mulheres: “O silêncio é às vezes o que faz mais mal quando a gente sofre”. Dito isto, a resposta é sim, é importante dar voz às mulheres. Vivemos num período de hipermediatização das desigualdades de género, por exemplo, nos salários, na carreira, na gestão da família. Há uma inequívoca tentativa de reparação da discriminação que se enraizou culturalmente durante séculos, mas é preciso mais. É fundamental acrescentar o foco da saúde, área em que as mulheres também têm sido desconsideradas historicamente. O corpo e a genética feminina foram, desde sempre, ignorados e mal compreendidos. A inclusão do género como uma variável a considerar durante uma investigação é, aliás, relativamente recente na medicina. Esta terraplanagem das diferenças objetivamente desvalorizou a especificidade feminina, e ignorou que a fisionomia e o ciclo de vida das mulheres não têm equivalência no masculino: a menstruação, os ciclos hormonais, a fertilidade e a gestação, o pós-parto, a menopausa, o envelhecimento, a autoimagem, a relação com o corpo, entre outros, são fatores que ditam uma relação com a saúde que é, naturalmente, diferente entre mulheres e homens.
Este é um território de ideias feitas e de normalização de opiniões (...) que temos que desconstruir MARIA DO CARMO SILVEIRA GRUPO AGEAS PORTUGAL