Foi e é bonita a festa, pá!!!
Aedição da SÁBADO desta semana é um hino ao 25 de Abril. São 74 páginas dedicadas à data mais importante da democracia portuguesa, agora que está prestes a comemorar-se os 50 anos da Revolução. É um megatrabalho em que falamos de histórias pessoais e coletivas e de muitas memórias de tempos que devem ser recordados para compreender a história contemporânea portuguesa. Mas quando partimos para o planeamento deste dossiê não contávamos com alguns obstáculos. Um deles foi o estado em que se encontra o Centro de Documentação 25 de Abril (Universidade de Coimbra), que tem um importante espólio sobre a Revolução dos Cravos. Não só de livros e outro tipo de documentos, mas sobretudo de áudios e vídeos, incluindo reportagens e entrevistas realizadas aos protagonistas. Aquilo a que o Centro chama a “Historia Oral do 25 de Abril”. Só que o desinvestimento no Centro é óbvio: tem apenas três funcionárias (já teve 12) eo site tem tantos problemas técnicos que quase todo o conteúdo audiovisual (incluindo os valiosos áudios e vídeos) teve de ser retirado. Por isso, o jornalista Marco Alves foi obrigado a estar dois dias em Coimbra a ouvir muitas horas de entrevistas dos protagonistas do golpe – de Salgueiro Maia aos militares do posto de comando da Pontinha.
B Os fotógrafos de Abril
Neste dossiê fizemos também um desafio a Jean-Claude Francolon, fotojornalista francês que estava destacado em Lisboa no 25 de Abril de 1974, para partilhar algumas histórias sobre as fotografias que tirou no dia da Revolução. Mas primeiro foi necessário convencê-lo de que falava com um jornalista de uma publicação real e não com alguém que se queria aproveitar do seu trabalho. “Você não é jornalista”, chegou a acusar, pedindo provas de que o jornalista Diogo Barreto trabalhava de facto para a revista. Carteira de jornalista, fotografias de artigos e a página oficial do site da SÁBADO foram suficientes para convencer Francolon a partilhar as suas imagens e histórias únicas. Aliás, outros fotojornalistas, como Alfredo Cunha, Rui Ochôa, Inácio Ludgero, Teresa Montserrat e Eduardo Gageiro, também nos cederam algumas das suas fotos icónicas.
B De Vera Lagoa a muitos outros
Nos 50 anos do 25 de Abril fomos à procura das reportagens do dia, encontrámos uma entrevista insólita com o marechal António de Spínola, investigámos como se vivia nos primeiros anos da década de 70, recolhemos as crónicas emocionantes de Vera Lagoa e de Francisco Sousa Tavares, e ainda pedimos opiniões sobre o dia da liberdade à escritora Lídia Jorge, ao cantor Vitorino, à jornalista Maria Elisa Domingues e a muitos outros.
A fechar este dossiê publicamos a “1ª vez em liberdade”, um momento recordado por várias figuras públicas sobre as respetivas vidas em liberdade - de Tim a Júlio Isidro, de Alice Vieira a Justa Nobre e José Pedro Gomes, e outros. ●