Investigação
Um vendeu terrenos da mãe em Cascais, outro mantém dois apartamentos no Chiado, comprados por 4 milhões de euros. E a defesa judicial de Sócrates poderá ter custado 750 mil euros.
Operação Marquês: a nova vida dos acusados
São três homens e um futuro judicial comum. Ligados pelas suspeitas de crimes de corrupção do maior processo da justiça portuguesa, cuja instrução deverá arrancar a 3 de Setembro no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), o ex-primeiro-ministro José Sócrates, o antigo banqueiro Ricardo Salgado e o gestor Zeinal Bava mudaram de vida nos últimos quatro anos. Mas não deixaram todos os luxos de outrora: continuam a ter equipas de advogados de elite (identificadas e nos bastidores), frequentam restaurantes de luxo e, sobretudo Ricardo Salgado e Zeinal Bava, têm propriedades imobiliárias avaliadas em milhões de euros.
Já José Sócrates, enquanto procura mais motivos para contestar os argumentos do Ministério Público (MP), voltou ao convívio do amigo Carlos Santos Silva, zangou-se e fez as pazes com Armando Vara e parece estar atento a tudo, até ao eleitorado jovem. A recente entrevista dada ao blogue É Apenas Fumaça é apenas um exemplo. A conversa sobre actualidade e política internacional foi gravada a 29 de Janeiro no Bagabaga Studios, em Lisboa, durou três horas e saiu a 14 de Fevereiro, na íntegra e sem cortes. “Quando José Sócrates entrou em modo ‘entrevistado’, a sua postura mudou e ficou mais defensivo”, diz à SÁBADO Ricardo Ribeiro, um dos mentores do projecto. Nas próximas páginas, conheça os detalhes da vida destes homens desde a acusação e alguns dos negócios milionários que fizeram nos últimos tempos.