TONE DAS FRANCESINHAS

Tv. da Agra, 180, Leça da Palmeira • 9h-2h (não fecha) • €10 (Preço médio)

Há 44 anos, quando Maria Isabel começou a fazer francesinhas, eram poucas as casas que as serviam. “Na altura só a Regaleira no Porto e o Mucaba em Gaia” e foi a este último que, com o marido António, Maria Isabel foi perceber o que de tão especial tinha este croque monsieur à portuguesa. Hoje, com 75 anos, ainda não perdeu a mão para as suas francesinhas e para fazer o molho – 20 litros por semana, cinco horas a apurar na panela. A filha Zélia é a ajuda preciosa e garante que já chegou a mandar molho para “toda a parte do mundo”, da Alemanha à Colômbia. A receita que seguem é a tradicional, sem bife, “só fiambre, linguiça e salsicha fresca do Leandro” – o do Bolhão claro. No molho, um dos segredos é muito alho. Os outros só Maria Isabel e Zélia é que sabem: “Nem o meu filho sabe, prometi que lhe dizia quando acabasse a faculdade.” Neste café simples de corredor comprido, paredes e cadeiras verdes – a família é toda do Sporting, “corre no sangue” – há também pratinhos de tripas enfarinhadas com molho de sarrabulho (servido ao lado), bucho com molho verde, costeletas panadas, azeitonas e papas por encomenda. “Tudo feito na hora e aqui por mim”, atesta Zélia que gaba as suas batatas fritas caseiras e o seu fino tirado como manda a lei – “é a coqueluche da casa”.