Loucura ou maldade?

AUTOR HERNÂNI CARVALHO EDITORA GUERRA & PAZ PREÇO 15,50€

Como explicar que um rapaz, de 20 anos de idade, simpático e inofensivo, possa ter assassinado e profanado o cadáver do amante, um homem de 65 anos? O crime de Renato Seabra, que matou Carlos Castro e se encontra a cumprir uma pena de prisão de 25 anos nos Estados Unidos, é só um dos que serve de exemplo em O Índice de Maldade, o novo livro de Hernâni Carvalho.

O jornalista, doutorado em Psicologia Forense, dá agora ao prelo uma obra onde os leitores poderão ficar a saber quais os sinais de psicopatia – que existem em muitos criminosos – ou pura maldade. “A maldade é intríseca ao ser humano”, começa por analisar o autor, também responsável pelo programa Linha Aberta, da SIC. Só que existe uma escala capaz de medir os graus de maldade e distingui-la dos casos patológicos, de psicopatia, ou seja, distúrbio psiquiátrico. “O livro acaba por ser um instrumento, que já é usado na América, em que se percebe bem o que é a maldade. E a fronteira muito ténue que existe entre a maldade e a loucura.”

NÃO HÁ CRIMES PERFEITOS

Sobre o caso de Renato Seabra, devidamente analisado no livro tendo em conta esta escala, Hernâni prefere não dizer mais nada. “Está devidamente classificado”, afirma apenas, remetendo para a leitura de O Índice de Maldade. Outros casos, como o do Estripador de Lisboa, que acabou por ficar sem culpado, também são analisados. Ainda assim, o jornalista não acredita que haja crimes perfeitos: “O que existe são investigações imperfeitas e, naquela altura, a Polícia não tinha disponíveis os instrumentos científicos que tem hoje.”

A concluir, Hernâni afiança que a maldade, ou a psicopatia, dependendo do nível avaliado pelo índice, não existem apenas em homicídios. “Se eu souber que você só tem 10 euros para comer e lhos tirar, isso é pura maldade. Ou seja, não há a capacidade de sentir empatia. Não há preocupação com o sentimento do outro”.

Há uma fronteira ténue entre a pura maldade e a psicopatia.

Em O Índice de Maldade, o jornalista explica como avaliar um criminoso

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