“As escolhas não têm sido felizes”
A directora da SIC não descarta a hipótese de a estação de Carnaxide também vir a ter um realityshow,
mas em moldes diferentes dos da TVI que, segundo ela, chegaram a um ponto de
As telenovelas portuguesas, A Herdeira e Paixão, continuam a liderar a tabela de audiências e os reality shows têm vindo a perder terreno, como provam os resultados de Biggest Deal, com cerca de metade dos telespectadores que era habitual haver, nestas ocasiões. De tal modo que, ainda antes da estreia, Bruno Santos, director-geral da TVI, ainda não sabia se o formato de Teresa Guilherme daria resultado, ou não, exibido nos serões de domingo.
Hoje, três semanas depois da estreia, devido aos fracos números, foi atirado para os sábados à noite. Júlia Pinheiro mostra alguma relutância em falar dos insucessos alheios. Contudo, perante as evidências, acaba por aceder a dar a sua opinião, durante a festa da SP Televisão. “Acho que os reality shows são uma espécie de mecanismo de relojoaria. Aquilo tem de ter as rodas dentadas todas no sítio”, avança.
A directora de Conteúdos da SIC continua a dar a sua explicação para o insucesso do reality show apresentado pela rival Teresa Guilherme. “São as escolhas da TVI, que é quem os faz, que não têm sido felizes, com a sua proposta enquanto núcleo de concorrentes e de jogo próprio.” Por isso, Júlia Pinheiro acredita que a ineficácia de Biggest Deal acaba por ser resultado de um caminho mal traçado. “Acho que há ali um cansaço de mecanismos e de saturação de uma determinada abordagem”, conclui a também apresentadora. Apesar de tudo, Júlia Pinheiro não põe de parte a hipótese de a SIC poder voltar a transmitir reality shows, como já aconteceu logo nos primeiros anos da estação, com Masterplan, Bar da TV ou Acorrentados, este último, recorde-se, que teve como uma das concorrentes a actual “empreendedora” de Biggest Deal, Isabel Figueira. “Podem fazer-se reality shows fantásticos. Já pensámos nisso. Depois, entretanto, a coisa não andou para a frente, porque não encontrámos o formato certo. Um dia destes, quem sabe...”
Até porque, para a directora da estação de Carnaxide, os formatos escolhidos pela TVI podem estar esgotados, mas “os reality têm anos e anos para andar” nas televisões.