FOREST: O INÍCIO DE OUTRA VIDA
Chama-se Forest, Pizza & Coffee Culture e ocupa o antigo espaço de self-service do Vela Latina, clássico de Lisboa. Quer fazer a sua história com um forno a lenha e uma vista para a Torre de Belém. A carta do Forest combina pratos como a sopa de tomate, s
do jornalismo de cultura e lifestyle, cai-se muitas vezes na tentação de embelezar o mundo. Se se fala sobre um restaurante, pode arriscar-se um “não deixe de fazer reserva” quando na verdade o que se devia escrever era “conte com semanas em fila de espera”. É o mundo que temos (de restaurantes lotados mesmo quando as notícias estão cheias de temas como crise, inflação e pobreza) e é o jornalismo que temos — que a meio caminho entre relatar e traduzir a realidade, por vezes a mascara. Para evitar cair nesse erro, neste texto faremos o possível por ser tão crus
como as saladas desta carta: faça o que fizer, não leve o seu carro para o Forest, a nova cafetaria do clássico Vela Latina, em Belém, depois das 12h30. Ou faça-o, mas conte com 25 minutos à procura de lugar. Esses 25 minutos valem a pena? Valem, mas seriam mais bem passados a contemplar a carta.
E a carta traz uma intenção: que quer esteja a passear com a família por Belém (viva em Lisboa, noutra zona do País ou do mundo) quer tenha pensado num almoço de família, um lanche com amigos ou num jantar romântico, tem um prato para cada ocasião.
Comece pelo início, com o couvert, com focaccia de tomate, alho e alecrim com dip de tomate (€4). Depois pode optar por saladas como a caprese (tomate, mozarela de búfala e manjericão, por €12), pastas como carbonara ( spaghetti, parmesão, gema de ovo e bacon, €13) ou pizzas (como a Forest, com mozarela fior di latte, pistácio, mortadela e lascas de parmesão, €16).
Com vista para a Torre de Belém e para as árvores centenárias dos seus jardins (que serviram de fonte de inspiração para o nome da cafetaria), o Forest mantém traços de identidade do espaço anterior – quer-se descontraído, animado, mas não barulhento, ideal para os almoços, mas com estofo para os jantares. Servindo todo o dia, serve pequeno-almoço, brunch, almoço e jantar.
Com Viviane Leote (Confraria do Sushi, Waka, Bossa e, em breve, a Casa do Largo) ao comando, fica assim completo uma espécie de quarteto fantástico do Vela Latina, que à cabeça tem um dos restaurantes mais icónicos do País, com o mesmo nome e uma carta mediterrânica, o Nikkei, que faz uma fusão de cozinha japonesa e peruana; a Charcutaria, perfeita para um copo de vinho acompanhado de queijos e enchidos; e o Forest, de sabores italianos e, vale a pena repetir, pratos para todas as horas. ●