TV Guia

Vamos falar de ficção?

- TEXTO LUÍSA JEREMIAS | FOTOS RICARDO RUELLA, GLOBO E AFONSO CASTELLA

Anova série da Globo, Carcereiro­s, estreia este domingo em Portugal. Assinada por Fernando Bonassi, Marçal Aquino e Dennison Ramalho é o sinónimo do que se faz na “nova Globo”. O que é isso? Afinal estamos a falar da segunda maior produtora do mundo de novelas. Séries? Não é tudo a mesma coisa? Claro que não! Desde que foi criada a Casa de Roteirista­s, no início deste ano, na produtora, isso significou uma nova abertura na super-produtora ao mercado internacio­nal. Séries passaram a ser um produto de alfaiatari­a: feito à medida, de acordo com as exigências do mercado internacio­nal. Por exemplo: é preciso um policial? É escolhido um grupo de guionistas que fazem parte da Casa dos Roteirista­s e eles executam à medida. Parece uma fábrica? Pelo contrário. É à medida e por encomenda. E quem tiver dúvidas basta espreitar o já falado Carcereiro­s. Trata-se de um policial que nos faz lembrar Carandiru - de Héctor Babenco, baseado no livro com o mesmo nome de Drauzio Varella, com a estética de Tropa de Elite, e todo o potencial de uma história que todos querem conhecer por dentro: a das prisões brasileira­s.

O galã de novelas Rodrigo Lombardi dá rosto ao protagonis­ta. O restante fica por conta da produção, realização e fotografia. O resultado é... diferente do que nos habituámos a ver nas novelas da Globo. “Todos os roteirista­s são contratado­s para fazer o que fazem”, explica Fernando Bonassi à TV Guia. “Se nos encomendam um policial é isso que fazemos. Neste momento não temos projectos, tipo Game of Trones. A grande discussão e o que acharia interessan­te fazermos era algo sobre a realidade do Brasil. Acho que esse será o grande tema a desenvolve­r”. Paulo Morelli, argumentis­ta, realizador e produtor da O2 – que assinou, entre outros, êxitos como Cidade de Deus ou Cidade dos Homens não poderia estar mais de acordo. “Perguntam-me muito sobre temáticas como Amazónia... Julgo que é preciso desenvolve­rmos mais esses temas são muito o Brasil e as pessoas sentem falta disso”.

A discussão parece louca? O que fazer? O que está a ser encomendad­o? Por quem? À medida ou “em fábrica”? Não, a discussão é saudável e leva longe, garanto. Aconteceu na passada semana nos primeiros Encon-

Acha que é fácil escrever aquelas séries que o prendem à TV, os filmes que passam a ser “os da sua vida”? É um filme de terror! Orçamentos, falta de dinheiro, exigências... tudo é preciso enfrentar. Mas nada acontece sem uma

boa história. E a boa notícia é: há mercado para quem tem “a” ideia. Venha daí que nós explicamos como...

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