“Disseram-me que ia morrer”
Em 2015, a brasileira viveu o pior ano da sua vida quando descobriu um tumor na cabeça. Hoje, garante que foi uma russa e a fé que a salvaram
Aos 34 anos, Úrsula Corona garante ter vivido um drama sem igual. Tudo porque a actriz, que agora figura em Biggest Deal, descobriu ter um tumor no cérebro, em 2015. Um processo doloroso e que ainda hoje a faz chorar quando recorda aqueles tempos tão dolorosos. “Passei por aquele processo muito sozinha. Não sei se foi uma fraqueza, fiquei insegura... E isso fez-me isolar de todos. Nunca tinha vivido assim...”, diz, à TV Guia, emocionada: “Quando descobri, fui a nove médicos. Sete deixaram-me ainda mais deprimida: disseram-me que ia ficar cega, que não ia dar em nada, que ia morrer, e que era melhor nem fazer nada, pois não ia recuperar. Um outro mais esperançoso me recomendou quimioterapia, radioterapia, mas que não escapava da faca. Não foi fácil ouvir nada daquilo.” Contudo, resolveu não se vitimizar e preferiu resistiu, mesmo quando as respostas “era desoladoras”.
PAISNÃOSOUBERAM
Decidida a não desistir, a Úrsula Corona aceitou todos os projectos que lhe eram apresentados, mantendo sempre em segredo o drama que a afectava, mesmo quando as suas condições de saúde não eram as melhores.
Até dos pais o cancro escondeu, talvez porque no passado estes também tivesse tido que lutar contra a doença. “Os meus pais também tiveram câncer. A minha mãe foi a primeira e teve por duas vezes. Deram-lhe seis meses de vida e ela continua aí. O meu pai descobriu um que tinha já há dez anos. E está vivo! Nem quimioterapia fez. E estão aí, superjuntos, apaixonados, aproveitando a vida .... Eles são de luz! Por isso, no início, poupei eles, mas depois...”
A actriz, após várias propostas médicas, acabou por fazer quimioterapia. “Resolvi arriscar.” Seguindo um tratamento específico, a conselho do Instituto Nacional de Cancêr, continuou a trabalhar sem parar. Mas foi nos Jogos
Mundiais Indígenas que viveu a experiência que revolucionou a sua vida. “Estava a entrevistar uma russa índia, médica formada, que também é médium. No meio da entrevista, ela puxou-me para mostrar que tinha o poder da cura com as mãos e começou a fazer-me uma massagem. Quando chegou à minha cabeça, ela parou... Viu o meu tumor, que ninguém sabia, e disse-me: ‘Você tem um grande problema aqui.’ Perguntou-me se me podia operar e eu, olhem, aceitei na hora. Tenho tudo isso filmado. Ela começou, eu desmaiei...”, lembra, com lágrimas nos olhos, emocionada com o que viveu em 2015.
O MILAGRE
Hoje, curada, acredita que foi um “milagre”, mas que isso a fez mudar vários comportamentos. “Mudei tudo. Não a forma de comer, porque sempre comi bem. Limpei foi a minha vida! Permiti-me a dizer não com mais leveza, de não estar com pessoas que não eram boas para mim” diz, sem embaraço algum. “Hoje, só estou com pessoas que me fazem bem. E tudo isso tornou-me uma pessoa melhor. Porque foi um drama vivi sozinha. Sem ninguém. Por isso, passei a valorizar mais a vida, os meus pais. Por isso é que, quando tenho um fim-desemana livre, atravesso o Mundo para ir ao Brasil, para ir dar um beijo aos meus pais e à minha avó. Porque nunca se sabe o dia de amanhã.”
Úrsula não sabe o que a fez sobreviver a tudo o que passou, mas garante que, acima de tudo, hoje “está a fé”. “Não sei se me conectei com isso, mas todo o dia agradeço estar cá. E nunca
fui tão feliz…”