Um ano de fraldas e comida para Francisco
A gestora comoveu-se ao conhecer a história de um menino de São Tomé em risco de vida. Juntou as amigas e recolheu um contentor de bens, para o bebé que era alimentado a água e açúcar. O capitão dos leões financiou
Margarida Neuparth, de 29 anos, casada com Ad ri en Silva, de 28, estava noFa cebo ok,quan dose deparou com um caso que a chocou. “Vi, através da publicação de uma amiga de outra amiga, que havia um menino em risco de vida”, começa por revelar, à TV Guia .De imediato, a gestora hoteleira resolveu entraremacção: “Sempre me preocupei com este tipo de situações. Tanto eu como o Ad ri en.Mas,s obre tudo desde que também somos pais[ de Santiago, de três anos, e Thomas, de ano e meio], para nós, é impensável ver uma criança a passar fome e não fazer nada.” Margarida N eu parth pegou, de novo, no telemóvel e pediu ajuda a outras pessoas, para conseguir enviar um contributo maior. “Ainda por cima, não havia tempo. O Francisco estava a ser alimentado apenas a água com açúcar.”
900 QUILOS DE BENS ENVIADOS
A gestora hoteleira conseguiu recolher fraldas, leite e outros bens, como roupa e brinquedos, para o primeiro ano de vida do bebé. Estava resolvida a emergência, apesar de a encomenda ter demorado um mês achegara S. Tomé .“Mandámos tudo num barco. Eu e o Adrien pagámos o transporte. Tive que procurar uma solução para as coisas chegarem mais rápido ao Francisco, que foi o bebé que fez mover isto tudo. Este bebé fez-me mover 900 quilos de bens.” Coma questão de Francisco atendida, Margarida Neuparth não conseguiu parar. “Depois, pensei: ‘já que vou ter trabalho para enviar, em vez de enviar só ao Francisco, por que não enviar para os muitos Franciscos que existem?’”, avança, à nossa revista. Francisco foi só o primeiro bebé santomense apoiado pela mulher de Adrien e por outras mulheres de futebolistas, como Ana Rita (João Palhinha) e Andreia (Daniel Carriço).
OBRIGADO, EMIGRANTES
A mensagem foi sendo espalhada e vieram bens um pouco de todas as partes da Europa, onde vivem emigrantes portugueses.
“Houve pessoas de França e da Suíça, que mandaram coisas de camioneta: fraldas e roupa. Só de leite conseguimos mais de 100 latas! Também enviaram medicamentos e material escolar”, conta a mulher do capitão sportinguista, já recuperado de uma lesão. E quem não deu bens, ofereceu dinheiro. “Houve mulheres, de outros jogadores, que não vivem cá, mas transferiram-me dinheiro e eu fui às compras por elas.” Agora, Margarida quer viajar até São Tomé. “Queria muito que o Francisco tivesse, pelo menos para o primeiro ano de vida dele, as coisas todas. E tem dois caixotes que dão para esse primeiro ano. Quando puder, porque os processos burocráticos nem sempre são fáceis, quero mesmo lá ir e ver como é que estão estas crianças.”
DORMIR EM PAZ
Esta nãoéa primeira acção solidária em que Margarida N eu parth participa .“Quando conheci oAd ri en, estava ligada a uma instituição. Pedi-lhe e oferece mosseis ceias de Natal.” A gestora hoteleira reconhece que é Adrien a “ajudar financeiramente”. “Eu faço as coisas. Não damos dinheiro às pessoas, damos o que precisam, de facto”. No último Natal, A dr iene Margarida também andaram às compras, não só para os seus dois filhos, Santiago e Thomas. “Fizemos uma recolha de brinquedos para entregar a três instituições. Oferecemos o que os miúdos realmente queriam. As crianças escreveram as cartas ao Pai Natal e foi com essa lista que fui às compras. O Adrien pagou e eu corri as lojas de brinquedos, à procura do que os meninos queriam. Nessa noite, dormi mais em paz”, conclui a empresária, feliz, à nossa revista.