Contra o preconceito
A tenra idade esconde o enorme talento destes vice-campeões nacionais de danças latinas. Mas, para o jovem, que tem no futebol outra das suas paixões, não tem sido fácil superar o estigma social de “fazer uma coisa de meninas”
Com oito anos apenas, Lara e Martin têm já um percurso recheado de troféus nos salões de dança, aquém e além-fronteiras. “Eles são vice-campeões nacionais de danças latinas, e conquistaram o 1.º prémio no Marin Open, um torneio ibérico realizado em Espanha”, diz Ana Monteiro, mãe de Martin. Há dois anos que os jovens dançam juntos, deslumbrando por onde têm exibido o seu talento. “O Martim é muito competitivo, nem a feijões gosta de perder”, revela Ana, descrevendo Lara “como uma menina muito doce, e com imensa paciência” para com o seu parceiro de salão, que “é muito traquina e irrequieto”. Todavia, Ana conta que o filho tem um amor maior :“Ele adora futebol. Joga no Famalicão, e a quilo é a sua verdadeira paixão. Não falha um jogo…” Mas, quando questionada sobre qual das artes o filho domina melhor, a progenitora não tem dúvidas: “Ele dança melhor do que joga.” E confessa: “Preferia que ele se dedicasse à dança. Aliás, acho que ele, se desistisse da bola, até conseguiria brilhar ainda mais.” Mas Ana também conta que não foi fácil para Martin assumir o seu gosto pela dança .“Muitos homens dizem-lhe: ‘Ó, moço, deixa isso, que é para meninas ’. Por isso, ele diz sempre que dança para agradar à mãe. Ainda tem algumas dificuldades em assumir que também gosta.” Mas, disso, a mãe não tem dúvidas: “Basta olhar para a sua felicidade quando dança para perceber…”