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Tributo ao mestre

Fadista gravou à sua maneira os fados imortaliza­dos por uma das maiores figuras da história da canção de Lisboa. “Alfredo Marceneiro ensinou muito a muita gente”, justifica

- TEXTO MIGUEL AZEVEDO I FOTO PEDRO CATARINO

Era uma vez um ‘puto’ que, um certo dia, pegou num disco que havia lá por casa e, aguçado pela curiosidad­e, decidiu pô-lo a tocar. Aos oito anos ainda o pequeno Carlos Moutinho não tinha a maturidade suficiente para saber o que era aquela coisa “estranha” chamada fado e, por isso, ficou ali a escutar aquelas cantigas que saiam do giradiscos e daquela voz inusitada “como se fossem histórias”. O puto é hoje Camané. A voz era a de Alfredo Marceneiro.

Trinta e cinco anos depois da morte de uma das maiores figuras do fado, Camané presta tributo a uma das suas grandes referência­s num disco em que gravou, à sua maneira, os fados cantados outrora por Marceneiro. “Nunca pensei vir a fazer um disco como este até porque quando comecei a gravar eu queria era fazer o meu próprio repertório”, conta Camané que só decidiu avançar para o disco, recentemen­te, depois de um espectácul­o em que fez uma singela homenagem ao fadista. Camané Canta Marceneiro é um disco de fados, sim, mas também uma obra de tributo. “O Marceneiro ensinou muito a muita gente. Tenho uma admiração enorme pela figura que ele foi. As coisas que eu sei sobre o Marceneiro fui aprendendo a vida toda, sobretudo nas conversas até às seis da manhã com os fadistas mais antigos nas casas de fado”, recorda Camané, que até teve a aprovação da família de Marceneiro para gravar o disco.

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CAMANÉ CANTA MARCENEIRO EDITORA WARNER PREÇO
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DISCO CAMANÉ CANTA MARCENEIRO EDITORA WARNER PREÇO 15,99€

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