O laboratório em casa
Desafiada a fazer a experiência de viver uma semana com produtos naturais, a jornalista Maria Espírito Santo aceitou prontamente. Hoje confessa: “Tinha uma ideia um pouco ingénua do que seria. Não soube bem no que me ia meter.” No trabalho que publicamos entre as páginas 62 e 68, pode ler como ela teve de penar em mínis, médios e supermercados à procura de ingredientes difíceis de encontrar (como o sabão de azeite, que até já foi um produto comum em Portugal). O tempo de preparação indicado nas receitas também não tem correspondência com a realidade: em alguns casos, 10 minutos transformaram-se em horas, numa espécie de minuciosa experiência laboratorial. De tudo, o que correu pior foi o champô, mas o resultado foi muito positivo, se não vejamos os planos da Maria: “Ao gel de duche tenho de aperfeiçoar a textura, a pasta de dentes, vou usá-la alternadamente com a regular, vou manter-me fiel ao novo desmaquilhante, a pasta escura para a pele não vai sair da minha rotina e o creme de corpo talvez, para a próxima vez, lhe troque o óleo essencial (prefiro o de lavanda ao de menta).”
Aventuras em África
O jornalista Tiago Carrasco foi a Luanda apresentar o livro que escreveu sobre Os Tuneza (já descritos como uma espécie de Gato Fedorento de Angola) mas aproveitou para trabalhar. Ele próprio confessa que faz questão em realizar uma qualquer reportagem sobre desporto em todas as (muitas) viagens que faz, mas desta vez não tinha qualquer perspectiva, até que lhe falaram do português que treina o clube do general Bento Kangamba. Chama-se Sérgio Traguil e respondeu pelo chatdo Facebook minutos depois de contactado. Contou a sua história numa entrevista de 85 minutos – e é uma história incrível de um treinador com carreira em África e um percurso no mínimo peculiar: de agente da EMEL com sentimentos de culpa passou para as escoli- nhas do Benfica, daí saltou para a Nigéria, conheceu a riqueza, regressou a Portalegre e enfrentou a falência – e está agora em Angola nos primeiros lugares do Girabola.
Um avô irresistível
Outra história com África em pano de fundo é a de Armando Torre do Valle, um homem “alto, loiro, mãos de artista, aventureiro. Irresistível”. Era o avô de Vasco d’Avillez, que o investiga desde os anos 90, quando teve de falar sobre ele num programa de televisão. Ele pouco sabia do homem que foi o primeiro piloto civil de Moçambique e efectuou em 1933 a travessia aérea entre Xai-Xai e Lisboa. A subeditora Vanda Marques combinou com Vasco d’Avillez um dia e uma hora para uma entrevista e surpreendeu-se por o ouvir em altifalante. “Estou a conduzir e está em alta voz”, confirmou ele do outro lado. Foi a recordar e a contar a história do avô que conduziu largos minutos até casa. Para ler a partir da página 72.