Time Out Portugal

Tres perguntas a artista

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A que é que sabe ocupar o MAAT?

Há dez anos que não exponho em Lisboa. E, portanto, voltar a casa é sempre especial porque, volta e meia, temos de mostrar o que é que andamos a fazer. Esta não é uma exposição muito grande, mas é uma exposição com peças muito grandes. Não é uma extensão grande de obra, mas são peças muito relevantes do meu percurso recente. E tem a importânci­a de trazer coisas que as pessoas nunca viram em Lisboa e coisas que têm andado por aqui e por ali e que nunca estiveram juntas.

O “plug-in” tem a ver, obviamente, com o facto de estarmos a expor no Museu da Electricid­ade. Então, são tudo peças que têm electricid­ade e que estão ligadas a essa dinâmica. E também tem a ver com o facto de, 23 anos depois, eu ainda continuar a expor na EDP. Ganhei o prémio em 2000, fiz a exposição em 2001 e agora volto. Continuei a expor na EDP ao longo dos anos – já não sei quantas vezes, umas cinco ou seis – mas, na verdade, depois da primeira grande exposição, que foi a “Medley”, esta volta a conectar-me com o sítio de onde venho.

Porque é que é tão importante voltar a expor na sua cidade?

Porque os artistas têm sempre um ponto de origem. É a cidade onde eu habito, é a cidade da minha família. Poder mostrar a minha obra aqui é um pouco como, no futebol, estar a jogar em casa. O público é mais favorável – ou não, nunca se sabe. Há sempre aquela sensação de que agora estou em Itália, agora estou em França.As pessoas sabem onde é que vou, mas não vêem o que faço. E esta é uma excelente oportunida­de para as pessoas verem o que tenho feito.

E tem sido mais fácil para a Joana jogar em casa? Porque fora, tem sido notoriamen­te aclamada pelo público – vejam-se os números massivos da exposição em Versalhes, em 2012.

Sim, vai sendo. Obviamente que o artista só existe porque tem público e porque as pessoas decidem que o artista é artista. O artista não se inscreve num centro de emprego, não é? Isto significa que tu só és considerad­a artista por teres pessoas que consideram que o teu trabalho é relevante o suficiente.

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