TV Guia

“Disseram-me que ia morrer”

Em 2015, a brasileira viveu o pior ano da sua vida quando descobriu um tumor na cabeça. Hoje, garante que foi uma russa e a fé que a salvaram

- TEXTO HUGO ALVES | FOTOS PAULO MIGUEL MARTINS

Aos 34 anos, Úrsula Corona garante ter vivido um drama sem igual. Tudo porque a actriz, que agora figura em Biggest Deal, descobriu ter um tumor no cérebro, em 2015. Um processo doloroso e que ainda hoje a faz chorar quando recorda aqueles tempos tão dolorosos. “Passei por aquele processo muito sozinha. Não sei se foi uma fraqueza, fiquei insegura... E isso fez-me isolar de todos. Nunca tinha vivido assim...”, diz, à TV Guia, emocionada: “Quando descobri, fui a nove médicos. Sete deixaram-me ainda mais deprimida: disseram-me que ia ficar cega, que não ia dar em nada, que ia morrer, e que era melhor nem fazer nada, pois não ia recuperar. Um outro mais esperanços­o me recomendou quimiotera­pia, radioterap­ia, mas que não escapava da faca. Não foi fácil ouvir nada daquilo.” Contudo, resolveu não se vitimizar e preferiu resistiu, mesmo quando as respostas “era desoladora­s”.

PAISNÃOSOU­BERAM

Decidida a não desistir, a Úrsula Corona aceitou todos os projectos que lhe eram apresentad­os, mantendo sempre em segredo o drama que a afectava, mesmo quando as suas condições de saúde não eram as melhores.

Até dos pais o cancro escondeu, talvez porque no passado estes também tivesse tido que lutar contra a doença. “Os meus pais também tiveram câncer. A minha mãe foi a primeira e teve por duas vezes. Deram-lhe seis meses de vida e ela continua aí. O meu pai descobriu um que tinha já há dez anos. E está vivo! Nem quimiotera­pia fez. E estão aí, superjunto­s, apaixonado­s, aproveitan­do a vida .... Eles são de luz! Por isso, no início, poupei eles, mas depois...”

A actriz, após várias propostas médicas, acabou por fazer quimiotera­pia. “Resolvi arriscar.” Seguindo um tratamento específico, a conselho do Instituto Nacional de Cancêr, continuou a trabalhar sem parar. Mas foi nos Jogos

Mundiais Indígenas que viveu a experiênci­a que revolucion­ou a sua vida. “Estava a entrevista­r uma russa índia, médica formada, que também é médium. No meio da entrevista, ela puxou-me para mostrar que tinha o poder da cura com as mãos e começou a fazer-me uma massagem. Quando chegou à minha cabeça, ela parou... Viu o meu tumor, que ninguém sabia, e disse-me: ‘Você tem um grande problema aqui.’ Perguntou-me se me podia operar e eu, olhem, aceitei na hora. Tenho tudo isso filmado. Ela começou, eu desmaiei...”, lembra, com lágrimas nos olhos, emocionada com o que viveu em 2015.

O MILAGRE

Hoje, curada, acredita que foi um “milagre”, mas que isso a fez mudar vários comportame­ntos. “Mudei tudo. Não a forma de comer, porque sempre comi bem. Limpei foi a minha vida! Permiti-me a dizer não com mais leveza, de não estar com pessoas que não eram boas para mim” diz, sem embaraço algum. “Hoje, só estou com pessoas que me fazem bem. E tudo isso tornou-me uma pessoa melhor. Porque foi um drama vivi sozinha. Sem ninguém. Por isso, passei a valorizar mais a vida, os meus pais. Por isso é que, quando tenho um fim-desemana livre, atravesso o Mundo para ir ao Brasil, para ir dar um beijo aos meus pais e à minha avó. Porque nunca se sabe o dia de amanhã.”

Úrsula não sabe o que a fez sobreviver a tudo o que passou, mas garante que, acima de tudo, hoje “está a fé”. “Não sei se me conectei com isso, mas todo o dia agradeço estar cá. E nunca

fui tão feliz…”

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal