“Lido bem com a provocação”
A directora de Programas da SIC não deixa o consultor de ficção da TVI sem resposta, que a acusa de o estar a copiar. “As melhores novelas são as minhas”, diz, revelando, ainda, a sua estratégia para vencer
Aluta pelas audiências está cada vez mais ao rubro e as estreias das novelas Paixão, da SIC, e d’A Herdeira, da TVI, no final de Setembro, vieram acentuar ainda mais a guerra entre as duas estações. Ainda a trama de Margarida VilaNova não tinha estreado quando José Eduardo Moniz, de 63 anos, garantiu, em declarações exclusivas à TV Guia, que iria para o ar “um produto diferente, nos conteúdos, na forma, nos ritmos e com muita coisa nova em temas e intervenientes”. Sem papas na língua, o consultor de ficção da TVI acusou, ainda, a concorrência de inspirar-se nos seus produtos e de ser o “pioneiro da inovação”. “Preferimos inovar a copiar. Isso deixamos para os outros.” Confrontada com o ataque do rival, Gabriela Sobral desvaloriza-as: “Lido bem com a concorrência e com a provocação”, responde à nossa revista, acrescentando: “É normal que ele diga que o melhor produto é o dele, eu digo que o melhor é o meu.”
No entanto, a directora de Programas da SIC confessa que a estação de Queluz de Baixo tem dado luta e realça a qualidade da sua ficção: “A concorrência não está a dar tréguas, mas estamos confiantes.” A perder em toda a linha com as suas novelas, Amor Maior, Espelho d’Água e Paixão, para as da TVI, Gabriela Sobral mostra confiança no trabalho que está a realizar, referindo-se à última aposta: “Paixão tem muita qualidade e não é demais sublinhar que a qualidade tem um preço. Com um elenco de luxo, uma história diferente daquilo a que temos vindo a dar aos telespectadores… Não podia ser melhor!”
LABORATÓRIO DE ACTORES
Mais do que ter sucesso na ficção nacional, Gabriela Sobral tem como objectivo criar uma boa “escola” de actores e descobrir novos talentos que possam projectar melhor as novelas da estação de Carnaxide. “Não ter contratos de exclusividade permite-nos fazer da SIC um laboratório. É a minha preocupação há sete anos: criar um laboratório de actores. Investir em actores novos que possam ser grandes protagonistas.”