UM PORTO ESPECIAL PARA OS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL
A Barros acaba de lançar uma edição especial do seu Porto colheita de 1974, que envelhece em barrica desde o ano de começo da liberdade. Esta é a história de um Porto especial com sabor a Abril. A arte desta edição especial comemorativa dos 50 anos do 25
de especial um vinho do Porto Colheita? Ao contrário dos Tawny convencionais, feitos de vinhos de várias colheitas, estes Portos são feitos de uvas colhidas num único ano, normalmente exibido em grande destaque no rótulo; e, ao contrário dos Vintage, cujo envelhecimento é integralmente feito na garrafa, os Colheitas estagiam em cascos de madeira (tal como os Tawny), onde devem permanecer pelo menos sete anos antes de engarrafados – o que torna este Barros, de não menos de 50 anos de idade, uma raridade apetitosa.
Não é a primeira vez que encontramos um Barros Colheita de 1974. No ano da Revolução dos Cravos, a colheita foi “levada da Quinta de São Luiz para as Caves de Vila Nova de Gaia”, recorda à SÁBADO Carla Tiago, enóloga da Barros. De tempos a tempos, garrafas deste Colheita 1974 vão surgindo – incluindo uma primeira edição comemorativa do 25 de Abril, em 2014 –, mas a enóloga explica que, “de cada vez que se faz engarrafamento, os vinhos são diferentes”.
Devemo-lo ao estágio prolongado em madeira, que produz uma “oxidação suave que leva a que os vinhos se desenvolvam muito lentamente, dando azo a muitas camadas de sabores e aromas”. A enóloga destaca aqui “uma primeira camada de figo, amêndoa e nozes, que dá lugar a cravinho, canela, noz-moscada e a casca de laranja confitada”.
Entre o engarrafamento de 2014 e este, diz que o vinho deu “mais palco à parte da especiaria e dos balsâmicos” em prejuízo da fruta, pelo que, se é fã desta qualidade nos Portos, esta versão do Colheita 1974 mais madura – que, na prática, envelheceu em cascos por perto de 50 anos – poderá ser a melhor até agora.
O design desta edição especial comemorativa ficou a cargo da artista Teresa Rego, sem “barreiras ou restrições”. Para uma experiência mais completa, a enóloga recomenda arrefecer o vinho a cerca de 14º, o que vai sublinhar o “equilíbrio entre acidez e doçura, que está num momento fantástico”. ●