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VIDAGO PALACE LEVA-NOS A OUTRA ÉPOCA
A nova série da RTP é aposta diferente na ficção. Não só pela co-produção com Espanha, mas também pela dedicação absoluta dos actores, que suportaram um frio intenso em roupa de Verão e até serviram às mesas
Dia 30 de Março, próxima quinta-feira, estreia a nova série da RTP, Vidago Palace. Uma história pas-sada em 1936 em torno de uma jovem, Carlota, filha de uma família aristocrática falida que está destinada a casar com César Augusto. Mas eis que se apaixona por Pedro. É esta a premissa de uma série passada toda ela entre Portugal e Espanha, com espiões, conspiraçõese muitas reviravoltas. MihaelaLupu, Pedro Barro soe o actor espanhol David Seijo, são estes protagonistas, duma trama que ainda junta no elenco Custódia Gal lego, Margarida Marinho, Beatriz Barosa, Anabela Teixeira, Almeno Gonçalves entre tantos outros, estrelas nacionais e até internacionais.
“Foi um projecto muito especial, talvez porque vou ser pela primeira vez protagonista”, revelava Mihaela, que só tinha medo de se emocionar ao ver o primeiro capítulo. Uma série que só teve um problema,ofrio. “Filmar foi duro, mas lindíssimo”, dizia Margarida Marinho. “Tínhamos condições impares. Estivemos numa das melhores estâncias hoteleiras em Portugal com as melhores condições do mundo, mas tudo o que era fora era complicado. Nós estávamos a fazer Verão e na altura era tudo menos Verão. Havia uma certa rigidez física quando tínhamos que fazer algumas cenas”, confessava a actriz, entre gargalhadas. Para não errar nem uma vírgula na preparação de César Augusto, Pedro Barroso não hesitou e foi para Vigado mais cedo que os colegas. “Fui uma semana e meia antes. E a produção que foi incansável comigo e com todos para que eu entrasse na personagem cederam-me a roupa do César e andei em Vidago e vilas ali próximas vestido como nos anos 30”.
ANDOU A SERVIR ÀS MESAS
Mas Pedro queria mais.
“Queria aprender a delicadeza daqueles tempos. Houve um dia que perguntei no restaurante do hotel se podia ficar a fazer a sala dos pequenos-almoços com eles.” “O chefe de sala, que foi incrível, juntamente com o empregado, disse-me que meia hora depois ia receber a farda no meu quarto e para estar pouco tempo depois vestido e de barba feita (risos). Ajudei a servir a sala de pequenos almoços”. E correu “tão bem que ele perguntou se queria servir os jantares.” Coisa que acabou também por fazer. “Estive a servir às mesas como empregado no Vidago Palace”,contou. “E isso foi uma das mais valias porque me permitiu ganhar alguns maneirismos dos anos 30.” Dos dias em que brincou de empregado apenas um casal o reconheceu. “Depois fiquei à conversa com eles, após explicar o que andava a fazer. Mas não foi a primeira vez que servi à mesa. Um dos meus primeiros trabalhos na vida, para ter uma máquina fotográfica e uma prancha de surf foi servir às mesas num bar no Algarve.”
NOVOS HORIZONTES
Oconviviuco mos actores e produção espanhola não podia ter corrido melhor. “Mas não aprendi espanhol nenhum. Aldrabamos um bocadinho e eles percebem ...”, disse Margarida Marinho. Pedro ganhou algo mais. Os contactos com a indústria espanholaabriram-lheportas para ir espreitar os trabalhosdos nossos vizinhos. E, apesar de já estar alinhavado para o papel de protagonista na próxima novela da TVI, o actor não coloca nada de lado. “Aqui ao lado há uma indústria fantástica e não digo que não ao trabalho. E já pus essa hipótese em cima da mesa, tanto que ando a tentar aprender a falar melhor espanhol” .Já Mihaela Lupu, tem outros planos: “quero voltar à minha sábática.”