Efeito Ribeiro Cristóvão
A nova rubrica de Sofia Pinto Coelho tem um apresentador-surpresa, que muda o padrão habitual das televisões portuguesas. Um acontecimento reconhecido pelas audiências
Odebate é antigo na televisão portuguesa: os apresentadores de noticiários devem ser escolhidos com base na imagem e na juventude, ou, pelo contrário, devem prevalecer a experiência e a idade? Esta discussão tem por base o corte ge racional trazido pela televisão privada, na década de 90. Rostos mais velhos foram afastados do séc rãs porque os dec is ores dos canais procuravam frescura, vitalidade e juventude.Os pivôsd os telejornais e rama metáfora do novo mundo que os canais privados simbolizavam. E,assim,im puseram-se no horário nobre jornal is tasà época muitojovens, como José Alberto Carvalho, José Rodrigues dos Santos ou José Carlos Castro, hoje seniores consagrados. Como surgimento do cabo, esta opção acentuou se,porque um canal de notícia sé um gigantesco sorvedouro de pivôs,h ora após hora, obrigandoà formação de sucessivas gerações de apresentadores de notícias. As ruga se a experiência foram, aos poucos, desaparecendo das casas dos portugueses que vêem telejornais. É neste contexto que surge uma pedrada no charco, dada pela SIC. Vidas Suspensas arrancou com a incrível história do preso mais antigo do País: 33 anos atrás das grades. Líder do princípio ao fim, a rubrica de Sofia Pinto Coelhoéa presentada por António Ribeiro Cristóvão. Pivô inesperado, com imagem sóbria, voz mítica e autoridade natural. O sucesso do formato mostra que os espectadores da SIC anseiam por soluções mais sólidas na apresentação. Aplausos para o notável golpe de asa, que pode ser um ponto de viragem na prevalência dos jovens pivôs na televisão.