SÁBADO

ARCADE FIRE TOCAM EVERYTHING NOW EM LISBOA

- q RITA BERTRAND

Os bilhetes esgotaram em dias: à venda a partir de 30 de Setembro, a 6 de Outubro já tinham voado. A razão é simples: a lotação do Campo Pequeno é curta para uma banda com o nível de popularida­de dos Arcade Fire, cujo regresso a Portugal foi entretanto confirmado: em Agosto vão ao festival Vodafone Paredes de Coura – onde se estrearam em solo nacional, em 2005, um ano depois da edição do aclamado Funeral, o álbum que lhes trouxe reconhecim­ento mundial e que abria com a faixa irresistív­el, de amor adolescent­e, Neighborho­od

#1 (Tunnels). No entanto, talvez o Campo Pequeno, pela sua circularid­ade (obrigatóri­a no caso, já que o palco não é de teatro à italiana mas um ringue em redor do qual o público se distribui), mas também pela sua dimensão, a permitir mais proximidad­e e intimismo do que a Altice Arena, seja mesmo a sala lisboeta ideal para assistir – já esta segunda-feira, 23 de Abril – à versão de concerto de

Everything Now, o sexto álbum de originais da banda, uma visão sarcástica e desencanta­da do mundo moderno, a troçar da obsessão humana com a tecnologia, embrulhada em pop-rock orquestrad­a, com

influência­s de disco

sound e outros trejeitos dos anos 70 e 80, mas também com arranjos épicos, à base de cordas, teclas e sopros em crescendo, como é hábito na música do colectivo canadiano, liderado por Win Butler, a mulher, Régine Chassagne, e o irmão, William. Estreado em Setembro (com êxito estrondoso) no Madison Square Garden de Nova Iorque, o novo concerto da banda canadiana – que já tocou cinco vezes em Portugal, a última das quais em 2016, no NOS Alive – assenta no irónico (e muito menos emocional que os precedente­s discos) Everything

Now, mas não se esgota nele: há visitas a Funeral,

Neon Bible e Reflektor – e, diz quem já viu, soa tudo bem. v

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